Botafogo supera expulsão relâmpago, vence o Atlético e conquista título inédito da Libertadores
Glorioso levou a melhor com gols de Luiz Henrique, Alex Telles e Júnior Santos
A estrela solitária brilha imponente no céu da América do Sul. Com emoção até o último minuto, o Botafogo superou a expulsão relâmpago de Gregore e bateu o Atlético-MG por 3 a 1, na tarde deste sábado, 30, para conquistar o inédito título da Copa Libertadores no estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina.
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Para levantar o troféu da principal competição da América do Sul pela primeira vez em sua história, o time de General Severiano contou com gols de Luiz Henrique, Alex Telles, ambos no primeiro tempo, e Júnior Santos nos acréscimos. A partida também ficou marcada pela expulsão de Gregore ainda no primeiro minuto, que forçou o Botafogo a se desdobrar na marcação até o último minuto.
A conquista da Libertadores marca o início de dias especiais para o torcedor botafoguense. Na próxima semana, o Botafogo pode chegar ao tricampeonato brasileiro. O glorioso lidera a competição com 73 pontos, três a mais que o vice-líder, Palmeiras, que tem 70.
Primeiro Tempo
A partida começou de maneira surpreendente. Logo no primeiro minuto de jogo, Gregore foi expulso por entrada dura em Fausto Vera e obrigou o Botafogo a disputar o duelo inteiro com um a menos.
No lance em questão, o volante botafoguense levantou o pé e acertou a sola da chuteira na cabeça do argentino do Galo. O cartão vermelho marcou a expulsão mais rápida em uma final de Libertadores.
De início, o Galo demonstrou que ia aproveitar a vantagem numérica e passou a pressionar o Glorioso. Logo nos primeiros minutos após a expulsão, Hulk bateu duas vezes para o gol e parou em John.
O Botafogo, no entanto, passou a voltar à partida e mostrou que não deixaria o título inédito escapar tão fácil. Aos 34 minutos, a bola rebateu na defesa após chute de Marlon Freitas e sobrou para Luiz Henrique. Decisivo, o dono da histórica camisa 7 alvinegra bateu firme e estufou a rede para abrir o placar.
Mesmo com um a mais em campo, o Atlético aparentou ter sentido o gol botafoguense e ficou, de certa forma, perdido dentro de campo. Diferentemente do Galo, o Botafogo foi se encontrando mais a cada minuto e teve um pênalti a seu favor aos 41.
O lance da irregularidade foi marcado por falta de Éverson em Luiz Henrique. Na marca da cal, Alex Telles converteu sem chances para o goleiro atleticano e ampliou com seu primeiro gol com a camisa do Botafogo.
Segundo tempo
A etapa final do tempo regulamentar começou, novamente, contrariando o esperado. Após o fim do primeiro tempo com o Botafogo superior, o Atlético voltou do vestiário aos gritos de ‘eu acredito’ dos torcedores e rapidamente diminuiu.
Aos 3 minutos, Hulk cobrou escanteio na cabeça de Eduardo Vargas e o chileno mandou para o fundo da rede. Com o gol, o Galo se manteve no ataque e chegou a pedir pênalti por lance de Marlon Freitas em Deyverson. O árbitro chegou a ouvir o VAR, mas não marcou nada, para desespero dos atleticanos.
Mesmo com o desânimo do pênalti não marcado, o Atlético seguiu pressionando e forçando o Botafogo a se desdobrar para se defender com um a menos. Aos 18, Hulk limpou a marcação e colocou John para trabalhar, mais uma vez.
Na sequência, Deyverson, por pouco, não alcançou a bola que sobrou na área e saiu pela linha de fundo aos 22. Embora o atacante não tenha finalizado, o lance levou perigo ao gol botafoguense.
Com o time de Artur Jorge continuando a se defender, o atleticano quase soltou o grito de gols aos 40. Mariano enfiou bola para Vargas e o chileno se antecipou a Adryelson, mas bateu por cima do gol. Pouco depois, o camisa 11, novamente, ficou na frente de John e desperdiçou, desta vez em uma tentativa de encobrir o goleiro.
Apesar da pressão atleticana no segundo tempo, Júnior Santos garantiu a vitória ao marcar o terceiro gol botafoguense, já nos acréscimos.
Campanha do Botafogo na Libertadores
Segunda fase
Com a quinta colocação do último Brasileirão, o Glorioso estreou na Libertadores na fase preliminar. Apesar de ter avançado com tranquilidade, o primeiro jogo causou preocupação nos alvinegros.
Contra o Aurora, na Bolívia, ainda sob o comando de Tiago Nunes, o Fogão teve a vantagem durante grande parte da partida graças a um gol de Júnior Santos. No entanto, já nos acréscimos do segundo tempo, aos 54 minutos, os bolivianos marcaram o gol do empate em 1 a 1.
O resultado causou a saída do técnico Tiago Nunes. No duelo de volta, no Nilton Santos, Fábio Matias comandou a equipe e o resultado foi completamente diferente: 6 a 0, com quatro gols de Júnior Santos, além de Tiquinho Soares e Savarino.
Terceira fase
O segundo adversário do Botafogo na competição foi brasileiro: o Red Bull Bragantino. Desta vez, a classificação foi construída no primeiro jogo, no Nilton Santos. Com novo show de Júnior Santos, o Glorioso levou a melhor por 2 a 1.
Na volta, em Bragança Paulista, com um jogador a menos, Júnior Santos garantiu o empate em 1 a 1 e assegurou a classificação do time de General Severiano.
Fase de grupos
A fase de grupos da competição marcou parte da reconstrução do Botafogo após a decepção no Campeonato Brasileiro do último ano. A vaga para as oitavas de final veio com a segunda colocação do Grupo D, atrás do Junior Barranquilla, da Colômbia.
O desempenho foi de três vitórias, um empate e duas derrotas. Os triunfos foram conquistados contra a LDU, do Equador, e Universitário, do Peru, duas vezes.
Oitavas de final
Contra o Palmeiras, o Botafogo ficou com a classificação, mas não sem antes superar um pequeno sufoco. No jogo de ida, no Estádio Nilton Santos, Luiz Henrique e Igor Jesus fizeram valer a superioridade alvinegra e garantiram a vitória por 2 a 1 dos donos da casa. Maurício descontou para o Verdão.
Em pleno Allianz Parque, na volta, os visitantes começaram melhores e abriram 2 a 0, com gols de Igor Jesus e Savarino. Tudo certo para uma classificação tranquila? Não para essa rivalidade.
Com a derrota por 2 a 0 prevalecendo até os 41 minutos do segundo tempo, o Palmeiras descontou com Flaco López. Com o Botafogo demonstrando ter sentido o impacto do tento palestrino, o time de Abel Ferreira foi para cima e deixou tudo igual com Rony, aos 45.
O empate, no entanto, não seria suficiente para os palmeirenses. Com os acréscimos pela frente, Abel lançou o time ao ataque e, por pouco, não chegou a virada. Primeiro, Gustavo Gómez balançou a rede, mas o lance foi anulado por toque de mão do paraguaio.
Antes do apito final, ainda teve tempo para Gabriel Menino acertar o travessão em cobrança de falta no último lance. Apesar do susto, o empate prevaleceu, e o Botafogo avançou às quartas de final.
Quartas de final
Após a classificação histórica contra o Palmeiras, o Glorioso teve mais um tricampeão da competição pelo caminho. Desta vez, o adversário foi o São Paulo. O favoritismo do Botafogo, de fato, foi convertido em domínio dentro de campo no duelo de ida no Nilton Santos.
O problema, porém, foi que a pressão em campo não se transformou em gols. Mesmo com o domínio digno de goleada, o Botafogo não conseguiu furar a defesa são-paulina e teve de se contentar com o empate em 0 a 0.
A decisão, então, ficou para o MorumBis. Na capital paulista, os botafoguenses não sucumbiram à pressão da torcida tricolor e abriram o placar logo aos 15 minutos do primeiro tempo, com Thiago Almada.
Com a vantagem mínima, o Botafogo ainda viu o São Paulo perder chances e desperdiçar um pênalti em cobrança de Lucas. Mas o banho de água gelada veio no fim da partida, aos 42, quando Jonathan Calleri balançou a rede e levou a disputa para os pênaltis.
Pelo lado botafoguense, Vitinho perdeu. Mas a bola de Calleri no travessão e a defesa de John em chute de Rodrigo Nestor selaram a classificação do alvinegro às semifinais após 51 anos.
Semifinal
Entre os quatro melhores times do continente, o Botafogo deu um verdadeiro show no duelo de ida contra o Peñarol. Savarino, duas vezes, Alexander Barboza, Luiz Henrique e Igor Jesus garantiram o baile de 5 a 0 e deixaram o Glorioso com um pé na final.
Na semifinal, no Uruguai, os donos da casa venceram por 3 a 1, mas passaram longe da classificação. A disputa semifinal ficou marcada por brigas fora de campo e disputas nos bastidores.
Premiação
Com a conquista inédita, o Botafogo faturou um total de US$ 33,34 milhões (cerca de R$ 187,2) em premiações ao longo da campanha, iniciada na segunda fase da competição. Só com a vitória na final, o Glorioso embolsou US$ 23 milhões (cerca de R$ 137,4 milhões) do montante.
Nos primeiros jogos, na fase preliminar, US$ 1,1 milhão (R$ 6,57 milhões) entraram nos cofres da equipe. Na sequência, as três vitórias na fase de grupos renderam mais US$ 3,99 milhões (R$ 23,8 milhões) ao time de General Severiano.
Já na fase de mata-mata, a arrecadação foi de US$ 5,25 milhões (R$ 31,3 milhões) entre as oitavas e a final.
De olho na estreia do ‘Super Mundial’
O título da Libertadores rendeu ao Botafogo uma vaga no badalado ‘Super Mundial’. Com disputa prevista entre 15 de junho a 13 de julho de 2025, nos Estados Unidos, o torneio reunirá os últimos campeões e os melhores ranqueados em cada continente.
O título deste sábado garantiu a participação do Glorioso na competição. O Brasil também terá Palmeiras, Flamengo e Fluminense como representantes. River Plate e Boca Juniors, ambos da Argentina, ficaram com as duas vagas via ranking do continente.
Mas, se quiser ser campeão, o time de General Severiano terá que enfrentar as ‘pedreiras’ europeias. Os quatro últimos campeões da Liga dos Campeões e os oito melhores ranqueados da UEFA estarão nos Estados Unidos: Chelsea (Inglaterra), Real Madrid (Espanha), Manchester City (Inglaterra), Bayern de Munique (Alemanha), Paris Saint-Germain (França), Internazionale de Milão (Itália), Porto (Portugal), Benfica (Portugal), Borussia Dortmund (Alemanha), Juventus (Itália), Atlético de Madrid (Espanha), FC Salzburg (Áustria).
O formato também será diferente do tradicional jogo eliminatório dos mundiais. Assim como no último formato da Copa do Mundo, as 32 equipes estarão divididas em oito grupos, com os dois melhores de cada avançando para o mata-mata. A partir das oitavas, inicia-se o mata-mata em jogo único até a definição do campeão.