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Por que a F1 acabou com o reabastecimento?

Um debate recorrente na categoria é a questão do reabastecimento, obrigatório entre 1994 e 2009, mas qual foi a razão da proibição?

20 ago 2023 - 19h19
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David Coulthard reabastecendo durante o GP da Itália de 2004
David Coulthard reabastecendo durante o GP da Itália de 2004
Foto: Wikimedia Commons

A F1 mudou muito durante os anos, principalmente em questão de regulamento. Um grande problema que a categoria sempre teve foi a questão das ultrapassagens. Os anos 80 tinham dinâmicas de corridas bem monótonas, boa parte das provas eram decididas por quebras, algo comum na época. 

Em 1982, o engenheiro da Brabham, Gordon Murray, assistiu uma corrida da Indy e percebeu que os carros paravam para reabastecer. A lógica era: andar mais leve e poder acelerar mais. Havia a perda de tempo, mas a velocidade maior compensava. Assim, resolveu adotar essa tática nas corridas de F1, especificamente no GP da Gra-Bretanha de 82 e virou uma tendência, com todas as equipes começaram a fazer. A FIA decidiu banir o recurso para 1984, alegando segurança, mas o motivo foi outro: evitar um grande aumento de custo.

Em 1994, o reabastecimento voltou, com a FIA estava preocupada em melhorar a dinâmica da corrida. Trazendo este fator, a categoria esperava que as estratégias ficassem mais complexas. Isso fez com que até o começo dos anos 2000, fosse praticamente ilimitados os recursos durante a prova. Como não precisava se preocupar tanto com combustível, então se poderia andar bem mais rápido. Quem mais se aproveitou disso foi Michael Schumacher, se adaptando muito bem a esse estilo e imprimindo um ritmo de corrida impressionante. 

A FIA começou um grande corte de gastos na categoria a partir de 2003, obrigando as equipes a usarem o mesmo motor em qualificação e corrida. Até então era comum pilotos usarem cinco motores por final de semana. 

A entidade manteve essa política até 2009. Anunciando que para 2010 iria proibir, alegando corte de custo e o incentivo para as montadoras fazerem motores mais eficientes. Mas na verdade o motivo pode ter sido outro: a dinâmica de corrida. Ficou claro que o efeito do reabastecimento foi que as estratégias de corrida acabavam não se baseando em ultrapassagem na pista, mas sim no box. 

Os números comprovam que durante a era do reabastecimento (1994-2009) as ultrapassagens diminuíram. De 1993 para 1994, a média caiu de 24 para 18. A maior média durante a era do reabatescimento foi em 2003, foram 19 ultrapassagens. Em 2009, era 14 e subiu para 24 no ano seguinte, após a proibição. Em 2011, com o implemento do DRS e pneus de alta degradação, subiu para incríveis 43.

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