Botafogo de Lucas Verthein bate Flamengo e volta a ser campeão estadual de Remo
Campeonato é decidido na última prova da 6ª Regata, o 8 COM, justamente a do atleta olímpico, e clube conquista título que não vinha desde 2018
Botafogo de Futebol e... REGATAS. A história gloriosa de um dos clubes mais tradicionais do Brasil falou mais alto nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas neste domingo (16/10). A Estrela Solitária volta a brilhar e a dominar o Remo no Rio de Janeiro. Após hegemonia de seis anos, quebrada nas duas últimas edições pelo Flamengo, o Alvinegro desbancou o rival e é novamente campeão estadual. Lucas Verthein, único remador brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi fundamental na conquista. E, como imaginava, foi na última prova.
Durante a semana, ele já tinha feito uma interessante comparação com a Fórmula 1, afirmando que o campeonato seria decidido na última volta do último GP da temporada. E não deu outra. Neste domingo, no programa de dez provas da 6ª e última Regata do Estadual, o campeonato chegou à décima prova, justamente o 8 COM que teve a participação de Lucas Verthein, com o Flamengo quatro pontos à frente do Botafogo. Quem vencesse, ficaria com o título. Nas raias, apenas dois barcos rubro-negros (A e B) e um alvinegro.
O barco do Botafogo, composto por Lucas Verthein, Gabriel Soares, Uncas Tales Batista, Jean Marcelin, Pedro Henrique Alves, Renato Cezar Cataldo, Marcelo de Almeida, Diego Nazário e Ian Vitor Amâncio, largou na raia central, "cercado" pelas duas embarcações do Flamengo. A cada remada, mais o barco alvinegro se distanciava. Após os 2.000 metros de prova, a consagração com quase um barco de vantagem e a vitória de ponta a ponta. Festa alvinegra no Estádio de Remo da Lagoa e ânimos acirrados, com confusão antes e depois do pódio.
Cenas lamentáveis como a agressão de um remador do Flamengo ao pai do atleta alvinegro Uncas Tales, um senhor de idade. O vice-presidente de Remo do Botafogo, Ricardo Vianna, o Cacá, que apenas comemorava, também foi hostilizado e empurrado na lagoa com carteira, celular e tudo mais. A taça, que normalmente é deixada na Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro pelo último campeão, para que possa ser entregue ao atual, simplesmente não apareceu, o que só aumentou o tumulto no local.
- Lamentável o que aconteceu no fim quando era apenas para ser uma festa do Botafogo. Teve remador do Flamengo agredindo o pai de um atleta nosso. Pra que isso?! Entende-se que uma derrota dói, ninguém gosta de perder, mas somos esportistas e estamos aqui para dar exemplo. Às vezes perdemos, como foi nas duas últimas edições, outras vezes ganhamos, como hoje e num passado bem recente. O que importa é que merecemos esse título e que as coisas voltaram ao seu curso normal nas águas da Lagoa - declarou Lucas Verthein.
A torcida alvinegra, ao lado do presidente Durcesio Mello, enchia o peito e não parava de entoar o grito de "o campeão voltou" na chegada do barco do 8 COM, a mais clássica do Remo, a única além do Single Skiff a estar presente em todas as Olimpíadas desde 1900. Um grito que estava entalado desde o hexacampeonato de 2013 a 2018, hegemonia quebrada pelo próprio Flamengo em 2019 e 2021 - não houve Estadual em 2020 por conta da pandemia. Daí o ambiente ter ficado bem mais quente, antes, durante e depois da competição.
- Entramos mesmo com sangue nos olhos. É claro que estávamos atrás desse título, que deixamos escapar nos últimos anos. Treinamos demais, a preparação do Paulinho foi a melhor possível, como sempre, para chegarmos aqui, neste momento, e remarmos como nunca remamos antes. Todos estavam muito focados. Quando largamos na frente e começamos a abrir, sabíamos que seria nosso outra vez. O Botafogo conta com remadores de muita qualidade e estão todos de parabéns. Temos que comemorar muito. É campeão!!! - finalizou.