TCR abraça o híbrido e a eletricidade visando o futuro
A categoria de Turismo esportivo caminha para a eletricidade e adotará o sistema híbrido a partir de 2024
Já diziam os antigos: nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Resumindo, nem sempre os extremos resolvem, o caminho é o meio (alguns ainda dirão que vem de Lao-Tsé, mas é conversa para outro dia). No automobilismo também é assim e atualmente vai para este rumo.
Nos últimos anos, vemos uma grande discussão de como o mundo se moverá, não só por conta pela disponibilidade dos meios de energia, mas também pelos impactos ambientais. Petróleo e motores a combustão foram declarados vilões e uma série de alternativas se descortinam.
A eletricidade é a receita que volta e meia aparece como opção. Nos últimos anos, a situação se consolida mais, inclusive com vários países levando à frente legislações restringindo os motores a combustão com combustíveis fósseis, especialmente na Europa. Entretanto, com situações geopolíticas tensas, os planos mudaram um pouco.
Mesmo assim, várias soluções alternativas começaram a surgir. E uma delas foi a tecnologia híbrida. Nada mais é do que aproveitar a energia gerada pelo próprio movimento do carro, seja através de freadas ou do próprio motor, armazená-la e usá-la como combustível. Mesmo se lançando com força para a eletricidade, a indústria automotiva vê com cada vez mais carinho este caminho por questões técnicas e econômicas.
Atendendo ao papel de desenvolvimento de tecnologias, o automobilismo é um dos campos de estudo para esta tecnologia. Neste ponto, a F1 foi quem trouxe esta abordagem. Primeiro, com o uso do KERS em 2009 (recuperação de energia das freadas). Posteriormente, com a adoção do sistema híbrido recuperando também energia do turbo a partir de 2014.
A F1 acabou por abrir um caminho de desenvolvimento. E mesmo com todo o sucesso da F-E com o uso da eletricidade, outras categorias começaram a olhar a solução híbrida com mais atenção. Ela, combinada com o uso de combustíveis sustentáveis, dá uma sobrevida aos motores a combustão.
O WEC começou a usar o sistema híbrido ao mesmo tempo que a F1, com a possibilidade de maiores cargas. Posteriormente, a Indy anunciou planos de usar sistema híbrido para a ativação do push-to-pass (foi reprogramado para 2024). Mas quem foi o primeiro a usar este modelo em Turismo foi o campeonato britânico, o BTCC, a partir desta temporada.
Uma outra categoria que vai abraçar o hibridismo é o TCR. Pensado para ser uma opção mais barata, com base sem soluções mais próximas do dia-a-dia, a FIA iniciou uma vertente elétrica em 2022, a eTCR, e a categoria anunciou que deve também que deverá usar uma solução híbrida a partir de 2024. Originalmente, seria para 2023, mas a organização decidiu jogar para mais um ano a frente por conta da mudança de formato da categoria.
E não será diferente na TCR Brasileira e Sul-Americana. Como a categoria segue as diretrizes mundiais, o certame regional que teve recentemente a entrada da VICAR na organização, também adotará o sistema híbrido.
O TCR usará um sistema padrão, que está sendo desenvolvido com a ajuda da italiana Romeo Ferraris (que cuida dos Alfa Romeo e também está no eTCR), estima liberar cerca de 30 a 40cv a mais para os pilotos, recuperando energia das freadas e desaceleração, para que possam usar em determinadas áreas da corrida, semelhante ao que a Stock Car pratica atualmente.
O TCR mostra que eletricidade e híbridos podem conviver em harmonia e ajudar a desenvolver ainda mais o esporte a motor nos mais diversos cantos do mundo. Para saber mais sobre as categorias, eis os links: