O que Verstappen precisa para quebrar hegemonia de Hamilton
Holandês briga com Hamilton e tem hoje, na Arábia Saudita, várias combinações de resultados que lhe dão o título antecipado
A temporada mais equilibrada dos últimos anos na Fórmula 1 poderá ser definida hoje, às 14h30 (de Brasília), no estreante GP da Arábia Saudita. A categoria também poderá ter um novo campeão pela primeira vez desde que o alemão Nico Rosberg desbancou Lewis Hamilton em 2016. Desta vez, o possível algoz do heptacampeão mundial é o holandês Max Verstappen - hoje, contudo, quem larga na frente na Arábia será Hamilton.
O piloto da Red Bull lidera o campeonato com oito pontos de vantagem sobre o rival britânico: 351,5 contra 343,5. Para confirmar o título hoje, precisa ao menos chegar em segundo lugar e torcer para Hamilton não passar do 11º posto. O holandês pode ainda ser o campeão se for o segundo colocado e registrar a melhor volta da corrida (que dá ponto extra) desde que o adversário não passe da 10ª posição.
Em caso de vitória, o título será de Verstappen se Hamilton não superar o 7º lugar. Se vencer e fazer a melhor volta, o piloto da Mercedes só poderia chegar em sexto. Se o líder do campeonato terminar em terceiro, a decisão ficará para a última prova do ano, o GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no dia 12.
Equilíbrio
A temporada é a mais apertada desde 2010, quando o alemão Sebastian Vettel, o espanhol Fernando Alonso, o australiano Mark Webber e o próprio Hamilton chegaram à última corrida com chances de título. Vettel acabou levantando o troféu. Foi o seu primeiro título.
Hoje, Verstappen poderá repetir o feito. "Tem sido um ótimo ano para nós. Tivemos muitos bons momentos e foi divertido. A temporada passada foi um pouco chata para mim porque eu não conseguia passar do terceiro lugar", diz o holandês, dono de nove vitórias em 2021, contra sete do rival. Foram ainda nove poles para ele e quatro para o inglês.
Verstappen e Hamilton passaram as últimas semanas adotando a cautela e até trocando elogios. Mas, no asfalto, a rivalidade foi mais quente do que as declarações fazem parecer. As disputas por posição frequentemente extrapolaram os traçados, causando batidas e incidentes assustadores. No GP da Itália, o carro do holandês foi parar em cima da Mercedes do inglês, que só não correu risco de morte porque foi protegido pelo halo, a estrutura acima da cabeça dos pilotos no cockpit. Na Inglaterra e no Brasil, a briga foi dura. Já há quem compare a dupla com a rivalidade protagonizada por Ayrton Senna e Alain Prost.
Fora da pista
A disputa se tornou mais renhida nos bastidores. Os últimos meses foram de trocas de farpas entre Christian Horner, chefe da Red Bull, e o discreto Toto Wolff, da Mercedes. Depois de uma manobra polêmica de Verstappen sobre Hamilton no Brasil, que não resultou em punição, Wolff disse que "a diplomacia acabou". A briga envolve também o Mundial de Construtores, liderado pela Mercedes por apenas cinco pontos. O título rende premiação que supera os 100 milhões de euros (R$ 641 milhões).
Verstappen e Hamilton chegam à penúltima etapa do campeonato em situações diferentes. O inglês vive fase melhor porque venceu as duas últimas corridas, no Brasil e no Catar e correrá num traçado que deve favorecer o carro da Mercedes, mais veloz nas retas ao longo de todo o ano. O holandês tem a seu favor a incógnita sobre o estreante circuito de Jeddah