No detalhe: a tumultuada classificação da F1 em Interlagos
Confira como foi a sessão marcada por uma série de acidentes e escapadas de pista
Cinco bandeiras vermelhas, condições de pista mudando constantemente, incontáveis escapadas, rodadas e balançadas, desafiante ao título na pole e líder do campeonato em apuros. A sessão de classificação para o GP de São Paulo teve tudo que o público da F1 espera – e sabe que pode contar em Interlagos.
Confira no detalhe como se desenrolou a sessão que definiu o grid de largada para a corrida de logo mais
Colapinto bate e provoca bandeira vermelha no Q1. Hamilton eliminado
Mesmo com chuva, a luz verde foi dada na hora marcada. Os pneus azuis, de chuva intensa, foram a opção de todos. A pista se mostrava bastante desafiadora, sendo a curva da Junção o ponto mais crítico da pista. Liam Lawson, Guanyu Zhou e Lance Stroll escaparam naquele ponto logo nos instantes iniciais, trazendo breves bandeiras amarelas localizadas.
Esteban Ocon foi o mais rápido dos primeiros minuto, com o altíssimo tempo de 1min30s096, logo melhorando sua própria marca para 1min29s916.
A Curva do Lago, que apresentou enormes poças no temporal de sábado, também trazia dificuldades. Valtteri Bottas e Stroll, mais uma vez, saíram da pista nesse ponto. Outros pilotos relatavam pelo rádio que a curva estava provocando aquaplanagem.
Yuki Tsunoda marcou o tempo de 1min29s172 e pulou para o topo. Instantes depois, Franco Colapinto perdeu o carro na Curva do Sol (que sol?) e bateu, para decepção dos milhares de argentinos que preenchiam as arquibancadas de Interlagos. Bandeira vermelha e sessão interrompida.
Com os carros enfileirados no pitlane para o reinício da sessão, a chuva começou a apertar. Ollie Bearman, o único com pneus intermediários, foi rebocado pelos mecânicos para que pudesse ter pneus de chuva forte instalados em seu carro.
Diversos pilotos conseguiram melhorar seus tempos, ainda que a marca de Tsunoda ainda fosse a melhor. Hamilton, que tinha o último tempo antes da bandeira vermelha, seguia sofrendo para sair da zona de eliminação. George Russell, com o outro Mercedes, pulou para 2º.
Alex Albon subiu para primeiro, para logo ser superado por Max Verstappen, com 1min28s522, meio segundo melhor que Albon e o mais rápido do Q1 com algum margem.
Hamilton chegou a sair rapidamente da zona de eliminação, mas acabou superado por Lawson e Lando Norris (em um apertadíssimo 15º lugar) já com o cronômetro zerado e se viu fora. Além do heptacampeão, Bearman, Colapinto, Hulkenberg e Zhou ficaram sem vaga no Q2.
Q2 com duas bandeiras vermelhas e Red Bull eliminada
A chuva começava a aliviar no início da segunda parte da classificação, mas os pneus de chuva forte ainda eram necessários. Verstappen continuava a ditar o ritmo: com 1min27s771, o holandês fez o melhor tempo com pneus de banda azul.
A McLaren foi a primeira a calçar os pneus intermediários em seus carros. Piastri logo marcou um tempo 0s6 melhor que o de Verstappen (1min25s179) e deu a entender que esses eram os pneus ideais. Os minutos se passaram e, mesmo com todos os outros carros com os pneus de banda verde, Piastri seguia à frente. A falta de aderência era notória.
A 5 minutos do fim do Q2, Carlos Sainz perdeu o controle de sua Ferrari na segunda perna do S do Senna, rodou e foi para o muro. Fim de sessão para ele e bandeira amarela apresentada mais uma vez. Para a equipe, ficava o grande desafio de reconstruir a traseira do carro em menos de 4 horas.
A sessão não demorou a recomeçar, com a tabela de tempos mudando constantemente. Fernando Alonso se destacou, com 1min25s035. O outro Aston Martin, de Lance Stroll, repetiu Colapinto e foi para o muro na Curva do Sol e provocou bandeira amarela. Ainda deu tempo de Norris cravar 1min24s844 e se garantiu na fase final da classificação, segundos antes de uma nova bandeira vermelha abreviar o Q2.
Drama na Red Bull, que tinha seus dois carros em volta rápida mas temporariamente fora do top 10, se via eliminada. Bottas (P11), Verstappen (P12), Perez (P13), Sainz (P14) e Gasly (P15) ficaram pelo caminho. Restavam 9 carros para a parte final, com Stroll fora de combate. Para piorar a situação de Verstappen, ainda há uma punição de 5 posições a pagar pela troca de motor, que o relega a uma dura 17ª posição no grid.
Mais dois acidentes e Norris na pole
Os tempos melhorando pouco a pouco com os pneus intermediários. Norris marcou 1min24s158, superando Albon, Piastri e Ocon, que tiveram seus breves momentos na ponta da tabela de tempos do Q3.
Com 7 minutos para o fim, Alonso perder o carro no Mergulho, rodou e nada pôde fazer para evitar a batida. A quarta bandeira vermelha do dia foi acionada, a segunda por um carro da Aston Martin. Remontar dois carros em menos de quatro horas é o desafio gigantesco imposto aos membros da equipe.
Sinal verde para os seis minutos e meio finais de classificação em Interlagos. Mesmo com a chuva mais branda, os tempos ainda não melhoravam. Piastri e Tsunoda rodaram, mas conseguiram voltar à pista. Albon não teve a mesma sorte. No afã de buscar sua primeira pole, o piloto da Williams perdeu o carro na freada do S do Senna, rodou em alta velocidade e estampou muro com força. Mais uma bandeira vermelha acionada. Mais uma equipe com dois carros danificados há poucas horas da corrida.
A decisão ficou para os três minutos finais. Salvo por Piastri, todos conseguiram melhorar seus tempos com o cronômetro zerado. No fim das contas, Norris manteve sua vantagem e, com uma volta em 1min23s405, garantiu uma importante pole para o GP de São Paulo. George Russell larga ao seu lado, em uma primeira fila britânica.
Yuki Tsunoda terminou com seu melhor resultado em uma classificação, 3º, ao lado de Esteban Ocon. Liam Lawson e Charles Leclerc ficam na terceira fila, à frente de Piastri. Depois dele, a tabela de tempo traz três pilotos que acabaram acidentados: Albon, Alonso e Stroll.
A corrida está prevista para iniciar ao meio-dia e meio. O grid ainda deve sofrer diversas alterações da metade para trás com a sucessão de carros largando dos boxes ou cumprindo punições por novas peças.