Haas dispensa Mick Schumacher e terá Hülkenberg em 2023 na F-1 em detrimento de Pietro Fittipaldi
Filho do heptacampeão mundial deve deixar a categoria no próximo ano; experiente piloto alemão será companheiro de dinamarquês Kevin Magnussen
A Haas confirmou as expectativas e anunciou oficialmente nesta quinta-feira a dispensa de Mick Schumacher, que esteve longe de agradar a equipe ao longo da atual temporada da Fórmula 1. O filho do heptacampeão mundial deve deixar a categoria em 2023. Para o seu lugar, o time americano anunciou o experiente alemão Nico Hülkenberg.
A troca já era esperada nas últimas semanas. Durante o GP de São Paulo, no fim de semana, o chefe da Haas, Günter Steiner avisou que confirmaria a dupla de pilotos para 2023 nesta semana, antes mesmo do GP de Abu Dabi, que encerra o campeonato, no fim de semana, nos Emirados Árabes Unidos.
Com a mudança, a equipe americana terá Hülkenberg e o dinamarquês Kevin Magnussen, pole position no Autódromo de Interlagos, na próxima temporada. O brasileiro Pietro Fittipaldi, que sonhava com esta vaga de titular, foi preterido novamente. No início do ano, ele já havia perdido este assento no grid para Magnussen, contratado de última hora para substituir o russo Nikita Mazepin, dispensado após a invasão russa na Ucrânia.
Mick Schumacher teve encerrada sua trajetória na Haas em razão do baixo rendimento ao longo de 2022. Ele estreou na F-1 e na própria equipe americana no ano passado. Vinha de um surpreendente título da Fórmula 2 e carregava no sobrenome o peso das conquistas e recordes do pai.
Em sua primeira temporada, o alemão apresentou desempenho discreto e terminou em 19º e penúltimo lugar no Mundial de Pilotos. Em razão da pouca experiência, o resultado não abalou a equipe e nem suas chances de seguir na categoria. Neste ano, porém, as cobranças surgiram e Mick teve dificuldades de atender às demandas.
Para efeito de comparação, ele é apenas o 16º na temporada, três posições atrás do companheiro Magnussen, que ficou um ano afastado da F-1 e voltou nesta temporada. O dinamarquês tem mais do que o dobro de pontos do alemão (25 a 12). Em São Paulo, Magnussen faturou a primeira pole position da história da Haas na F-1, com uma vantagem de cinco segundos sobre o filho de Michael Schumacher.
"Gostaria de agradecer ao Mick Schumacher por sua contribuição ao time nestes últimos dois anos. O pedigree de Mick nas categorias de base foi bem conhecida e ele continuou a crescer e se desenvolver como piloto aqui na Haas, a ponto de somar seus primeiros pontos na categoria neste ano. Mesmo escolhendo caminhos diferentes para seguir, todo o time da Haas estará torcendo por Mick em seus próximos passos em sua carreira", disse Steiner.
Com a decisão, Mick fará sua despedida da Haas em Abu Dabi no fim de semana. Mas tem chances remotas de seguir no grid da F-1 em 2023. Há apenas uma vaga aberta no campeonato, na Williams, mas o time britânico já sinalizou que deve contratar o jovem americano Logan Sargeant.
RETORNO DE HÜLKENBERG
Algo que tem se tornado comum na F-1, o campeonato terá um veterano de volta ao grid em 2023. Nico Hülkenberg, de 35 anos, vai substituir Mick Schumacher em seu retorno após deixar a categoria no fim de 2019. O alemão, contudo, não esteve longe da F-1 nestes últimos anos.
Ele entrou na pista para substituir pilotos por cinco vezes nos últimos anos, pilotando carros da então Racing Point e da Aston Martin, principalmente por conta de casos de covid-19 no grid. Mesmo neste ano foram duas provas, logo no início do campeonato, ocupando o assento de Sebastian Vettel.
Hülkenberg já soma 181 GPs no currículo e seis equipes: Williams, Force India, Sauber, Renault, Racing Point e Aston Martin. Nas últimas duas temporadas, foi reserva desta última. No total, já somou 521 pontos. Seu melhor lugar no campeonato foi o quarto. Nunca venceu uma prova, mas foi pole logo em sua primeira temporada, com a Williams, em São Paulo, no ano de 2010.
"Naturalmente, estou muito feliz em das as boas-vindas a Nico Hülkenberg. A experiência e o conhecimento que Nico traz para a equipe é fácil de perceber. São quase 200 largadas na F-1. E tem uma reputação de ser muito bom nos treinos e um piloto confiável", exaltou o chefe da Haas.