Tempo de desenvolvimento na F1: quem ganha e quem perde?
Como preveem as regras, a quantidade de horas de tunel de vento e computadores é rearranjada. Veja quem ganha e quem perde até o fim do ano
Muito se fala na questão do desenvolvimento na F1. Sempre foi um ponto importante, porém nos últimos tempos ganhou um peso enorme. E com a introdução do novo regulamento, com a limitação de gastos e ferramentas de desenvolvimento, teve uma nova abordagem.
Não podemos ignorar que este é o mais próximo que a F1 se permitiu chegar do Balanço de Performance (BoP) que vemos em outras categorias (WEC, por exemplo). Falar em lastro ou restrição de potência diferenciada causa calafrios. Mas se chegou a este meio termo em questão de desenvolvimento.
A ideia é simples: quem tem mais pontuação, que tem mais sucesso, tem menos tempo de desenvolvimento. A lógica é interessante e tem em mente que, no médio longo prazo, permita um equilíbrio entre os times.
Claro que aqueles que tiverem melhores técnicos e ferramentas seguirão à frente. Temos a Red Bull este ano para comprovar, já que sofreu um corte de 10% em sua quantidade de desenvolvimento até outubro e aparentemente não sofreu tanto. Mas é uma forma de tentar equilibrar.
Desde 2021, ficou decidido que a pontuação do campeonato de construtores seria como base para a distribuição da quantidade do uso de túnel de vento e computadores. E esta distribuição seria revisada em dois momentos do ano: de 1º de janeiro até 30 de junho, vale o resultado final do campeonato do ano anterior; A partir de 1º de julho até 31 de dezembro, vale o resultado do campeonato corrente até 30/06. Está tudo isso no Anexo 7 do Regulamento Esportivo da F1 no site da FIA.
Como o GP da Áustria será disputado no início de julho, vale a situação final do campeonato após o GP do Canadá. E o quadro fica assim:
Diante do quadro, 2 ficam na mesma situação, 4 ganham quantidade e 4 perdem. Mas como é calculado? A quantidade é estabelecida no início do ano e controlada pela FIA. Quando se inicia a 2ª janela, é abatida a quantidade utilizada na primeira fase do ano, mas não podendo a soma passar a quantidade final. Caso haja descumprimento, a equipe perde 10 vezes a quantidade de tempo usado a mais em um outro período de uso: por exemplo: se um time usa 325 unidades quando tinha direito a 320, só pode usar 270 no seguinte. Ou seja: 5 x 10 = 50).
Por exemplo: a Ferrari começou o ano com 240 horas de testes de túnel de vento em cada período de tempo (ATP) por ter ficado em 2º lugar no campeonato de 2022, em um total de 720 no primeiro semestre. A partir de 1º de julho, os italianos poderão usar 272 horas por período (total de 1020 horas). Em um momento de foco no carro de 2024, é um ganho importante...
Neste momento, os times começam a intensificar o desenvolvimento do projeto de 2024 e este saldo pode ser determinante para ajudar a tirar diferenças ou até mesmo para liberar mais algum ritmo para este ano. Lembrando que a Red Bull acaba por ganhar alguma coisa pois a sua punição termina em outubro, justamente quando abre a ultima janela de desenvolvimento em tunel de vento prevista por regulamento.