Roberto Assaf: Botafogo é o campeão óbvio da Libertadores
Glorioso conquistou o seu segundo campeonato sul-americano de sua história. Foi campeão da Copa Conmebol em 1993
O Botafogo fez valer o seu momento mais favorável. Surpreendeu ao marcar duas vezes, após ter atleta expulso, mal a bola rolou, levou gol logo após o intervalo, recuou por completo, tomou alguns sustos, mas conseguiu segurar e ampliar o resultado - 3 a 1 no total - para conquistar a Libertadores, o segundo campeonato sul-americano de sua história. Foi campeão da Copa Conmebol em 1993.
O Botafogo, na prática, cumpriu uma campanha mais árdua, pois disputou a competição desde a fase pré, e não há dúvida que também mostrou futebol mais interessante. A goleada de 5 a 0 sobre o Peñarol seria uma prova. Pela sexta vez consecutiva em seis anos um clube brasileiro ganhou a taça. O Atlético termina a temporada em frangalhos. Título, só o Mineiro. Vice da Copa do Brasil. Fora da Libertadores. Estádio interditado. Pior impossível…
O jogo começou e… Gregore atingiu a cabeça de Fausto Vera e recebeu cartão vermelho. Quarenta segundos. O Botafogo, no conjunto da obra, tem um time melhor e vive momento (bem) mais convincente. É improvável que os treinadores tivessem optado - antes da partida - por atuar recuado apostando em contra-ataques.
Mas é fato que em cenário de 11 x 10 a estratégia traçada sofreu mudança. Cautelosa, a equipe de Artur Jorge recuou, e passou a buscar o jogo ofensivo com passes longos e rápidos, deixando a bola com o adversário, que costurava para os lados, pois não encontrava espaços na retaguarda carioca, embora tenha organizado, na teoria, um esquema ousado, com três homens na frente.
A estratégia do Botafogo
Com meia hora, o Botafogo percebeu que talvez fosse mais inteligente tocar a bola próximo do gol do time de Minas. E não é que deu certo? Marlon Freitas chutou, Almada escorou de canela, e Luiz Henrique apanhou a sobra, de canhota, no lado esquerdo: 1 a 0. O Atlético, que não soube aproveitar a vantagem numérica, sentiu o golpe. Aos 40, Éverson fez pênalti em Luiz Henrique - foi na bola, mas derrubou o atacante - e Alex Telles cobrou no mesmo canto: 2 a 0. O curioso é que Gabriel Milito não providenciou substituições. Preferiu aguardar o intervalo.
Pois na volta o fez em massa. Trocou Lyanco, Gustavo Scarpa e Fausto Vera por, respectivamente, Mariano, Vargas e Bernard, visando situações distintas. Preservar jogadores advertidos, mexer com os brios da turma, e, notadamente, dar uma configuração mais ofensiva ao time, que diminuiu com um minuto - Eduardo Vargas de cabeça - obtendo, assim, o domínio do jogo. Para retomar o equilíbrio, o Botafogo lançou Marçal, saindo o já amarelado Alex, e Danilo Barboza, uma opção defensiva, no lugar de Savarino.
Glorioso campeão
O relógio passa de uma hora regulamentar e a pressão mineira é freqüente. Hulk tentou o canto direito e John pôs para escanteio. Em resumo: o time carioca retornou tentando segurar o resultado, tomou um gol de cara, fez substituições sem efeito, e está sob ameaça. Vale lembrar que o Atlético tem vantagem de 11 a 10, e que o desgaste carioca já se faz sentir. Artur Jorge tenta arrancar o Botafogo da retranca e põe dois atacantes, Matheus Martins e Júnior Santos, para, quem sabe, surpreender o avanço, já então desordenado do adversário.
Aos 41, Mariano deixou Eduardo Vargas na cara do goleiro, mas o chileno mandou para fora. Aos 42, o dito cidadão desperdiçou outra grande oportunidade. Na realidade, não há mais tempo para o empate, pelo menos é o que se pode supor. Engano. No fim dos acréscimos, Júnior Santos cavou mais um gol, e marcou o que buscava, enterrando o Atlético: 3 a 1.
Flamengo em 2019 e 2022, Palmeiras em 2020 e 2021, Fluminense em 2023, e Botafogo em 2024, desta vez em Buenos Aires. Os argentinos devem estar adorando…
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