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Wolff culpa "certos funcionários" por problemas da Ferrari. Binotto ignora

Chefe da Mercedes, Toto Wolff insinuou que a alta cúpula da Ferrari, incluindo Mattia Binotto, é responsável pelo 2020 tenebroso. O dirigente ítalo-suíço não comprou a briga e ficou em silêncio

31 ago 2020 - 10h07
(atualizado às 10h16)
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Mattia Binotto e Toto Wolff se alfinetaram em Spa
Mattia Binotto e Toto Wolff se alfinetaram em Spa
Foto: Reprodução / Grande Prêmio

A inesperada derrocada da Ferrari em 2020, incluindo agora uma vexaminosa atuação no GP da Bélgica, cultivou um clima pesado entre chefes de equipe. De um lado está Toto Wolff, mandatário da Mercedes, que vê a equipe italiana inteira sofrendo por decisões de "certos funcionários". Do outro lado, Mattia Binotto, líder da Ferrari, decidiu não comprar a briga e deu de ombros.

O clima de inimizade começou a ser cultivado logo após o treino classificatório. Toto Wolff se solidarizou com grande parte da Ferrari, que sofreu até mesmo para passar do Q1. Mas não com todos.

"Eu tenho a impressão de que essa performance é consequência de como as prioridades foram definidas no passado recente", disse Wolff, entrevistado pelo Motorsport-Magazin.com. "É errado dizer que foram as prioridades da Ferrari, porque isso inclui todo mundo na Ferrari. Talvez tenha a ver com decisões internas de certos funcionários da equipe", destacou.

O sofrimento da Ferrari fomentou climão entre dirigentes (Foto: AFP)

A indireta teve destino certo: a alta cúpula da Ferrari, incluindo Binotto. Foi na gestão do novo chefe, começando em 2019, que a escuderia passou a competir com motor fora do regulamento. Foi só no fim do ano que o carro avermelhado voltou a cumprir as regras. Em fevereiro de 2020, um acordo secreto com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) evitou punições. Mas seria necessário rever o projeto da unidade de potência, o que levou à lerdeza da SF1000.

Binotto reagiu aos comentários após a corrida em Spa-Francorchamps, em que Sebastian Vettel e Charles Leclerc seguiram sofrendo e terminaram respectivamente em 13° e 14°.

"Eu sei que algumas pessoas em outras equipes gostam de falar da nossa situação e dos nossos fãs", começou Binotto. "Não há nada que eu queira dizer a ele [Wolff]. Eu sei o que está acontecendo. Eu mesmo sou um fã e sei o que está acontecendo com a gente. Eu trabalho nesta fábrica há 25 anos. Sabemos quais são nossas prioridades e que não há segredos na F1. Você precisa se desenvolver o mais rápido possível e definir as prioridades certas", encerrou.

Binotto já pregou que não há crise em Maranello, e sim um momento de turbulência. Os jornais italianos não parecem concordar, refletindo sobre uma equipe que aparenta estar no fundo do poço.

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