Stock Car: Quando os erros (mais uma vez) afetam as boas provas
Em uma final bem disputada, mais uma vez os erros dos Comissários e Direção acabam prejudicando a imagem da Stock Car.
Um paralelo entre futebol e o esporte a motor foi feito para discutir erros cometidos por juízes desportivos que alteram resultados de pista. O texto também traz a necessidade de consistência na tomada de decisões para missão de cobrar bola no gol e ultrapassagens sem interferência.
Há uma velha frase do futebol que diz que em jogo bom, juiz não aparece. É aquela situação em que o juiz faz seu papel de modo tão tranquilo e os jogadores também cumprem sua missão, que tudo passa numa boa. Podemos fazer este mesmo paralelo com o esporte a motor.
Como no futebol, o esporte a motor tem tido seus curtos-circuitos em relação aos juízes. Em várias categorias vimos os Comissários e os Diretores de Prova cometendo erros e impactando diretamente nos resultados de pista. O último grande caso foi a final da Stock Car, quando houve uma demora quase inexplicável em relação à entrada do Carro de Segurança.
No caso da Stock, vimos outros problemas acontecendo. Mas no caso de Interlagos, houve um verdadeiro erro sistêmico. Embora houvesse um acordo tácito entre os pilotos e a Direção de Prova que um Carro de Segurança não entrasse até que todos tivessem feito suas paradas, a situação motivada pela batida de Sergio Ramalho acabou forçando a uma mudança de ação, mas...
A questão é que a entrada de carro de serviço e fiscais sem o OK dos Comissários e depois o reposicionamento acabou por afetar toda a dinâmica de pista. Uma descrição da sequência de fatos foi muito bem-feita pelo Rafael Lopes em seu blog Voando Baixo.
O grande problema não é somente o erro cometido. Pelo fator humano, o erro sempre estará presente e as entidades responsáveis tentam evitá-los. Só que mais uma vez entra a situação de “todo homem é igual perante a lei, mas nem toda lei é igual perante o homem”. No caso da Stock Car, não foram poucos os que colocaram a questão dos sobrenomes envolvidos no cenário.
É complicado pois nestes casos, os organizadores das categorias ficam com o rescaldo dos incidentes. Podemos lembrar toda a tempestade por conta de Abu Dhabi 2021. E tantas outras da própria Stock. No nosso caso, a VICAR não pode fazer muita coisa e busca soluções junto coma CBA para tentar resolver, como a F1 também faz com a FIA. É uma coisa que acaba afetando a imagem das categorias e todo um trabalho feito para conquistar credibilidade junto a parceiros e principalmente ao público, acaba prejudicado.
Dizer que os erros são propositais é extremamente forte. Se avaliarmos no caso da Stock Car, talvez nunca tenhamos tido um aparato tão forte para poder fiscalizar as provas. Mas o que aconteceu no domingo passado mostra que não basta somente boa vontade, mas é preciso sempre rever processos e reforçar pessoal. Como vimos aqui e tantos outros locais, manter a consistência nas decisões é algo importante e é algo que os pilotos cobram bastante.
Não existe sistema perfeito, mas podemos sim fazer com que o juiz erre menos para que o espetáculo possa acontecer em paz. Afinal, queremos ver bola no gol e muitas ultrapassagens sem se preocupar se vai ter “apito amigo” para atrapalhar.
