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Porsche oficializa morte de acordo com Red Bull. Que responde: "Temos DNA diferente"

Depois de muitas especulações e até acordos pré-oficializados, a Porsche confirmou nesta sexta-feira (9) que desistiu da parceria com a Red Bull na Fórmula 1 a partir da temporada 2026. O motivo, segundo a marca alemã, foi que o acordo não seria "baseado na igualdade"

9 set 2022 - 09h18
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Red Bull e Porsche não vai mais acontecer
Red Bull e Porsche não vai mais acontecer
Foto: Jeroen Claus/Instagram / Grande Prêmio

O tão esperado casamento entre Porsche e Red Bull não vai mais acontecer. A marca alemã pertencente ao Grupo Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (9) que as duas empresas chegaram a um acordo e desistiram da parceria na Fórmula 1 a partir da temporada 2026.

O motivo, segundo o comunicado emitido pela Porsche, foi a resistência da base em Milton Keynes em ceder metade do controle da equipe. Os alemães alegaram desde o início das negociações que o interesse é que a parceria fosse "em pé de igualdade", o que significaria para a Porsche não ser apenas a fabricante dos motores, como também proprietária de 50% da Red Bull.

Audi e Porsche, marcas do grupo Volkswagen
Audi e Porsche, marcas do grupo Volkswagen
Foto: Reprodução / Grande Prêmio

"Nos últimos meses, a Dr. Ing. h.c. F. Porsche AG e a Red Bull GmbH conversaram sobre a possibilidade da entrada da Porsche na Fórmula 1. As duas empresas chegaram juntas à conclusão de que essas negociações não serão levadas adiante", diz o comunicado oficial emitido pela marca alemã.

"A premissa sempre foi que uma parceria seria baseada na igualdade, o que incluiria não apenas uma parceria de motores, mas também entre a equipe. Isso não poderia ser alcançado", continuou, deixando, no entanto, aberta a possibilidade de entrar na F1 a partir da temporada 2026, mas seguindo outro caminho. "Com as mudanças de regras definidas, a categoria continua sendo um ambiente atraente para a Porsche, e ele continuará sendo monitorado", encerrou a nota.

Christian Horner, chefe da Red Bull, falou sobre o fim das negociações e disse que o projeto da fabricante alemã "não se encaixou" no DNA dos taurinos. "É claro que, com a Red Bull se tornando uma fabricante de motores em 2026, manter essas conversas sempre foi algo natural", disse o inglês à Autosport. "Essas discussões foram concluídas, e chegamos a um consenso de que não era correto o envolvimento com a Red Bull na F1", acrescentou.

"Nos comprometemos a ser uma fabricante de motores há um ano e meio, mais ou menos. Investimos massivamente em instalações e pessoal, e o primeiro motor da Red Bull foi acionado há um mês. Portanto, é um capítulo absurdamente empolgante para nós, e isso nunca dependeu de terceiros ou de um OEM (fabricante do equipamento original, da sigla em inglês). Definitivamente, isso nunca foi um pré-requisito", continuou Horner.

O dirigente dos taurinos ainda disse que "nunca houve uma discussão financeira", e que qualquer investimento seria aceito "apenas se isso se encaixasse no nosso DNA e na nossa estratégia a longo prazo". "A Porsche é uma grande marca, mas o DNA é bem diferente. Durante o processo de discussão, ficou claro que havia um desalinhamento estratégico."

"A Red Bull demonstrou do que é capaz na F1. E, sem dúvida, como uma equipe independente e agora fabricante de motores, estamos ansiosos para competir contra as OEMs, com o trem de força e o chassi", finalizou Horner.

Audi saiu na frente e já oficializou a entrada na F1 em 2026
Audi saiu na frente e já oficializou a entrada na F1 em 2026
Foto: Audi / Grande Prêmio

As especulações sobre a parceria entre Porsche e Red Bull começaram no ínício de abril, quando a Volkswagen deu sinal verde para a entrada das suas duas marcas esportivas, Porsche e Audi, a partir da temporada 2026. O ano em questão marcará uma grande mudança no regulamento técnico da Fórmula 1, dando início a uma nova geração de motores, mais voltados para a sustentabilidade.

Tudo parecia acertado quando, no dia 27 de julho, o site alemão Motorsport-total noticiou que o acordo entre Red Bull e Porsche ganhou força diante de um documento às autoridades antitruste do Marrocos que revelava os planos da parceria, incluindo a aquisição de 50% das ações do grupo taurino pela marca alemã — documento este que teria de ser comprovado dentro da União Europeia, bem como fora. O acordo inicial seria de dez anos, e a operação aconteceria em Milton Keynes, a sede da esquadra austríaca.

No dia 10 de agosto, mais um forte sinal da oficialização da parceria Porsche/Red Bull foi dado: a montadora de Stuttgart registrou a marca comercial "F1nally" — jogo de palavras com F1 e finally (finalmente, em inglês). Bastava a confirmação da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) sobre quais mudanças seriam promovidas na categoria para o anúncio, então, ser feito.

Elas vieram seis dias depois, após aprovação do Conselho Mundial do Esporte a Motor da FIA. Era o que faltava para Audi e Porsche, então, colocarem em prática os planos iniciais para finalmente ingressarem na elite do automobilismo mundial, e a marca das quatro argolas saiu na frente, anunciando que passaria a ser fornecedora de motores a partir de 2026. Há, no entanto, a possibilidade de a Audi também entrar na F1 como equipe — o plano inicial: mais uma vez, o Motorsport-total divulgou que a porta de entrada seria a compra de boa parte da Sauber, que compete sob o nome Alfa Romeo. O acordo ainda não foi oficializado, mas a marca italiana já anunciou que deixará a base de Hinwil ao final desta temporada.

Enquanto isso, Red Bull e Porsche começaram a entrar em crise antes mesmo da união ser sacramentada. O site alemão F1-Insider.com divulgou no início da semana que as duas partes ainda não haviam se entendido sobre a divisão das ações. A equipe recuou com a questão de perda de forças pelo número de ações vendidas, além do valor de mercado ter aumentado em comparação ao ano passado, quando as negociações iniciaram.

"Porsche não vai se tornar nossa acionista. Temos toda a oportunidade de construir nossos motores", comentou o consultor Helmut Marko ao site alemão na ocasião. A Red Bull também recuou na negociação pelo fator Honda, já que a montadora japonesa, parceira dos taurinos entre 2019 e 2021, considera um retorno em 2026 após sair do campeonato ao fim da temporada passada.

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