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Opinião GP: Red Bull sobra. E mesmo no pior momento, Mercedes é melhor rival que Ferrari

Max Verstappen não desapontou sua torcida e venceu de forma categórica o GP da Holanda. A Red Bull caminha com folga para assegurar ambos os títulos em jogo na Fórmula 1, e isso se deve também à apatia de quem deveria oferecer alguma resistência. Mas se a Ferrari insiste em protagonizar uma comédia de erros, a Mercedes luta para sair do zero em 2022 e emplacar uma vitória. O esforço da octacampeã é mais uma prova de que o grupo chefiado por Toto Wolff faz falta no campeonato

5 set 2022 - 04h00
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Max Verstappen venceu em casa mais uma vez
Max Verstappen venceu em casa mais uma vez
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

UMA VEZ, ainda no início da temporada, a Red Bull disse por meio de seu falastrão consultor que uma rivalidade com a Ferrari era mais agradável do que com a Mercedes. O comentário surgiu na esteira da intensa disputa de 2021 e vislumbrava aquilo que o campeonato apenas esboçava naquelas primeiras corridas. Havia uma vitória para cada lado, enquanto a equipe prateada se debatia com um carro estranho e pouco competitivo. O que Helmut Marko não sabia era o quanto essa declaração se tornaria verdade meses mais tarde - e não no bom sentido citado por ele lá trás.

Isso se traduz facilmente na tabela de pontos da F1 2022. Max Verstappen tem estrondosos 109 pontos de vantagem para Charles Leclerc - piloto que aparece mais próximo na classificação. Chega a ser embaraçosa a forma como a Ferrari lida com esse campeonato. De novo, se atrapalhou e não foi capaz de oferecer qualquer resistência aos taurinos. Ainda que pese a performance do atual campeão, o GP da Holanda poderia ter sido diferente para os ferraristas. Mas há sempre algo reservado para o domingo.

Desta vez, a equipe vermelha se viu refém de um desgaste excessivo de pneus e foi perdendo ritmo ao longo das 72 voltas da prova. Sem explicação, segundo Mattia Binotto. Um embate com Verstappen, então, se tornou impossível. Da pole, o piloto #1 comandou a primeira parte da corrida com folga para os dois carros vermelhos. E seguiria assim, nessa tranquilidade, não fossem as interrupções que marcaram a prova em Zandvoort: primeiro, Yuki Tsunoda causou um safety-car virtual e, mais tarde, Valtteri Bottas parou e obrigou a entrada do carro de segurança. Mas nem todos esses elementos foram capazes de colocar a Ferrari em condição de ameaçar Max e a Red Bull - que venceram novamente e encaminharam suas taças do mundo.

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Chama a atenção também a desorganização absurda que existe nas garagens de Maranello. Porque a sensação que fica é que, se houvesse qualquer chance de vitória por qualquer razão, a operação da equipe jogaria fora. Em Zandvoort, o time errou duas vezes com Carlos Sainz.

No primeiro capítulo, Sainz foi chamado aos boxes e apenas três pneus estavam prontos para serem colocados no carro do espanhol, o que atrasou seu retorno à prova e provocou a perda de posições. Como se não fosse o bastante, um dos mecânicos largou uma pistola no chão, próximo à passagem dos carros, e Sergio Pérez passou por cima quando deixou os colchetes da Red Bull. Mais tarde, quando parou novamente durante o safety-car, Carlos foi liberado pela equipe em cima da Alpine de Esteban Ocon e recebeu 5s de punição pelo incidente. Com isso, caiu de quinto para oitavo ao fim da corrida.

Leclerc ainda foi capaz de salvar o terceiro lugar do pódio, mas isso nada teve a ver com Ferrari, o que diz muito sobre o (não) desempenho dos italianos. A verdade é que a Ferrari não é rival de ninguém e corre contra si própria. Não representa realmente uma preocupação para os taurinos. Porém, essa ausência completa de estrutura, mental e técnica, vai cobrar um preço alto em 2022. As seguidas trapalhadas já abrem caminho para que a Mercedes assuma o posto de vice entre os Construtores. São 30 pontos de novo de diferença e, ainda que os alemães não estejam tão ansiosos assim, parece apenas uma questão de tempo, o que seria a pá de cal sob a desastrosa temporada ferrarista.

É curioso também perceber que, neste cenário, os octacampeões são rivais melhores que os italianos. Mesmo vivendo a pior fase desde a introdução da era híbrida, a esquadra prateada consegue se colocar em posições de destaque e até de entrar em uma briga por vitória - algo que a Ferrari teima. Da mesma maneira que aconteceu na Hungria e em algumas etapas antes da pausa das férias, o time surgiu como um elemento de ameaça. Na Holanda, a Mercedes colocou a Red Bull para pensar.

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"Quando ouvi que a Mercedes estava mudando para pneus duros, fiquei muito curioso", admitiu Verstappen. "Porque esse era o composto que eu não usaria. Perguntei sobre os tempos de volta e fiquei surpreso. Aumentei meu ritmo em todos os setores, mas eles ainda eram mais rápidos. Fiquei realmente surpreso com a velocidade com que eles mostraram esses pneus", emendou o holandês.

A decisão de calçar os carros de Lewis Hamilton e George Russell com os pneus duros é uma prova. O melhor desempenho de ambos surpreendeu os energéticos, que só recorreram ao composto depois que os prateados apresentaram um ritmo mais consistente. Aliás, a estratégia de James Vowles garantiria ao menos duas posições no pódio. A operação funciona como um relógio - está aí o pit-stop que não deixa mentir. Já é muito mais do que a Ferrari parece capaz de fazer.

Também é certo dizer que a Mercedes arriscou demais e acabou cometendo um erro com Hamilton ao deixá-lo com pneus médios, enquanto os demais, incluindo o colega Russell, optaram pelos macios durante o período do safety-car. Só que isso aconteceu porque a esquadra quer vencer. Simples assim. Importa pouco para Toto Wolff, Hamilton ou George chegar em segundo ou terceiro, ou ainda obter o vice-campeonato. O que realmente faria uma diferença é a vitória. E é isso que essencialmente falta aos italianos.

"Nós discutimos pela manhã: vamos tomar o risco e tentar vencer? A resposta foi sim. Lewis estava com pneus médios, 5 voltas mais velhos do que o restante do grid, e segurar a posição de pista foi a decisão certa a se fazer. No fim, não deu certo. Mas prefiro vencer a corrida a terminar em 2º e 3º", confirmou o chefão da Mercedes.

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Russell ficou com a segunda colocação do GP da Holanda (Foto Mercedes)

O fato é que a Red Bull reagiu a tudo que a Mercedes fez. Só que é importante também pontuar aqui a eficiência da equipe austríaca. Mesmo tendo um Verstappen absolutamente rápido e tendo muito a perder, a estrategista Hannah Schmitz não hesitou nas chamadas ao piloto. "Essa foi a decisão mais corajosa (chamar Verstappen aos boxes), pois estava liderando na frente de 105 mil torcedores em casa e teve de ceder a posição de pista para a Mercedes", disse Christian Horner, o chefão da Red Bull.

"Fiquei surpreso porque eles não deixaram Russell sair para proteger Lewis. Foi taticamente difícil, mas tomamos as decisões certas", acrescentou.

No fim das contas, pode até ser mais agradável ter uma rival atrapalhada e errática, mas não é o que a Red Bull merece. A excelência dos taurinos exige adversários melhores.

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