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WEC: Montadoras divergem sobre mudanças no sistema de BoP

FIA/ACO se reuniram com os fabricantes para discutir mudanças no Balanço de Performance (BoP), mas não houve acerto. Ao menos oficialmente

19 out 2023 - 10h14
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Montadoras não possuem um consenso sobre o BoP neste momento. Mas a discussão segue
Montadoras não possuem um consenso sobre o BoP neste momento. Mas a discussão segue
Foto: FIA WEC / Divulgação

Se tem uma coisa que dá confusão no FIA WEC é o Balanço de Performance, o chamado BoP. Foi incluído no regulamento para trazer mais emoção para as equipes da classe LMP1 e agora da classe Hypercar do Mundial de Endurance.

ACO e FIA sempre deixaram claro que a intenção do BoP nivela as equipes e “aproxima” times privados dos fabricantes. Na vida real, não é bem assim: tanto a Glickenhaus quanto a SMP Racing, ambas que desistiram do Mundial, foram opositores ferrenhos ao sistema. Até mesmo a poderosa Toyota sofreu na temporada de 2018/19, quando teve a potência cortada pela metade para que os times privados tentassem superá-los.

Para tentar acomodar melhor todos os interesses, ACO/FIA reuniram-se com as equipes no final do mês de setembro para propor mudanças no sistema para a temporada 2024 do WEC. Mais uma vez, não houve consenso. 

Segundo informações do site Autosport, a maioria dos fabricantes é a favor da manutenção do atual sistema. Logo, nenhuma decisão oficial foi tomada. Ainda de acordo com a publicação, os detalhes exatos não foram revelados. Os fabricantes estão proibidos pelos regulamentos esportivos da série de falar sobre o BoP. A FIA recusou-se a comentar o que foi tratado na reunião. O mistério reina

O que se sabe sobre a mudança do sistema de BoP?

Segundo fontes ouvidas pela Autosport, se discutiram mudanças para alterar bastante os fundamentos do atual sistema, como a redução da vantagem dos híbridos LMH com tração nas quatro rodas. Basicamente, seria abandonar que é considerado entre alguns fabricantes como uma tentativa impossível de igualar o desempenho de carros diferentes.

Nesse sentido, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, disse que sua equipe perdeu as 24 Horas de Le Mans para a “política”, referindo-se às mudanças no BoP fora do sistema introduzido em 2023 na preparação para a corrida.

Para a atual temporada, que se encerra no Bahrein, as regras do BoP permitem mudanças mínimas ao longo da temporada: apenas o equilíbrio entre os protótipos LMH e LMDh, a chamada plataforma BoP, poderia ser alterado antes de Le Mans. 

Mas os regulamentos permitiam também mudanças pontuais todos os carros, chamados de “BoP dos fabricantes” foram possíveis após Le Mans, antes da rodada WEC de Monza, em julho.  

Ferrari também reclamou

Vitória da Ferrari em Le Mans foi criticada pela Toyota.
Vitória da Ferrari em Le Mans foi criticada pela Toyota.
Foto: ACO / Divulgação

Até a “queridinha” da FIA, a Ferrari, fez críticas veladas a essas mudanças depois de terminar em segundo lugar, atrás da Toyota, em Monza. Os italianos disseram que correram em “desvantagem” em comparação com seus rivais, por conta de uma “limitação imposta”, sem mencionar o BoP.  Segundo a Autosport, acredita-se que a Ferrari seja uma das fabricantes a favor das mudanças, assim como a Toyota.

Até a Porsche se pronunciou sobre o tema.  Thomas Laudenbach, responsável pela área de competições da marca, afirmou que é a favor das mudanças no que seria um sistema BoP mais “reativo”. 

Já o chefe da Toyota, Pascal Vasselon, classificou o sistema usado em Fuji como “insustentável” porque “remove qualquer responsabilidade de desempenho dos fabricantes”.

“A confiabilidade está cada vez melhor, a estratégia da equipe está cada vez melhor, então vamos acabar em uma situação em que vencer ou perder uma corrida será o resultado das inevitáveis imprecisões do BoP”, disse ele ao site Motorsport.com. 

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