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Tatum & Brown e a dinastia do amanhã na NBA: os meninos de Boston viraram homens

Celtics são campeões pela 18º vez, superam rival de Los Angeles e transformam desconfiança em aplausos, por Rafa Prado

18 jun 2024 - 11h13
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Quando Jayson Tatum & Jaylen Brown, dois dos protagonistas dentre os cinco [ou seis] que o Boston Celtics leva à quadra costumeiramente, começaram a comemorar com os familiares o tão aguardado título conquistado na noite desta segunda-feira (17), no TD Garden, um grupo com aproximadamente 10 torcedores começou a chorar copiosamente em frente ao principal telão da NBA House, evento realizado no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. As emoções por lá pareciam estar conectadas além do habitual com as dos fãs por aqui.

Não é necessário voltar muito no tempo para entender o porquê.

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A fila de 16 anos, e as derrotas sofridas diante do Miami Heat [final da Conferência Leste - 2023], e Golden State Warriors [The Finals - 2022], explicam boa parte da chamada crise mental pela qual o agora maior campeão da NBA foi submetido nos últimos tempos. Crise essa gerada por uma bateria de críticas ao time que se acostumou a chegar, mas não a ganhar.

Àquela altura ainda sem Jrue Holiday, um dos armadores mais confiáveis e regulares da NBA, e talvez a grande diferença tática do elenco atual, os Celtics viram as "crias" Tatum & Brown [sim, a dupla] ganharem um dos rótulos do mais difíceis de se desligar no esporte: o de, falando o português bem claro, pi-po-car na hora decisiva.

Terceira escolha do draft de 2016, vindo direto da Universidade da Califórnia em Berkeley, Jaylen Brown talvez não tenha sido mais questionado apenas que Jayson Tatum.

Também terceira escolha do draft, mas o de 2017, o camisa zero [Duke] entrou na mira dos aficionados pela bola laranja após posterizar ninguém mais ninguém menos do que o astro LeBron James, em 2018. A cravada sobre o Rei, seguida por uma trombada intimidadora, foi amada por muitos e odiadas por outros tantos.

Foto: Adam Glanzman / Getty Images

Começava ali a verdadeira história de terror envolvendo um Ja(y)son como ator principal. Um "hate" desmedido e sem muita lógica passou a andar à espreita do astro de 2,03m. Mas se em 2022 e 2023 o maior pontuador, reboteiro e assistente do time durante toda a atual temporada [regular e playoffs] foi acusado de se omitir ou de tomar decisões erradas em momentos primordiais, nesta a maturidade chegou com força.

Ressaltar a liderança de Tatum em quase todos os números da NBA neste ano seria chover no molhado, mas ficar abismado com o tamanho da inteligência emocional de quem abriu mão do protagonismo solo "em troca" de vencer a maior liga de basquete do planeta, antes mesmo que LeBron (27) e Jordan (28), coloca o ala de 26 anos em uma prateleira especial.

Tatum demonstrou maturidade ao deixar o ego de lado, soltar mais a bola e priorizar o coletivo nas finais. Com isso, o menino de Saint Louis, Missouri, aumentou o número de assistências e rebotes e teve média de 26.3 pontos, 9.8 rebotes e 6.3 assistências contra o Dallas Mavericks.

O ala dos Celtics teve média de 26.9 pontos, 8.1 rebotes e 4.9 assistências durante a temporada regular, comandando o time para a melhor campanha dentre as 30 equipes da liga, com 66 vitórias e 18 derrotas. Já nos playoffs, Tatum teve média de 25.2 pontos, 10.1 rebotes e 6.2 assistências.

O jogo plural de Tatum presenteou umas das torcidas mais apaixonadas do esporte, mas beneficiou principalmente Jaylen Brown, o MVP das finais.

Com uma média de 29.5 pontos, 4.5 assistências e um aproveitamento de 57.1% de arremessos durante os quatro primeiros jogos das finais contra o Dallas Mavericks, Jaylen pontuou um pouco menos no último confronto que definiu a vitória, mas brilhou com jogadas de efeito e muito brio, anotando 21 pontos, oito rebotes e seis assistências. 

Criticado após a renovação de contrato mais cara da NBA, cerca de 1.4 bilhão de reais, Brown aproveitou os espaços criados pela forte marcação em Jayson Tatum, calou os críticos e ajudou a equipe a vencer em casa por 106 a 88. Além de conquistar o título inédito na carreira, o camisa 7, de 27 anos, também foi eleito o MVP (most valuable player) do duelo decisivo. 

Jaylen também sofreu com o trauma e com as críticas das derrotas em 2023 e 2022, chegando até a ter que suportar rumores sobre uma possível troca após algumas atuações decepcionantes à época. Focado e mais preocupado em evoluir do que em rebater deboches, como o de que não sabia usar a esquerda, por exemplo, Jaylen melhorou o estilo de jogo em 2024, fez uma exibição brilhante na varrida histórica de 4 a 0 em cima do Indiana Pacers, pelas finais da Conferência Leste, e emendou dois MVPs.

Talvez nem mesmo o título desta temporada tenha colocado a dupla de Boston na primeira prateleira das grandes estrelas da NBA - ao menos não ainda. Mas fato é que hoje o patamar mudou. Em uma franquia sem "Jokics", "LeBrons" e "Jordans" tirando nota 9,5 e 10, os Celtics têm uma reunião de jogadores nota 8,5 e 9 como ninguém na Liga tem. 

O maior de todos os tempos costuma dizer que nos playoffs separamos homens de meninos... Parabéns à dupla nota 9 de Boston pela maioridade.

Gostem ou não, Tatum & Brown agora são assunto de gente grande.

Dezoito e contando...

Fonte: Rafa Prado
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