Atletas da NBA desconhecem Flamengo e basquete brasileiro
Treinando no Rio de Janeiro para o amistoso da pré-temporada da liga norte-americana, destaques do Miami Heat e Cleveland Cavaliers confessam que nada conhecem do basquete brasileiro
Chris Andersen, o ala-pivô tatuado do Miami Heat, descansa em um banco do ginásio do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, o mesmo clube que há dez dias conquistou o título da Copa Intercontinental de basquete ao vencer o Maccabi Tel Aviv, de Israel. “Não conheço, não”, respondeu ao Terra sobre se conhecia o clube em que estava treinando e que acabou arrebatar um título internacional. “Mas eu joguei com o Nenê (no Denver Nuggets)”, relembrou ainda o atleta, mostrando profundo desconhecimento sobre o basquete nacional.
Pela primeira vez no Brasil para um confronto oficial do Rio de Janeiro, o mesmo acontece com o restante dos elencos de Miami Heat e Cleveland Cavaliers (com exceção do brasileiro Anderson Varejão), que se enfrentam no próximo sábado, na HSBC Arena, na Barra da Tijuca, no amistoso da pré-temporada da NBA e que marca o reencontro de Lebron James, o maior jogador de basquete da atualidade, contra sua ex-equipe da Flórida.
“Não, cara”, seguiu a mesma resposta LeBron ao ser indagado se conhecia algo do basquete brasileiro. Assim, curto e grosso para o “next question” (próxima pergunta) dos seus assessores-seguranças. Por quatro anos seguidos, Chris Bosh, ao lado do mesmo LeBron James, venceu a conferência leste da NBA e conquistou dois títulos da maior liga de basquete do mundo.
Aos 30 anos, e com uma longa carreira dedicada ao basquete, Bosh é outro que mostra que o mundo da NBA é fechado numa redoma que impede que os atletas saibam, por exemplo, que Oscar Schmidt é hoje membro do hall da fama do basquete mundial, junto de Michael Jordan e Magic Johnsson.
“Não sei mesmo, mas posso dizer que é fantástico estar aqui e que as pessoas são muito carinhosas, estamos sendo muito bem recepcionados”, esquivou-se o ala-pivô do Miami Heat. Nem mesmo o técnico da equipe da Flórida, Erik Spoelstra, soube falar muito sobre o basquete brasileiro – muito menos sobre o fato de que o Flamengo, na noite desta quarta-feira, jogou de igual para igual contra o Phoenix Suns (derrota por 100 a 88), nos EUA, na estreia rubro-negra na NBA.
“Não sei muita coisa”, afirmou o jovem treinador, de apenas 43 anos, e já dono de dois títulos da NBA. “Mas obviamente somos fãs dos brasileiros que surgiram ultimamente, como o (Leandrinho) Barbosa. É muito legal ver que um jogo que a gente ama é global, e é popular em outros lugares”, disse, politicamente correto.
Coube, então, ao pivô Anderson Varejão falar mais um pouco sobre o atual momento do basquete brasileiro. “O Flamengo está de parabéns, foi campeão em cima do Maccabi, e foi lá e jogou de igual para igual contra o Phoenix Suns até o final. Isso vem demonstrando que o basquete brasileiro vem crescendo cada vez mais”, destacou. “Claro que a equipe do Phoenix é melhor, mas cada jogo é uma história e tudo pode acontecer”, finalizou.