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Verstappen perto do bi, FIA em xeque e briga da quarta força: o que ainda vale na F1 2022?

Max Verstappen chega a Singapura com chance de encerrar a disputa pelo título da temporada 2022, mas o Mundial ainda tem outras histórias cujos desfechos merecem a atenção dos fãs

28 set 2022 - 04h02
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Largada do GP da Espanha
Largada do GP da Espanha
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

A Fórmula 1 ainda tem mais seis corridas pela frente até o final da temporada 2022, e ao contrário do que se viu no último ano, o desfecho caminha com certa tranquilidade para o segundo título de Max Verstappen, além do retorno iminente da Red Bull como campeã entre os Construtores nove anos depois. Mas se do ponto de vista da disputa pelo título, o domínio dos taurinos frente à fragilidade da Ferrari — tão rápida quanto, porém muito mais errática e confusa no controle de corrida — deixou um gosto agridoce, há outros pontos interessantes para se ficar de olho nesta reta final.

O primeiro, na verdade, não diz tanto respeito ao que acontece na pista em si ou mesmo nos boxes, com as equipes, mas interfere diretamente nas corridas: a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) mostrou mais uma vez no GP da Itália o quão enrolada ainda é na direção de prova. As oito intermináveis voltas finais da corrida sob safety-car — que, diga-se, só entrou de fato na pista de Monza três giros depois de ter sido acionado — deixaram a grande maioria das equipes contrariada, primeiro pelo anticlímax de um final sob bandeira amarela, mas também pela demora na retirada do carro de Daniel Ricciardo da pista sem que houvesse um acidente ou mesmo a necessidade de remontar a barreira de proteção.

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Foi de acordo com as regras, com bem fez questão de enfatizar uma ainda ressentida Mercedes, é verdade, mas a questão não era o não cumprimento do regulamento, e sim a demora em todo o processo. Oito voltas do momento em que Daniel Ricciardo parou na pista num ponto não tão complicado até o acionamento do carro de segurança arrancou vaias até das arquibancadas.

O GP da Itália teve polêmicas da direção de prova, rotina na F1
O GP da Itália teve polêmicas da direção de prova, rotina na F1
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

FIA e F1 em pé de guerra

Mas o que aconteceu na Itália é apenas a faísca de um bastidor entre a entidade e a F1 que começa a eclodir: as duas estão em pé de guerra, e um consenso parece longe de acontecer. A última foi a divulgação do calendário oficial da temporada 2023, com 24 corridas — um recorde — e uma logística caótica. A explicação veio dias depois, em matéria publicada pela versão italiana do site Motorsport: a equipe de Stefano Domenicali, diretor-executivo da F1, só soube das intenções da entidade de adiantar a divulgação quando o comunicado foi disparado.

Na nota oficial, aliás, o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, enfatizou que "a adição de novos locais e a permanência de praças tradicionais sublinham a boa administração do esporte através da FIA", deixando o comando da categoria por meio de Domenicali totalmente de lado. Em meio a essa disputa de poder, é claro que quem mais sofre é o esporte em si, com o órgão ainda batendo cabeça quando o assunto são as decisões de pista. Os próprios pilotos já reclamaram que gostariam de ser mais ouvidos sobre questões que os envolvem, sobretudo em segurança, e não dá para dizer que a expectativa é que as coisas comecem a melhorar nesta reta final. Mas sempre vale ficar atento ao que acontece extrapista para se ter uma ideia do que pode vir por aí no futuro da principal categoria do automobilismo mundial.

Ferrari vai deixar erros para trás?

Voltando à pista, o GP da Itália deixou a sensação de que há uma luz no fim do túnel para a Ferrari, e ainda que falte tempo para brigar pelo título deste ano, a equipe italiana teve um bom desempenho em Monza e, sobretudo, sem erros. Ok, talvez há quem diga que ter parado Charles Leclerc muito cedo não tenha funcionado como o esperado, mas isso é muito mais mérito do desempenho da Red Bull do que mais uma falha italiana na conta.

Carlos Sainz, por exemplo, fez uma de suas melhores corridas. Depois de largar apenas em 18º por conta da punição por troca de componentes no motor, o espanhol teve uma performance impecável e terminou numa ótima quarta colocação. Só não foi o piloto do dia porque Nyck de Vries alcançou uma façanha ainda maior: pontuar com a Williams em sua primeira corrida na Fórmula 1 depois de largar em oitavo.

A equipe não esconde que o pensamento já está no próximo ano. O próprio Sainz disse, inclusive, que a Red Bull deve ser o espelho, e Monza mostrou que, sim, a Ferrari ainda é uma das grandes e tem potencial para converter a potência vista na F1-75 em vitórias e até mesmo título muito em breve. Mas precisa ficar longe dos erros.

Ferrari foi bem em casa e mostrou que tem potencial para ser campeã… no futuro
Ferrari foi bem em casa e mostrou que tem potencial para ser campeã… no futuro
Foto: Ferrari / Grande Prêmio

Alpine × McLaren: quem fica com vaga final do G4?

Verdade seja dita: a disputa mais interessante deste ano — ou ao menos a única que ainda traz alguma imprevisibilidade — é a briga pelo quarto lugar no Mundial de Construtores. A McLaren começou melhor a temporada, porém se valendo muito dos infortúnios de Fernando Alonso, que marcou apenas dois pontos nas quatro primeiras provas. Já o time de Woking conseguiu pontuar muito bem na Austrália e na Emília-Romanha, abrindo uma gordura inicial.

Em dado momento, tanto Alpine quanto McLaren eram empurradas por apenas um de seus respectivos pilotos: Esteban Ocon do lado dos franceses e Lando Norris na equipe inglesa. Mas isso durou apenas até a Espanha, pois Alonso reencontrou o caminho dos pontos e emplacou uma sequência de dez corridas no top-10, e Ocon vinha no embalo. Já na McLaren, era Norris quem lutava praticamente sozinho, com Daniel Ricciardo colecionando uma sequência de resultados ruins.

A Alpine assumir a quarta colocação era questão de tempo, e seria natural dizer que esta miniliga também já está decidida, mas a etapa italiana veio para mostrar que fins de semana ruins podem acontecer com qualquer um, e a base em Enstone viu os dois carros ficarem fora da zona de pontuação. A rival inglesa, por sua vez, cruzou a linha de chegada em sétimo com Norris, marcando seis pontos. Com 18 pontos separando as duas e mais seis corridas pela frente, ainda não dá para dizer que a última vaga do G4 está definida. Não totalmente…

Verstappen: o que pode impedir o bi em Singapura?

Em suma, Verstappen precisa abrir 138 pontos na liderança contra o segundo colocado para ser campeão neste fim de semana, em Singapura. Todos os cenários matemáticos para que isso aconteça envolvem algo que o holandês já fez nada menos que 11 vezes em 16 corridas disputadas: vencer. O título viria com cinco etapas de antecedência se acontecer a combinação de resultados envolvendo os adversários.

Mas independentemente de matemática, não é exagero dizer que o #1 já é o virtual campeão da temporada 2022, e o pepino vai ficar mesmo é na mão dos demais, que terão de impedir isso. Leclerc, por exemplo, tem de chegar acima de oitavo; Sergio Pérez, quarto. Considerando que o primeiro já foi vítima de erros bizarros da Ferrari e também não escapou de ter a sua própria parcela de culpa (vide Ímola e França) e o segundo não visita o pódio desde a Bélgica, a Red Bull já deve ter mandando confeccionar as camisetas comemorativas, só por precaução.

Max Verstappen está sobrando em 2022. Vem título em Singapura?
Max Verstappen está sobrando em 2022. Vem título em Singapura?
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

E Hamilton? Vai encerrar o ano sem vitórias?

Desde que estreou na F1, em 2007, Lewis Hamilton conquistou ao menos uma vitória em todas as temporadas que disputou. O ano em que quase passou em branco foi 2013, o do tetra de Sebastian Vettel, o primeiro do inglês com a Mercedes. Agora, terá apenas mais seis oportunidades para tentar ao menos igualar a marca de nove anos atrás e manter a escrita de vitórias em todos os Mundiais em que marcou presença.

Só que a Mercedes é uma verdadeira incógnita, possivelmente a maior de todas que 2022 trouxe. Tentar alguma previsão nesta reta final é um exercício puramente especulativo, e a própria equipe reconhece isso. Quando finalmente parecia engrenar, regredia na etapa seguinte e via Red Bull cada vez mais distante.

O caminho das vitórias frente a um Max Verstappen quase perfeito é muito difícil, mas é claro que a Red Bull não é imbatível. E se tem uma equipe que consegue aproveitar como poucas os problemas das rivais, é a Mercedes e seu 'tanque de guerra' da confiabilidade. Portanto, até que tenhamos a bandeira quadriculada em Abu Dhabi, a sorte está lançada para todos, e Hamilton vai lutar até o fim para chegar à 104ª vitória na carreira.

No mais, 2022 esteve longe de ser o ano dos sonhos, ainda mais depois do épico 2021. Mas as seis corridas finais ainda podem trazer bons desfechos para compor esta temporada.

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