"Você é o cara": Red Bull, Ferrari e AlphaTauri rendem homenagens a Vettel
Pela Red Bull, Ferrari e Toro Rosso, Sebastian Vettel construiu as suas 53 vitórias na Fórmula 1. As equipes também falaram sobre o significado do tetracampeão para a categoria
Era uma decisão meio que anunciada, por mais que o próprio piloto negasse isso, mas a verdade é que Sebastian Vettel acabou pegando a todos de surpresa ao anunciar nesta quinta-feira (28) a sua aposentadoria ao final da temporada 2022 da Fórmula 1. Uma carreira vitoriosa que começou na BMW, em 2007, mas que atingiu o auge na Red Bull, onde Vettel conquistou os seus quatro títulos.
Foi com a equipe taurina que Vettel subiu ao degrau mais alto do pódio 38 vezes na F1. Na Red Bull, Vettel conquistou 44 de suas 75 pole-positions e foi o responsável por colocar a base de Milton Keynes no grupo dos grandes campeões da elite do automobilismo mundial.
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Sebastian Vettel foi campeão quatro vezes seguidas pela Red Bull, de 2010 até 2013 (Foto: Red Bull Content Pool)
Pelas redes sociais, a Red Bull exaltou a carreira de Vettel: "Obrigado, Seb. Aplausos aos ótimos tempos e pelos quatro títulos mundiais", escreveu a equipe, arrematando: "Seb, você é o cara!"
O alemão de 35 anos também teve uma passagem notável pela Ferrari, ainda que não tenha conquistado títulos nas seis temporadas em que defendeu Maranello. Ao todo, 'Seb' venceu 14 GPs sob a bandeira do cavalinho rampante e 12 pole-positions.
"Tem sido uma honra dividir tantas memórias com você na Fórmula 1. Estamos ansiosos para curtir as últimas poucas corridas juntos no paddock", disse a Ferrari, completando a mensagem com uma frase em italiano: "Ti vogliamo bene (nós te amamos). Boa sorte em seus projetos futuros", acrescentou.
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Foi na Toro Rosso, porém, que o mundo ficou assombrado com o franzino garoto alemão. Atual AlphaTauri, o time B da Red Bull foi a segunda equipe que Vettel defendeu na F1 e onde ele conquistou a sua primeira vitória em seu segundo ano correndo na categoria: O GP da Itália de 2008.
"Obrigado por todas as memórias e por nos dar a nossa primeira vitória, Seb", celebrou a escuderia de Faenza, de forma sucinta.
Vettel anunciou nesta quinta-feira (28), aos 35 anos, que vai encerrar a carreira no Mundial no fim da temporada 2022. Na semana passada, o tetracampeão tinha manifestado o interesse em renovar o vínculo com a Aston Martin, mas justificou que deseja passar mais tempo com a família.
A carreira de Vettel
Por mais que não tenha sido um dos principais pilotos do grid na 'Era Drive to Survive', que trouxe tantos novos fãs ao Mundial, a carreira de Vettel é uma das mais impressionantes de todos os tempos nos mais de 70 anos de F1.
Desde que entrou no grid e estreou no GP dos Estados Unidos de 2007, já na parte final da temporada, então com 20 anos, Vettel disputou 289 corridas e terá mais 11 pela frente. Assim, chegará aos 300 GPs. Neste período, venceu 53 corridas, foi a 122 pódios, anotou 57 poles e conquistou quatro títulos mundiais. Números de um peso-pesado histórico.
Sebastian está empatado com Alain Prost como tetracampeão mundial, atrás apenas de outros três pilotos com mais conquistas; é o mais jovem da história a fazer pole e vitória no mesmo fim de semana (21 anos e 73 dias, GP da Itália de 2008) e o mais jovem da história a fazer pole, vitória e volta mais rápida (21 anos e 353 dias, GP da Inglaterra de 2009). É, junto de Nigel Mansell em 1992, o piloto com mais vitórias partindo da pole num mesmo ano (nove, 2011). Vettel é o terceiro piloto com mais vitórias e voltas lideradas, o quarto com mais poles e o sétimo com mais corridas da história.
Apesar do começo na BMW, Vettel fez apenas oito corridas na temporada a primeira cedido pela Red Bull, mas as outras sete já na Toro Rosso. No ano seguinte, 2008, começou nos quadros do time B dos energéticos e brilhou. Mesmo com muitos abandonos no fim do ano, soube trabalhar para colocar a equipe nos trilhos e fazer uma segunda metade do ano mágica, com direito a vencer o GP da Itália, com pole e tudo.
Vettel celebra sua primeira vitória na F1, em 2008 com a Toro Rosso (Foto: Reprodução/AlphaTauri)
A Red Bull era o destino óbvio, e assim foi para 2009. Foi quando tudo mudou para si e para a equipe dos energéticos, que deu salto imponente no grid e deixou as gigantes Ferrari e McLaren para trás. O título não veio por conta do fenômeno Brawn GP, mas a Red Bull estava bem posicionada. Vettel foi vice-campeão mundial e surgiu favorito para 2010.
Aí, sim, começou um dos momentos mais dominantes de qualquer piloto na história da F1. No ano em que completaria apenas 24 de idade, Vettel soube como brigar. Com cinco vitórias no ano, incluindo em três das quatro últimas corridas, bateu Fernando Alonso por pouco para conquistar o título mundial Vettel. Dominou em 2011 para ser bi e teve novamente de lidar com Alonso pelo tri, em 2012. Em 2013 não houve disputa: Vettel foi tetra e ainda fechou a temporada com nove vitórias seguidas - dez nas últimas 11, 11 em 13 e 15 vitórias ao todo.
Com a chegada da 'Era Híbrida', em 2014, a ordem de forças mudou e a ascensão da Mercedes foi meteórica, com o domínio de Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Vettel parecia desanimado durante o ano e, em outubro, definiu que iria para a Ferrari no ano seguinte. Durante os seis anos que se seguiram, defendeu a cor vermelha.
Logo em 2015, quando a Ferrari passava por uma reconstrução após as saídas de Luca di Montezemolo, Stefano Domenicali e Alonso, Vettel venceu três vezes. A partir de 2017, as coisas mudaram. A Ferrari saltou e se colocou em condições de desafiar a Mercedes, com Vettel começando os campeonatos de 2017 e 2018 de maneira muito forte e liderando por vários momentos sobretudo na metade inicial daqueles anos. Os dois campeonatos têm lances importantes que demarcam a saída de Sebastian da briga: o acidente com Max Verstappen na largada do GP de Singapura de 2017 e a escapada da pista no GP da Alemanha de 2018. Hamilton levou a melhor nos dois casos.
Vettel, Alemanha 2018 x Leclerc, França 2022
Após o erro na Alemanha, que veio justamente depois de uma vitória na Inglaterra, onde Hamilton sempre reinou, Vettel não se recuperou. O fim daquela temporada foi ruim, enquanto Charles Leclerc chegou no ano seguinte e se tornou rapidamente o queridinho da equipe, que novamente mudara de chefe e presidente, com a saída de Maurizio Arrivabene e o afastamento e morte de Sergio Marchionne. Mesmo sem o sonhado título, Vettel venceu 14 corridas pela Ferrari o que coloca o alemão atrás somente de Michael Schumacher e Niki Lauda.
A saída foi anunciada para o fim de 2020, mas ainda antes do campeonato começar. A Aston Martin, que retornava à F1 como marca após de quase 60 anos, aproveitou e assinou com Vettel. No primeiro ano, o tetracampeão foi ao segundo lugar no GP do Azerbaijão e alcançou o mesmo resultado na Hungria, mas, nesta segunda, foi desclassificado por uma infração técnica relacionada à quantidade de combustível entregue na inspeção. Um problema da equipe. A expectativa era ter um time mais forte em 2022, mas não aconteceu. A Aston Martin regrediu e pensa em como sair das últimas posições neste ano e nos próximos. Algo difícil mesmo com os planos ousados, com direito a nova fábrica e túnel de vento, mais funcionários e a tradição da marca.
Uma carreira nada menos que gloriosa, de maneira inegável. Avesso às redes sociais, nos últimos anos, Vettel aumentou a maneira como tratava questões sociais, sempre nos circuitos, aproveitando a plataforma da F1. Neste período, defendeu questões climáticas e a defesa das abelhas, espécie que sofre ameaça global de extinção - algo que mudaria o ecossistema do planeta, já que são as responsáveis pela polinização -, pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ e antiguerra após a invasão da Rússia na Ucrânia, além do antirracismo. Agora, terá mais tempo para tratar de outros assuntos.
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