Rei de Mônaco e da chuva: as 10 provas que consagraram Senna
Nos seus dez anos de Fórmula 1, Ayrton Senna correu em 162 Grande Prêmios, vencendo 41 deles e conquistando incríveis 65 pole positions, um aproveitamento de aproximadamente 40% em todos os treinos que disputou na categoria. Algumas provas são mais memoráveis que outras, como sua primeira em Mônaco, na qual levou a sua Toleman para a segunda posição no pódio, a primeira – e impressionante – vitória da carreira e também o primeiro lugar que lhe foi tirado e o fez pensar em abandonar as pistas.
Confira abaixo em um resumo das dez maiores corridas do ícone nacional do automobilismo, cuja morte abalou o esporte mundial no dia 1º de maio de 1994.
Segundo lugar no Grande Prêmio de Mônaco (3/6/1984)
Em um dia chuvoso, que atrasou em 45 minutos o início de GP, Ayrton Senna chamou a atenção do mundo em sua modesta Toleman ao pular da 13ª posição, na qual ele largou, para a vice-liderança da prova, que terminaria com apenas oito pilotos no circuito de rua. Encerrada por bandeira vermelha, a corrida marcou a primeira vez que o brasileiro registrou a volta mais rápida.
Vitória no Grande Prêmio de Portugal (21/4/1985)
Correndo pela Lotus, Ayrton Senna voltou a impressionar o mundo pela sua ousadia na pista enquanto chovia. Destemido, o brasileiro conquistou a pole position em Estoril e mostrou superioridade em relação aos seus adversários, encerrando a prova tendo dado uma volta em todos os outros pilotos exceto o segundo colocado, o italiano Michele Alboreto. Um desempenho brilhante na primeira vitória da carreira Senna na Fórmula 1. No mesmo ano, ele voltaria a vencer no GP da Bélgica e fecharia a temporada como quarto melhor piloto.
Após iniciar a temporada de 1986 com um segundo lugar no GP de Interlagos, Ayrton Senna conquistou a pole position em Jerez de la Frontera, na Espanha, e segurou uma das vitórias mais apertadas da história da F1. Com pneus desgastados e Nigel Mansell tirando segundos de vantagem a cada curva da última volta, o brasileiro se defendeu na reta final e cruzou a linha de chegada 0s014 na frente do britânico.
Vitória no Grande Prêmio de Detroit (22/6/1986)
O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo de 1986 no dia 21 de junho, ao perder nos pênaltis para a França de Michel Platini. No dia seguinte, no GP de rua de Detroit, Ayrton Senna conquistaria a quarta vitória da sua carreira em uma corrida disputada, com seis trocas de liderança. No fim, após cruzar a linha de chegada, Senna parou seu carro e pegou pela primeira vez uma bandeira do Brasil, a qual ele exibiu enquanto dava uma volta a mais no circuito de dentro da sua Lotus.
Vitória no Grande Prêmio do Japão (30/10/1988)
Mais uma vitória após uma pole position, mas desta vez a vida de Ayrton Senna não foi facilitada por largar na primeira posição. O brasileiro teve problemas na largada e caiu para a 14ª colocação, da qual ele se recuperou rapidamente, pulando para o quarto lugar em quatro voltas. Dez voltas depois, a chuva começou a cair no circuito de Suzuka e Senna se aproveitou das condições climáticas e do retardatário Andrea de Cesaris para ultrapassar seu companheiro Alain Prost, vencer o GP e conquistar matematicamente seu primeiro título da categoria.
Senna voltou a Suzuka um ano depois da corrida do seu primeiro título na F1 precisando de uma nova vitória no Japão para manter vivas as chances do bicampeonato. Após uma largada ruim, o brasileiro ficou atrás do seu companheiro de McLaren e rival pessoal Alain Prost, o qual ele perseguiu por 40 voltas esperando forçar um erro. Este não apareceu e Senna partiu para o ataque. Os dois pilotos colidiram, Prost se retirou da corrida, mas o brasileiro não desistiu. Com um empurrão dos fiscais que foram dar suporte após a batida, Senna voltou para a pista, trocou o bico danificado do carro e conseguiu a vitória. O ataque a Prost, no entanto, resultou na sua desqualificação do GP e no fim das chances do segundo título da carreira. Depois do ocorrido, o brasileiro cogitou abandonar o automobilismo, por considerar a decisão fora das pistas injusta.
Vitória no Grande Prêmio do Brasil (24/3/1991)
Ayrton Senna debutou na F1 em 1984, mas só foi vencer diante dos torcedores brasileiros em 1991. Em Interlagos, o brasileiro sofreu para cruzar a linha de chegada, apesar de liderar a corrida toda. Senna largou na ponta e continuou nela durante a prova, mas problemas na caixa de câmbio quase fizeram com que ele abandonasse. Obrigado a correr em marcha alta, Senna cruzou a linha de chegada com 2s9 de vantagem em relação a Ricardo Patrese, segundo colocado.
Tendo largado na terceira posição em Mônaco, GP famoso pela dificuldade de conseguir ultrapassagens, Ayrton Senna passou a prova inteira correndo atrás de Nigel Mansell, que liderava sem ser ameaçado pelo brasileiro. O britânico, no entanto, foi obrigado a fazer um pit stop na 71ª volta, momento que Senna aproveitou para ultrapassá-lo e se defender nas voltas restantes antes de cruzar a linha de chegada na primeira colocação pela quinta vez no principado.
Vitória no Grande Prêmio do Brasil (28/3/1993)
Em um turbulento GP de Interlagos, Ayrton Senna não conseguiu superar as Williams nos treinos qualificatórios e, largando da terceira posição, o piloto alternou sua colocação com Damon Hill duas vezes, caiu para o quarto lugar atrás de Schumacher até a chuva começar a cair no circuito. Brasileiro, alemão e britânico trocaram seus pneus, mas o líder Prost preferiu continuar com os mesmos de quando a pista estava seca. O francês acabou perdendo controle e, depois da bandeira amarela, Hill era o líder, seguido por Senna, que conseguiu a ultrapassagem para a vitória nos boxes, ao recolocar os pneus para pista seca.
Vitória no Grande Prêmio de Europa (11/4/1993)
Depois da vitória disputada no GP do Brasil do mesmo ano, Senna voltou a ficar distante da pole position no GP da Europa da mesma temporada. Largando atrás de Prost, Hill e Schumacher, o brasileiro caiu para o quinto lugar ao ser ultrapassado por Karl Wendlinger, mas reagiu e deixou para trás todos os quatro pilotos que estavam na sua frente. Senna se manteve na liderança até ter um problema no seu segundo pit stop, para colocar pneus de pista seca, no qual perdeu 20 segundos e o primeiro posto para Prost. A chuva voltou a cair no circuito britânico, mas o brasileiro optou por não colocar pneus para pista molhada e retomou a ponta, para não deixá-la até o fim.
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