O que esperar do pacote de atualizações do RB19 na Hungria?
O que é muito bom pode ser melhorado? A Red Bull promete trazer novidades para o RB19 para o GP da Hungria para se manter na liderança
Nos preparativos para o GP da Hungria no próximo domingo, uma notícia trazida pelos alemães da Auto Motor und Sport deixou muita gente de orelhas em pé: a Red Bull estaria trazendo a primeira grande atualização do RB19 na temporada.
Se a Red Bull vem sendo dominadora, especialmente com Max Verstappen, com algumas modificações pontuais, mais voltadas para adaptações aos mais diversos tipos de pistas, é para se imaginar o que um pacote mais extenso de modificações poderia causar...
O que se diz é que este pacote traria pelo menos 2 décimos por volta para o RB19. Em uma análise bem simplista, se levar isso para as 70 voltas da Hungria e considerando que não haveria nenhum ganho por parte dos concorrentes, seria uma diferença de 14 segundos para o resto do pelotão (1 segundo a cada 5 voltas). É muita coisa.
Já se sabia que a Red Bull usaria com cautela o seu tempo de desenvolvimento. Afinal, o time já teria a menor quantidade de túnel de vento e computadores por ter ganho o campeonato de construtores em 2022. O corte de 10% neste montante até outubro deste ano por conta do descumprimento do teto orçamentário deixou a situação menos tranquila.
O antecessor, RB18, mostrou sua qualidade, bem como a eficiência do motor Red Bull Powertrains (leia-se Honda). O trabalho de emagrecimento feito para este ano, bem como o refinamento das soluções encontradas para adaptação às novas regras, foi primordial para o atual domínio.
Diante do atual domínio, havia a pergunta se valeria a pena investir na melhoria do RB19. O campeonato de Construtores está encaminhando, bem como um terceiro campeonato de Pilotos por Max Verstappen. Uma situação muito semelhante à da McLaren em 1988, que só fez uma grande modificação técnica ao longo da temporada.
Mas como melhorar o que já funciona muito bem? Esta é a pergunta que fica no ar. E como todos veem a Red Bull, os taurinos também observam os outros. Não é incomum ver Adrian Newey, a cabeça pensante da área técnica, passar pelo grid e fazer anotações em seu caderno. Tanto que a Red Bull trouxe para Barcelona uma modificação no assoalho inspirada na... Williams.
As especulações correm soltas. Para um ganho de tempo deste, a equipe deve mexer no fundo do carro, onde é gerada a grande parte da pressão aerodinâmica dos carros atuais. Aqui, também podemos incluir as grelhas de entrada do assoalho, bem como as pequenas asas traseiras que ficam ao lado do difusor.
Alguns apostam que a equipe técnica da Red Bull traria a sua versão de zeropod. Afinal, algumas vozes dizem que as modificações na lateral seriam mais notáveis. E não foram poucas as vezes que Newey foi visto analisando tanto o W13 e o W14.
A questão é que, para fazer uma modificação deste tipo, exigiria uma extensa intervenção na área de refrigeração, com reposicionamento de radiadores, trocadores de calor e sensores. Em suma, a mesma coisa que a Mercedes teve que fazer para deixar o W14 mais “convencional”. E uma mudança deste tamanho envolveria um maior desembolso de dinheiro e tempo...
O fato é que deverão vir mais modificações na parte dianteira (mudança de spoilers laterais e dianteiros) e um novo capô. A questão é que não é de hoje que os ganhos de tempo vêm do conjunto de diversas soluções e, principalmente, o entendimento para tirar o maior desempenho possível do pacote. O último exemplo acabado neste aspecto veio da McLaren, que trouxe modificações na Áustria e na Grã-Bretanha. Em um grid próximo, um ganho de 1 décimo pode significar uma grande melhoria.
Todo caso, a Red Bull está tão na frente que até poderia se dar ao luxo de tentar este tipo de mudança. Aparentemente, os taurinos seguem com a mentalidade estabelecida de Dietrich Mateschitz, o fundador da marca, de sempre buscar a excelência. Como 2023 está sendo uma temporada que a Red Bull pode quebrar marcas históricas da F1, ela não quer dar brecha para a concorrência.