“Verstappen não é nada arrogante”, diz ex-colega de Red Bull

Alex Albon, atualmente na Williams, foi entrevistado no podcast 'Beyond the Grid', realizado pela própria Fórmula 1. Um dos temas abordados pelo anglo-tailandês foi a relação com Max Verstappen, com quem dividiu a garagem da Red Bull por um ano e meio, entre a metade de 2019 e o fim de 2020.

Assim como Pierre Gasly, Albon foi ofuscado por Verstappen e passou por momentos complicados no time taurino. Não é segredo para ninguém que a equipe trabalha em torno de Verstappen, o que dificulta a vida do segundo piloto. Mesmo sendo, de certa forma, “vítima” da priorização a Verstappen, Albon afirma compreender a escolha do time: "Enquanto o cara está entregando, a equipe não tem motivo para fazer outra coisa”.

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O piloto de 26 anos falou sobre a personalidade do atual campeão mundial: “Ele é muito direto. Um dos mais diretos, para ser preciso. Ele tem um alto nível de autoconfiança – o que você teria mesmo, por ser campeão mundial. Mas ele tinha isso desde antes" afirmou. "Para ser sincero, acho que ele está numa posição em que não precisa ser político. Ele pode deixar suas ações na pista falarem por si mesmo.”

Esse perfil direto e autoconfiante, comum a tantos pilotos do primeiro escalão, pode passar uma imagem de arrogância. Pelo menos é como interpreta Albon. Mas ele próprio faz questão de frisar que é apenas impressão: “As pessoas às vezes o veem como arrogante. Mas eu não acho que ele seja assim, de forma alguma. Ele é muito determinado, muito faminto, seguro de si. Mas não é arrogante."

Comparação com Marc Marquez

A Red Bull não esconde que tem feito seus últimos carros ao gosto de Verstappen, que tem preferência por um estilo de pilotagem bastante particular. E esse é um dos fatores que tornam a vida de seus companheiros ainda mais difícil.

Albon falou sobre essa situação traçando um paralelo com um supercampeão da principal categoria de duas rodas: "É uma comparação talvez estranha, mas se você pegar a MotoGP, o Marc Marquez tem um estilo de pilotagem muito específico. Funciona para ele e ele é rápido com isso, mas nem sempre é fácil adquirir esse estilo de pilotagem."

Perguntado sobre como é esse estilo de Verstappen, Albon explicou: “Claro que Max está no limite. Ele gosta de um carro grudado na dianteira. Ele quer se divertir. Isso não é fácil para seu companheiro de equipe".

Para ele, Sérgio Perez, atual colega de Verstappen, também sofreu para se adaptar: “Checo notou isso no ano passado também. E este ano também, na verdade... As novas regras, os novos carros mudaram um pouco o equilíbrio. 'Checo' está fazendo um ótimo trabalho. Mas ele [Max] é supertalentoso e gosta do carro de uma certa maneira que é difícil para nós seguirmos.”

O piloto falou que sua preferência é por um acerto similar ao de Verstappen: “Mesmo antes de pilotar com o Max, eu sempre gostei de bastante aderência na dianteira, eu sempre tive muito mais dianteira do que qualquer um com que corresse comigo. Desde o kart até a GP3 com o Charles [Leclerc], e eu ainda gosto de carro dianteiro.”

O problema, segundo Albon, é que o holandês leva esse acerto a um nível extremo, difícil de acompanhar: “O Max estava em um outro patamar, em outra seção, ele gosta de outro mundo em termos de dianteira. Pode soar estranho, mas eu gosto de carro assim, mesmo que não pareça por conta de 2020”, afirmou, se referindo às dificuldades que teve quando foram colegas.