Sem técnico e com LeBron fora: o que será do Dream Team em 2028?
Com aposentadoria da principal estrela da geração e sem Steve Kerr no banco, EUA podem passar por choque de realidade dentro da própria casa
Alguém consegue imaginar uma Olimpíada começando sem o Dream Team no posto de favorito e maior candidato ao ouro?
Bom, talvez seja melhor nos prepararmos.
Hoje, agosto de 2024, a verdade é que o melhor jogador da NBA é sérvio, o Dream Team não tem mais rei e nem técnico...
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Ciclo Kerr
Foram apenas quatro anos de trabalho, um ciclo olímpico, mas Steve Kerr, treinador[ex] da seleção masculina de basquete dos Estados Unidos, entende que é tempo de seguir em frente.
O head coach do Golden State Warriors segue no comando da franquia da Califórnia. No entanto, após a medalha de ouro conquistada em Paris 2024, Kerr deixa a cadeira do Time dos Sonhos para os próximos pretendentes ao trono.
Keer assumiu a seleção de forma oficial em 2021, após a saída de Gregg Popovich - também medalhista de ouro, em Tóquio 2020. Mas a história do treinador com o Dream Team começou precisamente em 2016, quando ele integrou a comissão técnica como auxiliar.
Como treinador dos Estados Unidos, Kerr teve altos e baixos. No último ciclo olímpico colecionou a decepção com o quarto lugar na Copa do Mundo de Basquete, em 2023. A redenção no entanto viria neste ano, com a afirmação da equipe em Paris, em um elenco estrelado sob o comando dos veteranos LeBron James, Steph Curry e companhia.
A campanha olímpica também reservou críticas e colocou as estrelas da NBA à prova. Desde a virada épica contra a seleção sérvia de Nikola Jokic, até os questionamentos pela baixa utilização de jogadores como Joel Embiid e Jayson Tatum. Apesar da turbulência, o Dream Team terminou o torneio de maneira invicta e com a conquista da quinta medalha de ouro consecutiva.
O amanhã
Após a décima sétima medalha de ouro, a seleção norte-americana vive tempos de renovação. James, aos 39, e Curry, aos 36 anos, talvez tenham desfilado pela última vez juntos em solo parisiense. O Rei, inclusive, afirmou que não estará em Los Angeles 2028, ainda que relute em discutir quando será a hora de abandonar as quadras.
O novo ciclo olímpico se inicia para as estrelas da NBA também com novo comandante. A considerar como a entidade tem agido nos últimos anos, a tendência é que um dos auxiliares seja promovido ao cargo de head coach. Movimento que aconteceu com o próprio Kerr, ao compor a comissão técnica de Popovich, nos anos anteriores.
Os favoritos ao posto atendem pelos nomes de Erik Spoelstra, head coach do Miami Heat, e Tyronn Lue, treinador do Los Angeles Clippers. Spoelstra aparece como o maior candidato, já que o treinador, além de integrar a comissão de Kerr, também foi auxiliar de Popovich entre 2017 a 2021.
Experiência não falta para o head coach do Miami Heat. São 17 anos como técnico na NBA, em 750 vitórias e 527 derrotas. Spoelstra acumula seis finais de NBA no currículo e três títulos - dois deles capitaneados por LeBron James.
A escolha por Lue, no entanto, não está descartada. O auxiliar de Kerr em Paris 2024 corre por fora, mas também possui histórico vencedor. Foi com ele no comando que o Cleveland Cavaliers conquistou o primeiro título da história da liga, ao derrotar o Golden State Warriors, de Kerr, em 2016. LeBron, mais uma vez, foi o protagonista do triunfo.
Não é de se espantar que James tenha sido a cereja do bolo de tantas conquistas sob o comando dos treinadores citados. O Rei elevou o patamar de toda a comissão técnica norte-americana em Paris 2024.
Agora, a seleção terá o desafio de enxergar vida sem ele em quadra.
Coroa vaga?
Talento ainda não será o problema para o novo treinador. Já a grife...
Em processo de renovação, a expectativa é que jovens em ascensão, como Anthony Edwards, Jayson Tatum e Devin Booker continuem provando que os Estados Unidos ainda são o time a ser batido no próximo ciclo olímpico.
Os Estados Unidos chegarão a Los Angeles como os atuais medalhistas de ouro e tomados pela motivação de jogarem em casa para a defesa do título conquistado em Paris.
Sem LeBron e Durant, resta a Steph Curry a missão de herdar a coroa de certa forma já compartilhada em Paris.
Mas não esqueçamos que Steph terá 40 anos em Los Angeles.
E se Curry não for?
Em meio à renovação da equipe, talvez esse seja o maior desafio de um técnico do Dream Team em muito tempo.
Mesmo com a eventual presença do maior chutador da história do perímetro, fato é que os protagonistas do Dream Team em 2028 possivelmente chegarão muito "menores" do que o estrelado time de 2024.
Edwards, Tatum, Booker e Brown não estão na mesma prateleira que Os Vingadores de Paris.
Embiid não sabe sequer qual país defenderá...
Como se não bastasse, o que se viu em termos de adversários em Paris é bastante preocupante se olharmos pelo prisma dos EUA. Jokic; Wemby; Dennis Schröder; Jamal Murray e cia. devem chegar "on fire" nos Jogos de Los Angeles e com a bagagem de quem já viu que "é possível".
Processo longo e complexo que passa por renovações de protagonismos e, principalmente, por uma adequação de realidade que talvez o norte-americano ainda não esteja preparado.
Los Angeles é logo ali.
Terra Cestou.