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Pilotos da F1 se apavoram em testes e preveem acidentes com pneus de 2023

Testes com pneus da Pirelli de 2023 — que serão mais frios, mantendo meta da F1 de eliminar cobertores térmicos em 2024 — desagradou fortemente aos pilotos, que estão preocupados com a segurança. Lando Norris cobrou conversa na Associação

2 nov 2022 - 11h23
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A contragosto dos pilotos, F1 segue com o plano de banir cobertores térmicos
A contragosto dos pilotos, F1 segue com o plano de banir cobertores térmicos
Foto: Philip Fong/AFP / Grande Prêmio

A decisão da Fórmula 1 de alterar a regra de aquecimento de pneus e banir os cobertores térmicos para 2024 tem alterado as rotinas dos pilotos nos últimos finais de semana. Tanto no GP dos Estados Unidos quanto no GP da Cidade do México, os dois TL2 foram dedicados aos testes com os compostos da Pirelli de 2023, que só poderão ser aquecidos até 50ºC — algo que tem desagradado bastante aos principais artistas do espetáculo.

Max Verstappen, Kevin Magnussen, Lando Norris e Valtteri Bottas foram apenas alguns dos nomes que demonstraram insatisfação com a falta de temperatura, o que naturalmente gera perda de aderência. E a mudança só faz parte de algo que já foi posto em prática este ano, na verdade: até 2021, as equipes podiam aquecer seus pneus até 100ºC; em 2022, esse número passou a ser de 70ºC.

"Não foi uma experiência agradável", afirmou Verstappen. "Eu pilotei com os pneus de 50ºC e quase rodei ainda no pit-lane. Eu estava usando o composto mais duro, mas acho que existe algo aí. Se nós temos os cobertores, por que não usá-los? Ou você os usa totalmente, ou os elimina. Não dá para ser um meio-termo, porque nós já os temos. Não precisamos comprar novos", reclamou o bicampeão mundial.

Para o holandês, os problemas proporcionados pela falta de temperatura nos pneus podem gerar situações perigosas para os pilotos, que sofrem com a falta de aderência e teriam uma alteração brusca no desgaste dos compostos — que estariam consideravelmente mais frios.

Os cobertores térmicos, com fim previsto para 2024, têm sido alvo de debate — e muitas críticas — na F1 (Foto Pirelli)
Os cobertores térmicos, com fim previsto para 2024, têm sido alvo de debate — e muitas críticas — na F1 (Foto Pirelli)
Foto: Grande Prêmio

"Acho que vamos ter muitas batidas. Isso eu já sei, comparado ao que temos no momento", alertou. "Mas sim, é complicado. Seu desgaste também vai ser completamente diferente, porque seus pneus estarão muito frios. Você vai deslizar bastante nas primeiras voltas", criticou.

"As pressões dos pneus vão estar lá em cima, então eles começarão a se desgastar mais", ressaltou. "Realmente não gosto disso no momento, mas muitos pilotos dizem o mesmo. Temos de encontrar uma solução. Em Austin, você pode facilmente trocar os pneus por causa das curvas de alta velocidade. Mas em um circuito de rua como Mônaco, estará em condições mistas. Vai levar metade da corrida até que você tenha temperatura nos pneus", finalizou.

Também preocupado com a questão da segurança, Magnussen foi ainda mais incisivo e se posicionou diretamente contra a remoção dos cobertores. De acordo com o dinamarquês, só quem está dentro do carro entende a dificuldade para aquecer os pneus atualmente — sem os cobertores, então, seria algo próximo ao impossível.

"Eu realmente não gosto disso", disse. "Não acho que Pirelli, FIA e F1 entendam realmente a dificuldade de aquecer esses pneus, mesmo quando estão em 70ºC. Tentamos em 50ºC em Austin, e já foi muito difícil. Acho que é porque eles não pilotaram esses carros, eles não entendem. Sim, acho que há uma questão de segurança. Acho que seria perigoso", sentenciou.

Verstappen não hesitou em reclamar da temperatura dos pneus nos testes da Pirelli
Verstappen não hesitou em reclamar da temperatura dos pneus nos testes da Pirelli
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

"Quando os pneus estão frios [em outras categorias], é muito fácil de aquecê-los. Não é como aqui [na F1]", salientou Magnussen, relembrando sua passagem de dez corridas pelo IMSA em 2021. "No ano passado, nós nunca tivemos cobertores térmicos, e nunca foi um problema. 50ºC aqui é um grande problema. Então, não ter os cobertores será um problema enorme", disparou.

Norris seguiu na mesma linha dos rivais de pista: remover os cobertores será perigoso para todos. O britânico da McLaren, que fará dupla com Oscar Piastri em 2023, destacou principalmente o fato de que os pilotos — principais responsáveis pelo aquecimento dos pneus — não querem a mudança.

"Essas foram as melhores condições possíveis para testar esses pneus: muito calor, pista quente e primeiro setor de alta velocidade para ganhar temperatura", disse o inglês em Austin. "E eles não foram bons. Foi muito fácil travar as rodas da frente, de trás, era completamente imprevisível. Basicamente, nenhum piloto quer isso", criticou.

"Pilotar um carro atual de Fórmula 1, desenhado especificamente com tanta aerodinâmica, sem ter sido feito para usar pneus frios…" preocupou-se Norris. "Não é como um carro de F2 ou F3, que você pode fazer qualquer coisa. Realmente não gosto disso. Teremos discussões sobre isso na Associação de Pilotos", encerrou.

Preocupado com a segurança, Lando Norris cobrou conversa na Associação de Pilotos
Preocupado com a segurança, Lando Norris cobrou conversa na Associação de Pilotos
Foto: AFP / Grande Prêmio

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Por fim, Bottas tentou ser mais comedido que seus colegas de profissão. O finlandês buscou demonstrar compreensão sobre a motivação por trás da ideia — diminuir o uso de energia elétrica e tornar a F1 mais sustentável —, mas reconheceu que a alteração pode trazer riscos à segurança dos pilotos e sugeriu uma mudança nos compostos.

"Com os pneus atuais, seria impossível em alguns casos", admitiu. "Se você coloca pneus duros em um pit-stop sem os cobertores hoje em dia, aqui no México, seria definitivamente muito arriscado e quase uma questão de segurança. Ou em uma pista de rua, um jogo de pneus completamente frios parece plástico nessa temperatura", alertou.

"Mas se os pneus mudarem e passarem a funcionar em uma janela muito maior [de temperatura], por que não?", questionou. "No momento, os pneus que usamos em Austin não combinaram com o cobertor de 50ºC. Estava muito, mas muito escorregadio no início. E era em Austin, que é quente. Em algumas pistas, seria um problema. Acho que todos deram seus feedbacks, a maioria dos pilotos não gostou. Mas se o composto for diferente, se funcionar frio e quente, por que não?", completou.

A resposta da Pirelli, ciente das críticas e das dificuldades dos pilotos com as baixas temperaturas dos pneus, foi de que os trabalhos continuarão em busca da "melhor solução" para o futuro. Simone Berra, chefe de engenharia da empresa na F1, argumentou que o aquecimento de 50ºC também possui seus benefícios.

"A ideia é que diminuir os cobertores para 50ºC, mas mantê-los por três horas, faz os pneus absorverem mais energia do que 70ºC por duas horas", explicou. "Então, do nosso ponto de vista, não estamos mudando a gama de compostos. Acho que é melhor continuar em 70ºC, como em 2022, mantendo o alvo de remover completamente os cobertores em 2024", salientou.

"Isso é algo que vamos investigar com os dados que tivemos no Texas e os dados que tivemos no México", prosseguiu Berra. "Vamos avaliar a fase de aquecimento dos pneus e mostrar à FIA, às equipes, a todos os envolvidos, e vamos tomar uma decisão para o ano que vem. Mas no momento, a decisão não está tomada", finalizou.

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Grande Prêmio
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