Red Bull admite erro da direção de prova em Abu Dhabi: "Diminuiu título de Verstappen"
Christian Horner reconheceu o erro de Michael Masi durante o safety-car acionado nas voltas finais do GP de Abu Dhabi, em 2021, mas criticou a forma como a FIA lidou com o ex-diretor de prova da F1
E finalmente a Red Bull admitiu que, sim, a decisão do título da Fórmula 1 2021 entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, no GP de Abu Dhabi, ficou manchada pelos erros da direção de prova, na pessoa de Michael Masi. A declaração de Christian Horner foi feita ao The Cambridge Union, e o inglês ressaltou ainda que lamentou bastante a falta de apoio da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a Masi após a final polêmica.
Na corrida que encerrou a temporada 2021, em Yas Marina, Hamilton e Verstappen chegaram empatados na tabela. Tudo caminhava para o octacampeonato do piloto da Mercedes quando o safety-car foi acionado na 54ª volta de 58 por conta de Nicholas Latifi. Masi, então, autorizou apenas que os carros entre os postulantes ao título — Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel — ultrapassassem o líder e realinhassem nas posições corretas, e não todos os retardatários, como dizia o regulamento.
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Esse, porém, não foi o único erro da direção de prova, uma vez que as regras determinavam que o safety-car deveria permanecer na pista por mais uma volta após o realinhamento do grid — ou seja, pelo número de voltas restantes, o GP de Abu Dhabi deveria ter terminado sob bandeira amarela.
A ordem de Masi acabou sendo determinante para a conquista de Verstappen, que ficou imediatamente atrás de Hamilton e, com pneus mais novos, não teve dificuldades para ultrapassar o #44 e conquistar o seu primeiro título na elite do automobilismo mundial.
"Ele errou ao não permitir que todos os retardatários recuperassem a volta [para a relargada]", disse Horner. "Apenas três carros não foram autorizados a passar e tiveram de ficar no fim do pelotão", acrescentou o dirigente, reconhecendo que todo o frenesi pós-corrida acabou ofuscando a conquista do atual #1 do grid. "É uma pena, já que as conquistas de Max no passado foram diminuídas pelos eventos em Abu Dhabi."
Polêmicas à parte, Horner não ficou satisfeito com a forma como Masi foi massacrado não só pela rival Mercedes, que saiu derrotada, mas também pela crítica geral. E o chefe dos taurinos questionou principalmente a falta de suporte da FIA. "Foi muito duro ele ter sido ridicularizado em público, insultado na internet, e a federação não tê-lo apoiado."
"Sentimos que muitas decisões no passado foram contra nós, seja a bandeira amarela na classificação no Catar ou o incidente em Silverstone, com Lewis. Mas senti muito por ele, pois deveria ter recebido mais apoio depois disso [Abu Dhabi], pois estava em uma posição incrivelmente difícil", avaliou Horner, dizendo que ficou "decepcionado" com a forma como a FIA lidou com Masi. "Ele deu o seu melhor como diretor de prova mesmo sob pressão. Sempre ficou claro que estaria sob pressão para reiniciar a corrida. Ninguém queria ver o Mundial terminar com o carro de segurança."
Sobre o protesto da Mercedes contra os eventos no circuito de Yas Marina, o líder da Red Bull não perdeu a oportunidade de dar uma cutucada na rival, questionando como teria sido a opinião pública se Hamilton tivesse terminado o ano campeão pela oitava vez na F1.
"Acho que se não tivessem feito o processo de apelação e todo o barulho após a corrida, teria sido um problema muito menor do que se fosse o contrário. Às vezes me pergunto como teria sido se Lewis Hamilton tivesse vencido na última volta. Ele teria sido herói ou vilão?", indagou Horner.
"A verdade é que um campeonato é conquistado numa temporada inteira, não em uma única corrida. Acho que pela maneira como Max pilotou, às vezes sem ter o melhor carro, e pelas performances que teve no passado, ele mereceu o título 100%", finalizou.
Após toda a controvérsia, a FIA decidiu alterar o texto do artigo 55.13 do regulamento esportivo, deixando claro que todos os carros que estão uma volta atrás poderão ultrapassar o líder e o safety-car assim que a direção de prova autorizar.
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