Amizade, trabalhos longos e cobiça árabe: o que une os lusos Abel e Castro
Este domingo vai colocar frente a frente os portugueses Abel Ferreira e Luís Castro. Mais do que apenas um confronto entre conterrâneos, os técnicos de Palmeiras e Botafogo ocupam, respectivamente, a primeira e a segunda posição na tabela do Brasileirão atualmente. Inclusive, sustentam dois dos três trabalhos mais longevos do país a nível de Série A (apenas o argentino Vojvoda, do Fortaleza, está entre eles). Além disso, mesmo em meio à rivalidade, nutrem uma amizade declarada e um profundo respeito um pelo outro.
Outra curiosidade é que Abel e Castro foram laterais-direitos. Aliás, o treinador alviverde, 17 anos mais novo, revelou que ainda era gandula quando viu o botafoguense pela primeira vez, à época no comando do Penafiel. Depois, passaram a se enfrentar no futebol português já como técnicos. Segundo Abel, foram pelo menos dez jogos, com números equilibrados. No ano passado, melhor para o Palmeiras, que, com um trabalho mais consolidado, venceu as duas partidas: 4 a 0 no Allianz Parque, local deste próximo encontro, e 3 a 1 no estádio Nilton Santos.
Porém, desta vez a vantagem de cinco pontos do Glorioso mostra que Luís Castro tem o domínio do elenco e superou as dificuldades do início de sua trajetória. Por isso, constantemente, Abel faz questão de elogiar o rival deste domingo, citando o amigo português. O caso mais recente foi quando o técnico do Botafogo fez uma desabafo sobre a necessidade de mudança na mentalidade do futebol brasileiro.
"Mandei uma mensagem particular ao Luís Castro, que agora mando uma pública: parabéns pelas declarações. O Luís é uma pessoa que eu conheço desde que ele era treinador do Penafiel e eu era gandula, há muitos anos. Fiquei muito feliz pelo que ele falou, pela forma como falou. Se eu tivesse estudado para fazer um discurso daqueles, não ia conseguir", afirmou o palmeirense.
Cobiça árabe por Abel e Castro
O primeiro confronto entre eles ocorreu nas categorias de base. Abel começava sua carreira no Sporting B, em 2013, enquanto Luís Castro já tinha cabelos brancos e assumiu o Porto B, onde trabalhou por quase dez anos na coordenação das divisões inferiores.
"Temos uma relação e uma amizade que já faz tempo e vai perdurar por muito tempo. Não é por sermos adversários, não é por jogarmos um contra o outro nas competições que isso vai mudar", afirmou Castro, à 'TV Globo'. Em outro momento, já classificou o amigo e adversário como "afável", "fácil de se relacionar", "emocional" e "profundo conhecedor de futebol".
Há dez dias, o nome dos dois esteve envolvido em especulações sobre o mercado saudita. Afinal, o Al-Nassr, onde joga Cristiano Ronaldo, está à procura de um novo treinador e os sondou. Abel Ferreira, com contrato até o fim de 2024, descartou imediatamente. Por sua vez, Luís Castro vem despistando sobre o tema, mas o Botafogo está otimista. Inclusive, torcedores do clube árabe rejeitam o nome dele.