Van der Linde diz que "telefone tocou mais do que em 3 meses" ao substituir Frijns
O piloto sul-africano da DTM vai substituir o holandês - que fraturou a mão no eP da Cidade do México - e se mostrou preparado para o desafio
Kelvin van der Linde viveu uma situação completamente inusitada enquanto esquiava com amigos, durante suas férias, e precisou rapidamente trocar o capacete de neve, os esquis e as botas por uma intensa preparação no simulador. Afinal, a Abt Cupra precisou substituir Robin Frijns de última hora após o holandês sofrer uma fratura na mão durante a estreia da temporada, na Cidade do México, e optou pelo nono colocado do DTM 2022— e irmão do campeão, Sheldon.
O sul-africano assistiu à primeira corrida da temporada, mas admitiu que não imaginava o que estava por vir logo na rodada seguinte. Titular da Abt no DTM, o piloto foi convocado para defender a equipe em um desafio completamente diferente — substituir Frijns na rodada dupla do eP de Diriyah da Fórmula E.
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"Em três horas, meu telefone tocou mais do que em cerca de três meses. Foi tudo um pouco confuso a partir da manhã de segunda-feira, mas eu já estava lá, fazendo toda a parte de mídia, preparação, simulador, tudo", contou ao portal inglês The Race.
"Conseguimos administrar seis dias de trabalho no simulador, o que foi muito. Foi realmente muito produtivo, muito útil. Acho que estamos preparados ao máximo. Esse era o objetivo na segunda-feira — realmente vir aqui nos sentindo preparados ao máximo, dado o pouco tempo que tínhamos", avaliou.
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Essa preparação é ainda mais importante pelo fato de que van der Linde não teve contato nenhum com a nova geração de carros da categoria, a Gen3, tendo feito apenas alguns dias de testes em 2019 e 2020 com a Audi — administrados pela ABT. Isso leva a crer que o sul-africano terá uma vida difícil, de acordo com o campeão de 2019/2020 e atual titular da Porsche, António Félix da Costa.
"Este carro não está no momento, pelo menos para mim, agindo de uma maneira natural de pilotá-lo para chegar ao melhor tempo de volta. Então, é um carro com o qual tenho de me forçar a fazer certas coisas e pilotar de uma certa forma. Vejo isso com Pascal [Wehrlein], por exemplo: ele não precisa pensar em nada, então depende muito do estilo de pilotagem de Kelvin", disse o português.
"Ele vai passar por momentos difíceis, e é natural que isso aconteça. Mas também tivemos alguns novatos que surpreenderam completamente a todos, como [Pierre] Gasly, Alex Lynn e Jean-Èric Vergne em sua primeira corrida. Então, vamos ver", comentou.
O substituto de Frijns concordou com a visão de Da Costa, principalmente pelo fato de que todos os pilotos do grid ainda estão se adaptando ao novo carro. No entanto, van der Linde avalia que sua competitividade e experiência no esporte podem fazer a diferença.
"Por um lado, se você realmente olhar para o desenvolvimento do Gen2, teria sido difícil entrar no final da temporada passada. Ao mesmo tempo, há muitos aprendizados que outros pilotos estão tirando do carro antigo e ainda estão aplicando no carro novo, a maneira como você aborda a corrida, todo esse tipo de coisa", observou.
"Em ritmo puro de uma volta, talvez seja melhor para mim entrar agora, mas a experiência, você nunca perde isso. Acho que meus competidores definitivamente ainda têm uma grande vantagem em termos de quilometragem e experiência. Mas também acho que há momentos piores em que eu poderia ter entrado", analisou.
Após a preparação com o simulador da Abt para correr em Diriyah, van der Linde comentou sobre as expectativas para o fim de semana. "Não espero estar entre os 10 primeiros ou os 15 primeiros", acrescentou. "Sei que temos muito trabalho a fazer. Mas seria ótimo se pudéssemos pelo menos lutar no meio do pelotão em algum momento do fim de semana", disse.
Por fim, o sul-africano ainda fez menção à ausência de Frijns, apontado como um líder na Abt após a entrada da equipe na categoria como marca própria. "Ele foi uma espécie de ponta de lança para usar seu conhecimento e experiência na Fórmula E para impulsionar a Abt Cupra. Então, estamos sentindo falta de uma peça fundamental da equipe e obviamente o desejo é que ele volte o mais rápido possível. Mas, ao mesmo tempo, farei o meu melhor para ajudar a equipe onde puder", finalizou.
E a previsão de Kelvin — de não estar entre os 15 primeiros — se confirmou na primeira atividade do fim de semana. No TL1 realizado em Diriyah, o piloto da Abt ficou na 22ª e última posição, com o melhor tempo de 1min12s211. Líder da sessão, Sam Bird marcou 1min10s402 — 1s809 de diferença.
A Fórmula E volta à pista nessa sexta-feira, com o TL2 programado para acontecer a partir das 7h25 (horário de Brasília). A classificação acontece logo depois, a partir das 9h40, enquanto a primeira corrida da rodada dupla de Diriyah será realizada às 14h. Como de costume, você acompanha a cobertura completa do fim de semana no GRANDE PRÊMIO.
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