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Qual será do futuro de Ricciardo após dispensa da McLaren?

Dispensado pela McLaren, Daniel Ricciardo perde status, mas ainda tem opções na Fórmula 1. Qual será seu futuro?

24 ago 2022 - 13h51
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Daniel Ricciaro fora da McLaren: hora de olhar para o futuro
Daniel Ricciaro fora da McLaren: hora de olhar para o futuro
Foto: McLaren / Twitter

É oficial: Daniel Ricciardo não correrá pela McLaren em 2023. O piloto chegou à equipe em 2021 e tem contrato válido até o fim do ano que vem, mas seus resultados aquém do esperado não vêm agradando a cúpula da equipe, que optou por encerrar a parceria ao final de 2022. Pela rescisão, Ricciardo deve embolsar cerca de 20 milhões de dólares, valor que receberia caso seu contrato fosse cumprido integralmente.

O simpático piloto australiano estreou na F1 na metade de 2011 pela nanica Hispania e fez duas temporadas na Toro Rosso antes de chamar a atenção do público ao bater o então tetracampeão Sebastian Vettel na Red Bull, em 2014. Os anos seguintes o credenciaram como um potencial campeão, mas o clima na equipe pesou quando Ricciardo sentiu que havia uma preferência por Max Verstappen. Em 2018, ele saiu rumo à Renault.

Na equipe francesa, um ano difícil em 2019 e uma melhora significativa em 2020. Parecia haver futuro na parceria, que evoluía a olhos vistos. Mas Ricciardo frustrou a equipe ao se mudar para a McLaren em 2021. Para o piloto, fazia sentido. Além do contrato multimilionário, ele estaria em uma equipe mais pronta que a Renault e em melhores condições de brigar por algo maior.

E, de fato, uma vitória veio. Em Monza, no ano passado, Ricciardo conquistou o único triunfo da McLaren desde 2012, em dobradinha com Lando Norris. Apesar de ser o responsável pelo resultado histórico, no cômputo geral, o jovem Norris teve uma temporada muito mais consistente, com 160 pontos contra 115 de Ricciardo.

Ricciardo celebra vitória em Monza 2021: bom resultado se mostrou exceção, e não regra.
Ricciardo celebra vitória em Monza 2021: bom resultado se mostrou exceção, e não regra.
Foto: McLaren / Twitter

Havia uma expectativa de um segundo ano melhor que o primeiro, como havia sido na Renault. Mas foi o contrário: a distância para Norris só aumentou. Com 13 corridas realizadas até o momento, Norris atropela, com 76 pontos ante 19 do australiano. Ficou difícil justificar a permanência de um piloto com salário e status de estrela sem resultados condizentes.

Sua saída já era esperada desde o imbróglio da Alpine, quando Oscar Piastri deu um sonoro “não” em público para a vaga de Fernando Alonso. Ali, ficou claro para o mundo da F1 que Piastri estaria negociando com a McLaren. Seu anúncio pela equipe laranja parece ser questão de tempo.

Como fica a situação de Ricciardo?

O piloto já declarou publicamente que tem vontade de permanecer na Fórmula 1 por mais tempo - quando também falou que queria cumprir seu contrato na McLaren. Fora da equipe laranja, suas opções se resumem a quatro, com maior ou menor probabilidade de concretização.

Com a boa grana que tem a receber pela dispensa, dinheiro não deve ser o fator motivador para um novo acordo. Mais que isso, Ricciardo vai querer provar um ponto: o de que ainda tem lenha para queimar e que pode voltar a ser competitivo. Sair nesse momento seria deixar a categoria pela portas dos fundos. Como se diz por aí: na F1, um piloto é tão bom quanto sua última corrida. E Ricciardo tem uma carreira maior do que sua passagem pela McLaren pode sugerir.

Alpine

Alonso na Alpine: posição está vaga para 2023
Alonso na Alpine: posição está vaga para 2023
Foto: Alpine / Divulgação

A primeira opção seria a Alpine, que segue sem definir um companheiro para Esteban Ocon após a saída da Alonso e a negativa de Piastri. Para a equipe, seria importante contar com a experiência de Ricciardo – algo que não se encontra no mercado com facilidade. Ele pode ser útil no projeto de evolução lenta e gradual da equipe. Seria retomar o que ele próprio largou em 2020.

Pesa contra a volta justamente a saída conturbada de Ricciardo do time, quando ainda se chamava Renault. Atenua o fato de que a equipe passou por uma reestruturação desde então. Saíram Cyril Abiteboul, Marcin Budkowski e Alain Prost, os cabeças daquela época, e chegaram Otmar Szafnauer e Davide Brivio. O remanescente de quando a equipe era amarela é apenas o CEO Laurent Rossi.

Um retorno de Ricciardo demandaria aparar arestas que podem ter restado, mas pode ser interessante para ambos os lados. No momento, seria a única opção verdadeiramente competitiva, já que a Alpine é equipe que mais se aproxima das três grandes em termos de desempenho. Trocar a McLaren pela Alpine, nesse sentido, seria equivalente à troca inversa que o próprio Ricciardo fez de 2020 para 2021.

Haas

Haas ainda não definiu o companheiro de Magnussen para 2023
Haas ainda não definiu o companheiro de Magnussen para 2023
Foto: Haas F1 / Twitter

Outro caminho seria a Haas, que ainda não decidiu se renova com Mick Schumacher ou busca outro piloto no mercado. É outra equipe que mostra evolução, apesar de estar abaixo do nível de McLaren e Alpine, por exemplo.

Para a equipe, ter dois pilotos rodados como Ricciardo e Kevin Magnussen poderia ser um trunfo interessante (o exato oposto do que teve em 2021 com Mazepin e Schumacher). Uma chance de ouro para alavancar de vez o desempenho do carro e brigar com mais consistência no pelotão intermediário. Como trunfo, Ricciardo é um rosto popular nos Estados Unidos, país de origem da equipe.

Para Ricciardo, seria um passo atrás em termos de competitividade e briga por sonhos maiores. Também seria um downgrade em termos financeiros. A equipe não pode oferecer salários próximos aos que Ricciardo tinha na Red Bull, na Renault e na McLaren. Mas, como dito anteriormente, isso tende a ser um problema menor, já que o piloto ainda tem um valor expressivo a receber pela rescisão.

Alfa Romeo

Ricciardo caberia na Alfa Romeo?
Ricciardo caberia na Alfa Romeo?
Foto: Alfa Romeo / Twitter

O cenário é parecido com o da Haas: equipe em evolução, com um piloto confirmado para 2023 e outro com futuro incerto. Valtteri Bottas é o garantido, enquanto Guanyu Zhou, estreante, ainda não sabe se terá seu vínculo renovado para o ano que vem ou se ficará a pé. Zhou tem feito algumas boas apresentações, e seu renovação seria algo até natural. Mas será que a equipe ficará balançada tendo um piloto de mais peso, como Ricciardo, disponível no mercado?

Existe uma expectativa alta para a equipe no médio prazo, já que boatos bastante altos dizem que a Audi a comprará a partir de 2026. Isso faz dela uma opção interessante para pilotos que visem um projeto de vários anos. Mas será que Ricciardo, já com 33 anos e com sinais de declínio de performance, seria o nome ideal para esperar todo esse tempo de maturação de um projeto e colher frutos só depois?

Para Ricciardo, um contrato curto parece não fazer sentido, já que não há perspectiva de grande avanço em curto prazo. Seria para andar do meio do grid para trás, via de regra. E para liderar o projeto no médio prazo a equipe já conta com Bottas, integrado, de idade similar e que pode cumprir esse papel. Particularmente, me parece pouco provável.

Williams

Williams faria sentido em projeto mais longo
Williams faria sentido em projeto mais longo
Foto: Williams / Twitter

Por fim, a quarta opção na F1 é a Williams. A equipe renovou com Alex Albon mas ainda não escolheu o piloto do outro carro. Nicholas Latifi tem boas chances de ficar a pé, o que abriria uma vaga.

Depois de ser adquirida pelo grupo americano Dorilton Capital, a equipe está em situação financeira mais confortável e não depende (tanto) de pilotos pagantes. Ricciardo tem um nome de peso e poderia ser o símbolo dessa reconstrução da equipe, que sonha em voltar a ser uma das grandes no futuro. Mais ou menos como o time tentou fazer com Felipe Massa em 2014.

Da mesma forma que a Haas, a figura de Ricciardo tem valor no mercado norte-americano, o que pode ter alguma influência na escolha da equipe. Cabe lembrar, no entanto, que um dos pilotos que pleiteia a vaga na Williams é Logan Sargeant, que é americano, pupilo da equipe que começa a se destacar na F2.

O desempenho da Williams ainda está bem aquém do que Ricciardo está acostumado desde quando chegou à Red Bull. Sua ida a equipe parece fazer sentido apenas em um acordo de alguns anos, em que forneça sua experiência para liderar a reestruturação do time e possa colher alguns resultados no futuro. Um contrato curto significaria apenas para ficar na F1.

Fora da F1

A Fórmula Indy não é uma opção descartada
A Fórmula Indy não é uma opção descartada
Foto: NTT Indycar Series / Twitter

Caso nenhuma das opções dentro da F1 seja a escolha de Ricciardo (ou ele não seja a escolha de nenhuma das equipes), há vida no automobilismo fora da categoria. Os dois principais caminhos seriam a Fórmula Indy e o WEC.

A favor da Indy, pesa o fato de que Ricciardo tem vínculos com os EUA e, seguramente, várias equipes teriam interesse em contar com seu trabalho. Romain Grosjean, último piloto a fazer a troca da F1 pela F-Indy, declara que se sente mais leve e feliz na categoria norte-americana, e pode ser um influenciador para que Ricciardo siga o mesmo caminho.

Já o WEC, com seu novo regulamente de hipercarros, se mostra muito atraente para os próximos anos. Diversos fabricantes abraçaram o projeto e entrarão na categoria de endurance entre 2023 e 2024. Para listar alguns: Ferrari, Porsche, Lamborghini, BMW, Cadillac, Acura, Peugeot, além de Alpine, Toyota e SCG, que já têm equipes ativas. Certamente há espaço para Ricciardo em várias delas. E com status de estrela da companhia...

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