Retrospectiva 2021: Di Grassi se despede da Audi sem bi e Sette Câmara peca em equilíbrio
Lucas Di Grassi vai iniciar uma nova etapa na Fórmula E pela Venturi após pior resultado na categoria, enquanto Sérgio Sette Câmara busca desempenho constante após primeira temporada completa
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A Fórmula E se prepara para iniciar a temporada em janeiro, com o eP de Diriyah previsto para abrir o calendário com uma rodada dupla entre os dias 28 e 29 de janeiro, e inclusive testes de pré-temporada já realizados. Além disso, esta tende a ser uma temporada histórica para a categoria, com a última aparição dos carros de segunda geração. E o GRANDE PRÊMIO faz uma retrospectiva de alguns destaques de 2021, entre eles os brasileiros Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara. De jeitos diferentes, ambos vão precisar encarar novos papéis a partir do próximo ano.
Acostumado a brigar pelo título da Fórmula E, o qual inclusive conquistou em 2016/2017, na terceira temporada da categoria, Lucas Di Grassi precisará se acostumar a uma nova vida em 2022. Com a retirada da Audi, o piloto passará a fazer parte do quadro de funcionários da Venturi após um ano em que ameaçou até mesmo se aposentar do automobilismo — caso não conseguisse encontrar uma nova escuderia para defender no ano que vem. Em 2021, apesar de seu pior resultado em todos os anos da categoria, a missão de demonstrar valor foi cumprida.
Ciente de que a Audi não estaria na Fórmula E em 2022 e já com um carro que não apresentava o mesmo rendimento dos anos anteriores — Di Grassi terminou no top-3 do campeonato nas cinco primeiras temporadas que disputou —, a missão do brasileiro em 2021 era mostrar que ainda possui lenha para queimar na categoria aos 37 anos. Terminou o Mundial de Pilotos em sétimo lugar, seu pior resultado até agora, mas foi o suficiente para ser a escolha da Venturi para 2022.
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Em um ano caracterizado por altos e baixos, Di Grassi passou por um jejum importante na primeira parte do campeonato: seu melhor resultado foi um sétimo lugar na corrida 1 do ePrix de Valência. No entanto, conseguiu subir o ritmo na segunda metade do ano e assegurou duas vitórias, no México e na Alemanha, além de um terceiro lugar nos Estados Unidos.
Os resultados foram suficientes para fazer com que o brasileiro terminasse a temporada à frente de outros ex-campeões da categoria, como António Félix da Costa e Jean-Éric Vergne. Ainda terminou nove pontos à frente do companheiro de equipe, René Rast, que até teve um começo melhor de campeonato, mas não conseguiu manter o embalo até o final.
"Todos que me conhecem sabem o quanto sou competitivo", declarou Di Grassi na época de seu anúncio na Venturi. "Guiar por uma equipe que sei que pode lutar na ponta e realmente disputar o campeonato é essencial para mim. A Venturi foi simplesmente a melhor escolha e estou realmente feliz em fazer parte da equipe", completou Lucas, que é o piloto com o maior número de corridas disputadas em toda a história da Fórmula E.
Lucas Di Grassi celebra vitória pela Audi no ePrix de Berlim 2021, cena que espera repetir na Fórmula E pela Venturi (Foto: Audi Sport)
Assim, Di Grassi terá um novo desafio para 2022, inclusive com um confronto interno interessante entre ele e Edoardo Mortara, que assegurou o vice-campeonato da edição 2021 já como membro da equipe monegasca. Apenas sete pontos separaram o suíço do título, que ficou com Nyck De Vries, da Mercedes. A escuderia alemã, por sinal, é a fornecedora do trem de força do carro da Venturi, o que significa um conjunto forte que pode possibilitar briga por vitórias na pista — ainda que seja o último ano da empresa na categoria.
Sérgio Sette Câmara também não teve um ano de todo ruim em sua primeira temporada completa na Fórmula E, mas as expectativas não se confirmaram totalmente após as seis participações que o brasileiro fez na sexta temporada. Com o carro da Dragon — que não é exatamente uma das potências do grid —, o atleta sofreu com a competição do companheiro de equipe, Nico Müller, e ainda tem dificuldades de apresentar equilíbrio constante durante todo o final de semana, composto em sua maioria por rodadas duplas — apenas o eP de Mônaco teve corrida única.
O grande destaque da temporada do brasileiro foi ainda na segunda rodada do ano, quando assegurou um ótimo quarto lugar no eP da Itália — após conseguir se classificar na segunda colocação do grid, um excelente resultado para a Dragon. No entanto, a limitação do equipamento também foi um obstáculo para Sette Câmara em 2021, com o trem de força sendo implantado no carro de sua equipe com um atraso considerável em relação aos outros competidores.
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Sérgio Sette Câmara fica na Dragon para 2022 e será companheiro de Antonio Giovinazzi (Foto: Dragon)
Na penúltima rodada da temporada, em Londres — a mesma que envolveu Lucas Di Grassi na polêmica da ultrapassagem no pit-lane —, o mineiro levou o #7 da Dragon para a Super Pole e assegurou um bom quarto lugar na largada. Além disso, ainda terminou a segunda corrida do final de semana na oitava colocação, dentro da zona de pontuação. Foram as únicas duas etapas em que o brasileiro conseguiu pontuar durante o ano.
No comunicado em que celebrou a renovação de contrato com o piloto brasileiro, a Dragon inclusive elogiou o esforço de Sette Câmara em ajudar a equipe na evolução do carro. "Sette Câmara teve papel pivô em apoiar o desenvolvimento do software e o sistema de controle durante o outono, trabalhando com a equipe em Silverstone para refinar o pacote de 2022", publicou a escuderia.
Desta forma, o piloto recebe uma nova oportunidade para o ano de 2022, agora com a responsabilidade de ser o titular com mais experiência na equipe. Sette Câmara terá como companheiro na Dragon o italiano Antonio Giovinazzi, que fez sua última participação pela Fórmula 1 no GP de Abu Dhabi, pilotando a Alfa Romeo, e passará a integrar o grid da categoria de monopostos elétricos a partir do próximo ano.
Com a experiência adquirida em seu primeiro ano completo na Fórmula E, Sette Câmara precisa demonstrar em 2022 que está totalmente adaptado à categoria, e com ritmo para desafiar os carros que competem ao menos em nível próximo ao da Dragon. Com um companheiro de equipe que ainda precisa se adaptar ao campeonato, a concorrência interna tende a ser pequena no time, ao menos na largada da temporada. Entre os demais competidores, no entanto, a luta segue pesada para o mineiro de 23 anos, e será o momento de mostrar que pode alçar vôos maiores do que o 22º lugar de 2021.
Sergio Sette Câmara alcançou seu melhor resultado na Fórmula E no ePrix de Roma, com o quarto lugar (Foto: FIA Fórmula E)
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