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Red Bull acerta em renovação com Pérez. E deixa claro que Gasly precisa de novos ares

Não há como discordar da renovação de Sergio Pérez com a Red Bull até 2024. O mexicano é valente nas disputas de pista, um ótimo companheiro para Max Verstappen e, principalmente, aprendeu a domar um carro que estava virando uma cadeira elétrica. Só que isso significa o fim da linha para Pierre Gasly no grupo, bem como fecha mais portas para nomes como Alexander Albon e até a turma mais jovem de F2 e F3

31 mai 2022 - 15h38
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Sergio Pérez mereceu a renovação
Sergio Pérez mereceu a renovação
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

A terça-feira (31) começou com a renovação de Sergio Pérez com a Red Bull até 2024. Uma notícia importante, sem dúvidas, mas nada surpreendente. O movimento era pedra cantada desde o fim de 2021, mas o início poderoso do mexicano na F1 2022 só serviu para chancelar tudo. Não há o que ser questionado: os austríacos acertam em cheio quando escolhem 'Checo' para ser o segundo piloto de Max Verstappen nos próximos anos.

Os motivos que levaram à renovação não são poucos. Veterano, Pérez entrega ao time algo que Pierre Gasly e Alexander Albon não conseguiram nos últimos anos: consistência. Sem precisar ser brilhante, sem ter de vencer muitas corridas, Sergio pelo menos está sempre ali por perto. Não é exagero dizer que a Red Bull voltou a ter dois carros competitivos só com a chegada do mexicano.

Outro ponto aí e que, de certa forma, está ligado com o primeiro, é a forma como Checo foi capaz de domar o carro. Sim, porque isso também era um problema grande e que se arrastava já desde o fim da passagem de Daniel Ricciardo. É que a Red Bull, como toda equipe, aliás, projeta seu carro mais ao estilo de seu principal piloto. O problema é que o estilo e Verstappen é um dos mais peculiares do grid.

Sergio Pérez é o companheiro ideal para Max Verstappen (Foto: Red Bull Content Pool)

Gasly e Albon cansaram de falar sobre isso e tentaram, sem sucesso, moldar o bólido às suas maneiras. Não deu certo e ambos duraram pouco no assento. Pérez foi mais sábio e também, sejamos justos, sortudos. Em 2021, passou o ano tentando se adequar a virar um Verstappen 2. Em 2022, com o novo regulamento, pegou um carro que nem é tão indomável assim. Os astros se alinharam.

Com esses dois fatores funcionando, a pressão em cima de Pérez foi infinitamente menor que o que sofreram Gasly e Albon. Menos acidentes, mais pontos, algumas incríveis defesas de posição que interferiram diretamente no título de Max em 2021, enfim, Sergio caiu nas graças de Christian Horner e Helmut Marko, por mais difícil que isso seja. E a renovação só mostra isso.

"Desde que entrou na Red Bull, Checo tem feito um trabalho fantástico. Ele já provou várias vezes que não é só um jogador magnífico de equipe, mas, à medida que o seu nível de conforto cresceu, foi se tornando uma força real a ser considerada no topo do grid. Este ano, ele avançou ainda mais, e a diferença para Max no Mundial diminuiu significativamente, evidenciada pela excelente pole em Jedá e pela incrível vitória em Mônaco", disse Horner após o anúncio de renovação, em uma frase que resume bem tudo aquilo que falamos na abertura do texto.

Pierre Gasly precisa sair logo da AlphaTauri (Foto: AlphaTauri)

Só que a gente não vai falar sobre a merecida renovação de Pérez. É hora de focarmos também no outro lado da história. E é óbvio que o primeiro nome que surge nisso é o de Gasly. Afinal, o que vai ser do talentosíssimo francês? Bom, acho que já dá para cravar o que não será, né?

Quando renovou com a AlphaTauri no fim de 2021, estava claro que Pierre apostava mais algumas fichas em que teria chances de novo na Red Bull, depois da turbulenta e curtíssima primeira passagem. Só que, com a renovação de Pérez, a porta fechou mais uma vez. E a verdade é que o francês não tem mais o que fazer por lá.

Gasly já é o maior piloto da história da equipe B da Red Bull e vai tendo um 2022 sofrido. É verdade que o francês não está tão brilhante quanto em 2020 e 2021, mas a AlphaTauri regrediu muito. O carro é bem pior, a confiabilidade é terrível e as estratégias da equipe são sofríveis. A frustração é evidente.

Sem a perspectiva de voltar ao time A, não faz mais o menor sentido Gasly ficar por lá. E a Red Bull, por mais que goste dele, pode ajudar. Recentemente, em entrevista, Marko contou que a última renovação de Pierre vale até 2023 e que o time não queria perdê-lo depois disso. Tudo bem, faz sentido, mas é hora de deixar o francês bater asas e voar.

Alexander Albon dificilmente terá futuro na Red Bull também (Foto: Williams)

Com Pérez renovado e a chance gigantesca de Daniel Ricciardo ter seu vínculo rompido com a McLaren no fim do ano, Gasly surge como opção real no time britânico em 2023. No cenário atual, nada poderia ser melhor. Só que, para isso, Pierre também tem de se desvincular da Red Bull. Seria melhor para todo mundo, talvez até para Daniel, que pode se reencontrar em outro lugar.

Outro que entra no balaio de possível fim da linha no esquema Red Bull é Alexander Albon. A temporada boa pela Williams talvez possa ser suficiente para mandá-lo de volta para a AlphaTauri, mas e depois disso? Para o tailandês, talvez seja já um bom cenário voltar para Faenza, mas o sonho de ter um carro mais competitivo nas mãos, esse esquece.

Por fim, o impacto na base da Red Bull, no sempre badalado programa de jovens pilotos. A renovação de Pérez tem todos os fatores já citados, mas também um muito importante: não tem ninguém da academia varrendo geral na base. E isso vale especialmente para Jüri Vips e, em menor escala, para Liam Lawson e Dennis Hauger, os nomes que eram vistos como mais prováveis na F1 nos próximos anos.

O trio não faz uma F2 2022 incrível e já vai ficando bem longe de Felipe Drugovich, que disparou na liderança do campeonato. Para piorar, todos estão atrás na tabela de Jehan Daruvala, indiano que, certamente, era o menos cotado da turma da Red Bull na categoria.

No fim, a sequência de Checo gera um efeito-cascata no resto do grupo Red Bull. A saída de Gasly se torna questão de tempo, a de Albon fica mais possível e a subida dos meninos da F2 e da F3, pelo menos para o time principal, cada vez mais improvável.

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