Prost defende "tradição" da F1 e pede: "Talvez pudéssemos ter menos corridas"
Tetracampeão mundial de Fórmula 1, Alain Prost criticou calendário de 23 etapas previsto para 2022 e se colocou contra as corridas sprint, novidade da categoria em 2021
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A Fórmula 1 se prepara para iniciar as disputas de 2022, com o GP do Bahrein marcado para iniciar o campeonato entre 18 e 20 de março, mas o novo regulamento técnico não será a única diferença da categoria neste ano. Com 23 corridas previstas no calendário — um recorde — a F1 entra em sua maior temporada da história, e Alain Prost, hoje consultor da Alpine, acredita que o grande número de etapas pode gerar efeitos negativos para a modalidade.
"É muito difícil para os times, as pessoas viajando, os mecânicos, engenheiros e chefes de equipe", argumentou. "Tem que continuar sendo excepcional. Lembro da primeira vez que tivemos três corridas em sequência e até para mim, eu estava perdendo um pouco do interesse de certa forma, porque estavam muito próximas. É um comprometimento entre o número de corridas, de fãs e obviamente o dinheiro que você pode gerar", disse.
A pandemia de Covid-19 trouxe incertezas ao calendário de 2021 e afetou o planejamento da temporada. Corridas como Canadá, China, Japão, Singapura e Austrália foram canceladas e substituídas por outros locais, como Portugal, Catar, Arábia Saudita, o retorno da Holanda desde 1985 e duas corridas no Red Bull Ring, na Áustria.
GP da Austrália aconteceu pela última vez em 2019, com vitória de Valtteri Bottas (Foto: LAT/Pirelli)
Para 2022, as etapas de Montréal, Suzuka, Marina Bay e Melbourne estão confirmadas. Por outro lado, Xangai continua de fora e retorna apenas em 2023, com acordo fechado para permanecer até 2025.
Além disso, o calendário ainda prevê duas rodadas triplas seguidas. Após a parada da 'silly season' no meio do ano, após o GP da Hungria, a F1 terá os GPs de Bélgica, Holanda e Itália em finais de semana seguidos. Com um final de semana de descanso, a F1 voltará a outra rodada tripla em seguida, com Rússia, Singapura e Japão.
"Mas se você consegue mais sucesso e traz mais patrocinadores, talvez pudéssemos ter menos corridas", considerou Prost. "Mas não parece ser o caminho que estamos seguindo", lamentou.
Alain Prost foi um dos grandes rivais de Ayrton Senna na F1 e venceu quatro títulos mundiais (Foto: LAT Photographic)
Por fim, Prost ainda comentou sobre as mudanças pelas quais a F1 vem passando nos últimos anos sob gestão da Liberty Media, e celebrou que a categoria continue recebendo novos fãs — inclusive com ajuda da série 'Drive to Survive', da Netflix. No entanto, em relação às corridas sprint, novidade de 2021 e que aparecerá ainda mais vezes em 2022, o tetracampeão mundial se colocou contra.
"Eu sou muito mais da tradição, e a Fórmula 1 deveria permanecer do jeito que é", opinou. "Temos cada vez mais jovens fãs com a série da Netflix, atraímos um público jovem que é fantástico. Eles claramente gostam desse tipo de corrida que temos visto, o sprint e a corrida de Lewis [Hamilton] no Brasil, mas a F1 precisa se manter mais tradicional", encerrou.
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