WEC: Quais as classes que disputarão as 6 Horas de São Paulo
Saiba aqui quais são os carros que disputam o FIA WEC e estarão em Interlagos este fim de semana para disputar as 6 Horas de São Paulo
No retorno do FIA WEC ao Brasil neste fim de semana, teremos duas classes competindo em Interlagos. Pelo regulamento, temos a Hypercar e a LMGT3. Até o ano passado, tínhamos também a LMP2 (LMP significa Le Mans Prototype). Porém, com o aumento dos Hypercars no grid, a FIA/ACO decidiu deixá-los com convites para Le Mans e nos campeonatos Europeus e Asiático.
Hypercars
Este conceito veio em 2021 em substituição aos antigos LMP1. O intuito aqui era segurar custos, já que a operação de uma equipe do WEC era tão custosa quanto uma de F1. Então se buscou uma solução de um novo modelo, inspirado nos LMP1, mas com restrições a desenvolvimento técnico.
Outro ponto aqui foi a convergência com o IMSA (Estados Unidos). Sempre houve esta intenção, mas uma série de desencontros técnicos e econômicos não permitiam um acordo. Porém, com as dificuldades de grid batendo à porta dos dois campeonatos e a reclamação de equipes e montadoras, as partes chegaram a um meio-termo.
Desta forma, temos dois tipos de Hypercars: os LMH (Le Mans Hybrid) e os LMDh (Le Mans Daytona Hybrid). O primeiro tipo é com base no regulamento FIA/ACO e o segundo segue a linha do IMSA.
A base é a mesma. Porém a grande diferença está em relação ao sistema híbrido: enquanto os LMH têm um sistema híbrido montado à frente do carro. Já os LMDh usam um sistema híbrido único, desenvolvido pela Bosch e Mahle, que fica montado no trem traseiro do carro.
Além disso, os LMH têm um pouco mais de liberdade técnica e devem construir seus carros. Já os LMDH têm 4 fornecedores estabelecidos: Dallara, ORECA, Multimatic e Ligier. Em suma, os carros são os mesmos, mas o regulamento libera determinadas áreas para diferenciar os carros. Por exemplo: a Dallara desenvolve e constrói os Hypercars da BMW e da Cadillac.
Com todas as diferenças, FIA/ACO estabelecem maneiras de igualar a performance dos carros. Aqui entra em cena o Balanço de Performance, mais conhecido como BoP (do inglês Balance Of Performance). Todos os carros são homologados pela FIA e a cada corrida é estabelecida a equalização entre eles, considerando peso, potência e combustível.
Todos os Hypercars usam pneus Michelin e cada carro tem direito a 3 jogos para os Treinos Livres, 1 jogo para a Hyperpole e 18 pneus para a qualificação e corrida (no caso de São Paulo e outras de 6 Horas. Para as de 8 Horas, são 26 pneus e Le Mans são 32 pneus). E tem direito a usar 2 tipos durante a prova, podendo misturar entre eles. Por exemplo: pode se usar 2 pneus mais duros de um lado e 2 pneus médios do outro.
LMGT3
Esta categoria começou a ser disputada este ano com base no regulamento GT3 existente. Mas este específico o carro conta com assistências como ABS e Controle de Tração. Aqui, há a abertura para os pilotos “amadores” para andar junto com os profissionais.
Temos aqui a maior disposição de montadoras. São 9: Aston Martin, BMW, Corvette, Ferrari, Ford, Lexus, Lamborghini, McLaren e Porsche. Todos operados por equipes privadas. A preferência foi dada às marcas que já tinham carros na categoria Hypercar. E aqui competem os dois brasileiros do campeonato: Nicolas Costa (McLaren) e Augusto Farfus (BMW)
Da mesma forma que os Hypercars, os carros têm a sua performance nivelada pelo Balanço de Performance e ainda há o lastro de sucesso: de acordo com o resultado das duas últimas provas e do campeonato, os três primeiros ganham lastro: o primeiro leva 15kg, o segundo 10kg e o terceiro 5kg. O limite que cada carro pode levar é de 30kg.
Todos os LMGT3 usam os mesmos pneus Goodyear.