Red Bull defende Verstappen por treta com Pérez em SP: "Aceitamos argumentação dele"
Equipe taurina admitiu erros no GP de São Paulo, em Interlagos. Em nota, time dos energéticos afirmou que colocou o holandês "em situação comprometedora" — já que o pedido para ceder posição a 'Checo' só foi feito no fim da corrida, sem maiores explicações
A Red Bull soltou um comunicado oficial nesta quinta-feira (17), antes do GP de Abu Dhabi, para 'colocar uma pedra' no que aconteceu em Interlagos. A equipe taurina saiu em defesa de Max Verstappen, após o holandês se recusar a ceder posição para o companheiro de equipe, Sergio Pérez, no GP de São Paulo de Fórmula 1.
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Na nota, a Red Bull afirmou que colocou o bicampeão mundial em uma "situação comprometedora", reconheceu erros na condução do pedido e admitiu: deveria ter dado mais tempo e explicação a Verstappen.
"Como um time, cometemos alguns erros no Brasil. Nós não tínhamos previsto a situação que se desenrolou na última volta e não concordamos com uma estratégia para tal cenário antes da corrida. Lamentavelmente, Max (Verstappen) só foi informado do pedido para ceder a posição na última curva, sem que todas as informações necessárias tivessem sido transmitidas a ele. Isso colocou Max, que sempre foi um jogador de equipe aberto e justo, em uma situação comprometedora com pouco tempo para reagir — o que não era nossa intenção", começa o comunicado taurino.
"Após a corrida, Max falou aberta e honestamente, permitindo que os dois pilotos resolvessem quaisquer preocupações ou problemas pendentes. A equipe aceita a argumentação de Max. A conversa é um assunto pessoal, que continuará privada entre o time. Nenhum comentário adicional será feito", seguiu a nota.
Na lendária pista paulistana, o holandês passou o mexicano para tentar atacar Fernando Alonso, então quinto colocado, mas não conseguiu. Na última volta, o pedido foi no caminho inverso: se não desse para passar, que o bicampeão mundial devolvesse a posição para o companheiro. Verstappen afirmou que não faria isso e que era para a equipe "não perguntar de novo" porque ele "já tinha dado os motivos".
Foi o começo de uma verdadeira novela. Ainda no carro, Pérez ironizou. "Obrigado, pessoal. Isso mostra quem ele realmente é". Depois, seguiu atacando o companheiro de equipe. "Acho que, se ele tem dois títulos, agradeça a mim. Depois de tudo que fiz por ele, estou um pouco desapontado", completou 'Checo'.
Pérez briga com Charles Leclerc pela segunda posição no Mundial de Pilotos. Com a 7ª colocação em Interlagos — e a 4ª posição do piloto da Ferrari —, os dois estão empatados na tabela. No entanto, o monegasco tem a vantagem por ter vencido 3 corridas no ano, contra 2 de 'Checo'.
Após a corrida em Interlagos, a Red Bull correu para colocar panos quentes na situação. Verstappen, apesar de prometer ajudar Pérez em Abu Dhabi, ignorou as queixas e confirmou que não cedeu a posição por algo que "aconteceu no passado" — segundo a imprensa holandesa, o bicampeão mundial se vingou do ocorrido em Mônaco, quando Pérez bateu em sua última volta rápida no Q3, negando a Verstappen a chance de conquistar a pole-position. 'Checo' acabou vencendo a corrida no dia seguinte, e admitiu a Christian Horner e Helmut Marko que bateu de propósito no treino classificatório.
O comunicado da Red Bull nesta quinta-feira (17) também condenou os ataques virtuais após o ocorrido. Vale lembrar que, no Instagram, a mãe de Verstappen acusou Pérez de trair a esposa — confirmando o ambiente hostil nas plataformas sociais.
"Os eventos que se sucederam, de um ponto de vista das redes sociais, são completamente inaceitáveis. O abuso online direcionado a Max, 'Checo', o time e suas respectivas famílias é chocante e entristecedor — lamentavelmente, algo que nós, como esporte, temos que abordar com uma deprimente regularidade", afirmou o time dos energéticos.
"Não há lugar para isso no automobilismo ou na sociedade como um todo, e precisamos fazer melhor. No fim do dia, isso é um esporte, e estamos aqui para correr. Ameaças de morte e discurso de ódio para membros de nossas família é deplorável. Nós valorizamos a inclusão e queremos um espaço seguro para todos trabalharem e aproveitarem nosso esporte. O abuso precisa parar", finalizou a nota.
O GRANDE PRÊMIO cobriu o GP de São Paulo de Fórmula 1 'in loco' com Ana Paula Cerveira, André Netto, Evelyn Guimarães, Felipe Leite, Gabriel Curty, João Pedro Nascimento, Luana Marino, Rodrigo Berton, Pedro Henrique Marum e Victor Martins. A F1 encerra a temporada com o GP de Abu Dhabi já entre os dias 18 e 20 de novembro.
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