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Coincidência? Três clubes do G4 do Brasileirão utilizam grama sintética

Botafogo, Palmeiras e Athletico-PR adotam diferentes tecnologias de campo sintético, mas conseguem resultado positivo no início de Brasileirão

21 jun 2024 - 21h54
(atualizado às 22h06)
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Botafogo é o único carioca do Rio com grama sintética –
Botafogo é o único carioca do Rio com grama sintética –
Foto: Vitor Silva/BFR / Jogada10

A utilização da grama sintética ainda é muito debatida entre os clubes. Enquanto alguns são árduos defensores, outros não querem nem ver de perto. Contudo, parece que está dando resultado ou será apenas coincidência? Das equipes que ocupam o G4 do Campeonato Brasileiro-2024, três atuam em campo sintético.

Botafogo (2º), Palmeiras (3º) e Athletico-PR (4º) são os clubes que adotaram e mandam seus jogos em gramados artificiais. Por sua vez, o líder Flamengo atua no Maracanã, onde a grama não é 100% sintética. A diferença do primeiro para o quarto colocado é de apenas quatro pontos.

Debate entre clubes e CBF

Há menos de três meses, houve uma reunião virtual dos clubes com a CBF, e a pauta gramados sintéticos voltou ao debate. Com apenas Athletico, Botafogo e Palmeiras sem gramados naturais, os clubes aumentaram o tom para veto no futuro deste tipo de campo.

A CBF convocou a Comissão de Médicos para analisar o tema com a Comissão Nacional de Clubes - eleita por Atlético-GO, Fluminense, Fortaleza, Internacional e São Paulo na Série A - e também prometeu contratar consultoria internacional para um estudo mais aprofundado do caso. Apesar da pesquisa levantada, não houve análise conclusiva.

Citou-se o exemplo do futebol na Arábia Saudita, onde se constatou mais lesões em gramados naturais. Outro, produzido por finlandês que coletou dados pelo mundo, não indicava alterações importantes, com até menos em campos sintéticos. Ainda um outro relatório tratava de mais lesões em tornozelo e no pé, mas no restante dos casos números bem semelhantes.

Botafogo é o único carioca do Rio com grama sintética - Foto: Vitor Silva/BFR

Críticas e até jogador pediu para não jogar

O mais crítico entre os presidentes, Mário Bittencourt, do Fluminense, já deixou claro que não gosta de gramado sintético.

"Dizem que sintético diminui o custo. Mas, se você tem um clube de futebol e não consegue manter um campo de grama, você não pode ter um clube. Se não vira casa de show. Tem gente que prefere fazer cinco shows. E tudo bem. Mas eu prefiro ganhar títulos", provocou Mário Bittencourt em entrevista coletiva em janeiro.

Além disso, o caso mais emblemático foi o de Luis Suárez, craque do Campeonato Brasileiro de 2023. O uruguaio de 37 anos se recusou a jogar em gramados sintéticos por conta de lesões. Hoje no Inter Miami, da MLS, Luisito se reencontrou com Lionel Messi, que exigiu em seu contrato com o clube norte-americano uma cláusula que garanta que ele não jogue em campos de grama artificial.

Palmeiras vence o Vasco no Allianz Parque - Fotos: Leandro Amorim/Vasco

Diferenças de grama sintética

Apesar de serem artificiais, os gramados não são iguais. Os sistemas utilizados estão dentre os oito modelos chancelados pela Fifa. A principal diferença se dá no tipo de preenchimento escolhido.

O Athletico-PR mudou o gramado em 2016, sendo o primeiro da elite do futebol a mandar seus jogos num campo sintético. O Furacão adota o 'schockpad', camada mais interna que funciona como uma espécie de colchonete. Além disso, coloca fibras de poletileno padrão para simular a grama e fibras de coco.

No Nilton Santos, o Botafogo utiliza um material mais moderno e com tecnologia mais avançada. O clube adotou o fio de poletileno misto, que reduz os arranhões e inovou com a cortiça, que retém menos calor, dá mais estabilidade na corrida e tem aspecto mais macio, além também do schockpad'.

Por fim, o Palmeiras mudou o gramado em 2020, sobretudo para receber turnês nacionais e internacionais e continuar apto à prática do futebol. O Alviverde adota o mesmo material do Athletico-PR, mas teve um problema no início do ano. O técnico Abel Ferreira criticou o estado do campo. O composto sintético utilizado no preenchimento derreteu por causa do calor e precisou ser substituído.

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