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Berger lembra pegadinhas e disputa acirrada dos tempos ao lado de Senna

30 abr 2019 - 12h40
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Gerhard Berger pode sorrir ao lembrar como perturbava Ayrton Senna com sapos e como jogou a mala do brasileiro para fora de um helicóptero sobre Monza, mas chega um momento em cada história em que a graça acaba.

Ex-piloto Gerhard Berger durante Grande Prêmio da Alemanha em Hockenheim em 2008
18/07/2018 REUTERS/Alex Grimm
Ex-piloto Gerhard Berger durante Grande Prêmio da Alemanha em Hockenheim em 2008 18/07/2018 REUTERS/Alex Grimm
Foto: Reuters

O tricampeão mundial de Fórmula 1 morreu depois de um acidente no circuito de Imola, que fará 25 anos na quarta-feira, e Berger evita a atenção excessiva nas brincadeiras que caracterizavam a amizade.

"Tínhamos uma disputa acirrada nas corridas na época. Realmente acirrada", disse o austríaco, que venceu 10 corridas e sobreviveu a uma colisão forte em Imola em 1989, aos repórteres em um almoço recente.

"E aí, só de lembrar os sapos, você se sente mal. Fico contente de contar (a história) às vezes, mas em geral, quando penso sobre Ayrton, gosto de pensar nessa era - talvez a melhor era da Fórmula 1."

Mas as pegadinhas bem-boladas praticadas pelos dois, colegas de McLaren entre 1990 e 1992, são parte da lenda, e ainda causam riso quando Berger as conta.

O austríaco disse certa vez que ensinou Senna a rir, e que o brasileiro lhe mostrou como pilotar.

Uma das favoritas é a história de como a foto do passaporte de Senna foi trocada por uma imagem pornográfica e mostrada involuntariamente à imigração. Questionado mais tarde pela polícia, Berger culpou o antigo rival de Senna, Alain Prost.

Os sapos apareceram durante um feriado na Austrália com Senna, o chefe da McLaren, Ron Dennis, e sua então esposa Lisa.

"Fui correr de noite e havia um campo de golfe e umas coisas enormes saltando por lá. Então fui ao porteiro, dei-lhe 100 dólares e lhe disse para me trazer alguns", contou Berger, sorrindo.

"Ele me trouxe uma sacola cheia. Acho que 50. Então pedi a Lisa e Dennis que me ajudassem. Jantamos e peguei a chave do quarto de Ayrton, fui ao quarto dele e coloquei os malditos sapos em todo canto", contou.

A resposta de Berger, quando um Senna furioso o confrontou na manhã seguinte, foi perguntar: "E onde você achou a cobra?"

O austríaco corria com a Ferrari em Imola, largando na terceira posição, no fatídico dia 1º de maio em que Senna largou com sua Williams na pole.

Mas Berger também lembra de um sorriso. "Como piloto da Ferrari, você sempre mostra um grande estilo em Imola, e lembro que todas as pessoas estavam gritando. Eu estava fora do carro e ele (Senna) ainda estava no carro, ele estava rindo debaixo do capacete. Então esse foi meu último contato visual com ele".

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