Russell se mostra adaptado à Mercedes, mas dá primeiros sinais de frustração com W13
Em duas corridas como titular da Mercedes, George Russell demonstrou adaptação ao carro da equipe. Entretanto, cada vez mais expõe seu incômodo com os quiques e o nível do W13 em geral
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George Russell entrou na Fórmula 1 ainda em 2019 e passou todos os seus anos desde então como piloto da Williams, apenas esperando o chamado da Mercedes que não era segredo que viria. O sonho do britânico — e de todos aqueles que conseguem alcançar o nível máximo do automobilismo — era ter um carro competitivo que lhe possibilitasse brigar por vitórias e o título.
Assim, nada melhor do que a equipe que venceu nada menos do que os oito últimos Mundiais de Construtores, absolutamente todos na Era Híbrida, e teve também o campeão de pilotos em sete dessas oportunidades — a exceção foi justamente o último campeão, Max Verstappen, da Red Bull. E após passar por todo esse processo, Russell enfim recebeu o tão aguardado chamado no ano passado. E agora, ironicamente, encontra a equipe na pior forma desde 2013.
A verdade é que ainda não se sabe exatamente quais são os problemas da Mercedes, já que eles parecem surgir de todos os lados. Carro que mais sofre com o quique em todo o grid da F1, o W13 simplesmente não consegue se adaptar à nova aerodinâmica da categoria como os outros. Até uma lateral diferente foi criada, praticamente sem sidepods, em jogada que ainda não apresentou a efetividade esperada.
George Russell abriu sua caminhada na Mercedes com um quarto lugar no Bahrein (Foto: Mercedes)
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E quem dera — para a Mercedes — que o quique fosse o único problema. A unidade de potência fabricada pela equipe alemã — indiscutivelmente a mais forte da Era Híbrida até 2021 — parece não ter conseguido acompanhar os rivais de Ferrari e Honda: todos os seis últimos colocados na corrida de abertura, no Bahrein, utilizavam motores Mercedes.
Na classificação para o GP da Arábia Saudita, a história se repetiu: no grid de largada em Jedá, os últimos seis tinham a unidade de potência da escuderia alemã em seus monopostos — incluindo Lewis Hamilton, que alcançou seu pior resultado em ritmo normal de treino nos últimos 13 anos. A Mercedes, por sua vez, nega qualquer deficiência em seu motor.
Assim, Russell já começa a dar sinais de impaciência. No Bahrein, andou o tempo inteiro atrás do companheiro e se manteve no posto até o final: o heptacampeão conseguiu um inesperado pódio, em quarto, e George se manteve em quinto. Em Jedá, a história foi diferente.
George Russell demonstrou preocupação com distância para rivais (Foto: Mercedes)
Russell foi o responsável por carregar a Mercedes na Arábia Saudita, já que o heptacampeão teria de largar do fundo do pelotão — o #63 não apresentou a mesma dificuldade do #44 e conseguiu garantir o sexto lugar no grid de largada. George fez uma corrida sem erros e sem sustos, conseguiu a quinta colocação — máximo que a equipe visa atualmente, já que Ferrari e Red Bull estão claramente à frente — e deixou clara sua insatisfação.
É evidente que Russell não foi para a Mercedes brigar pelo quinto lugar, ou até mesmo pelo pódio: ele quer vencer. E também é naturalmente curioso que a equipe não possa oferecer isso pela primeira vez em nove anos — e justamente na vez dele. Assim, já se ouvem os primeiros pedidos para que o W13 apresente mudanças de forma mais rápida, pois a diferença de pontos construída agora, no início, pode ser irrecuperável mais tarde.
O britânico se preparou única e exclusivamente para ocupar o posto no qual está agora, mas quando sua hora chegou, a equipe não conseguiu lhe oferecer um conjunto vencedor. Aparentemente adaptado ao carro da Mercedes, Russell não encontra meios de alcançar o objetivo que traçou antes de chegar ao time de Toto Wolff. E os primeiros sinais de frustração já puderam ser vistos.
Enquanto a Mercedes busca alguma forma de melhorar o desempenho dos carros, Russell cobra que essa melhoria chegue mais rápido. O campeonato já começou, a Mercedes ficou bem atrás das duas principais equipes da Fórmula 1, e George provavelmente não esperava por isso. Agora, resta observar as cenas dos próximos capítulos.
Os quiques do W13 estão tirando o sono de George Russell e de toda a Mercedes (Foto: Mercedes)
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