Quais são os passos para a Andretti tentar entrar na F1?
Anunciar a intenção de entrar na F1 com uma montadora não é o bastante para a Andretti. Ainda existem vários passos a ser definidos.
O anúncio feito na quinta (05/01) chamou a atenção de todos. Na esteira da fala feita pelo Presidente da FIA sobre a abertura de processo de intenção para a entrada de novas equipes na F1, a Andretti anunciou um acordo com a Cadillac para apresentar uma candidatura. Falamos bem disso aqui.
Porém, este foi o primeiro passo. Digamos que este foi o primeiro passo de uma longa caminhada...
Longe o tempo em que algum interessado que quisesse entrar na F1 bastava pagar uma taxa de entrada e montar um carro de acordo com o regulamento. Antes de tudo, é preciso que a FIA realmente inicie o processo de declaração de interesse. A última vez em que isso aconteceu foi em 2014.
O regulamento esportivo da F1 diz que uma equipe deve mostrar sua intenção pelo menos um ano antes e deve ter a aprovação da FIA. Após o malogro do processo de abertura de equipes em 2009, que permitiu a entrada de equipes mais fracas, o sarrafo aumentou em 2014. E de 10 interessadas, a Haas foi a única escolhida.
Este processo passou por análise técnica em termos de estrutura (instalações, maquinário, pessoal) e financeiro (não basta somente pagar a taxa de inscrição, mas também mostrar que tem condições de se bancar). Aparentemente, nestes dois aspectos, a Andretti não teria problema algum até onde se saiba.
Tem um aspecto que foi bem lembrado pelo Dieter Recnker no Racing News 365. Existe o processo da FIA que, em última instancia, é a autoridade que trata do aspecto desportivo da categoria. Porém, há a negociação com a Liberty Media, que é a dona dos direitos comerciais da categoria...
Para tal, é preciso a aprovação da dona e das demais equipes, especialmente no que se refere aos direitos de imagem. E ainda há uma situação curiosa: para quando que a FIA estaria abrindo vaga para uma nova equipe?
Tudo aponta para 2026, quando a F1 teria uma grande mudança técnica, com carros e motores novos. E para esta altura, um novo acordo comercial já estaria valendo ( o atual vale até 2025) Afinal, os tais US$ 200 milhões para compensação aos demais times ainda estariam valendo? Ou o novo acordo teria uma nova situação? A Andretti fecharia um acordo com base no atual acordo ou no de 26/30?
O fato é que a Andretti se prepara. Na sequência do anúncio, surgiu a informação de que a equipe já teria um acordo de fornecimento de motores acertado e que a Cadillac (entenda-se GM) não veria problemas nisso. Poderia ser até mesmo um modelo semelhante ao que a Alfa Romeo faz com a Sauber. Aí fica a aposta: Alpine, com que Michael Andretti conversou muito e adoraria ter um cliente, ou a Honda, que já tem ligações coma time na Indy e agora no IMSA e está voltando?
O fato é que a F1 recebeu a notícia com certa frieza, inclusive com um comunicado dizendo que aceitava o interesse de novos entrantes e lembrando que “qualquer novo entrante tem que ter um acordo com a F1 e a FIA”. Domenicali já tinha dito que o importante era qualidade no grid e não somente quantidade.
Por regulamento, um máximo de 26 carros são permitidos no grid. Desta forma, poderíamos ter o espaço para mais 3 times. No último processo de abertura, 10 interessados apareceram e somente a Haas foi aceita.
O fato é: a briga FIA x Liberty tomou mais um capítulo. Sulayem comprou a briga de Andretti e o americano conseguiu driblar uma das grandes resistências ao se alinhar a uma marca de peso. A ver os próximos passos.