Técnico-narrador, má fase e clube de bairro: raio x do Patronato, rival do Botafogo
O adversário do Botafogo na noite desta quarta-feira, às 19h, pela Sul-Americana, tem um passado recente bastante curioso. Clube de mais de 100 anos de tradição, o Patronato, da cidade de Paraná, passou grande parte de sua história entre a Terceira e Segunda Divisão argentina. Hoje, conta com um técnico que também é um famoso narrador de futebol e conquistou um dos títulos mais improváveis do país na última temporada. Com isso, garantiu o direito de disputar suas primeiras competições internacionais em 2023.
Engana-se, porém, quem pensa que o time hermano vive sua melhor fase. Ainda que tenha jogado na elite por seis anos e levado a Copa da Argentina, em outubro, já foi rebaixado novamente e está longe da luta pelo acesso. Na Libertadores, esteve perto de terminar na última posição do grupo, mas surpreendeu o Atlético Nacional, na Colômbia, na última rodada. Dessa forma, obteve a vaga na Sul-Americana.
Mudanças constantes de técnico
O resultado no torneio nacional, que é semelhante à Copa do Brasil, foi conquistado sob o comando de Facundo Sava. Na campanha para alcançar a façanha, eliminou River Plate e Boca Juniors. Isso o fez receber uma proposta do Cerro Porteño-PAR. A partir daí, "El Patrón" foi só ladeira abaixo. Isso porque, o técnico Walter Otta, substituto de Sava, foi demitido em menos de seis meses, em virtude dos maus resultados.
Então, foi a vez de Rodolfo de Paoli assumir. Só que trata-se de um caso curioso. Afinal, De Paoli, de 44 anos, além de ex-jogador, é um narrador esportivo de sucesso na Argentina. Sua carreira no banco de reservas se resume a clubes pequenos, como Deportivo Riestra, Argentino de Merlo e Real Pilar. O último trabalho havia sido no Nueva Chicago, em 2019.
Bom na comunicação, o treinador tentou inflamar a torcida e trazer a imprensa para seu lado com um discurso otimista após a vitória sobre o Atlético Nacional, a segunda em seis partidas na Libertadores. Assim, crê em êxito diante do Glorioso nos playoffs pré-oitavas de final.
"Nós temos uma química perfeita em campo. Na última rodada da Libertadores ganhamos na Colômbia do Atlético Nacional (1 a 0) que é uma das melhores equipes do mundo. Portanto, acredito que podemos fazer bonito novamente (contra o Botafogo)", disse De Paoli.
Clube de bairro com pouca torcida
Mesmo jogando a Libertadores, o Estádio Presbítero Bartolomé Grella, com capacidade para 23.500, em Paraná, nunca recebeu mais do que 10 mil torcedores em 2023. O Patronato é um clube de bairro, tradicional, mas sem muito peso. Ou seja, o time do interino Cláudio Caçapa não terá um caldeirão pela frente. Inclusive, a tendência do Botafogo é poupar alguns titulares, como Cuesta, Marlon Freitas e um ou dois atacantes. Afinal, além do foco na liderança do Brasileirão, há a partida de volta, no dia 19, no Nilton Santos.
Entre os destaques estão o zagueiro Krupszky, que está no El Patrón há três anos, o meia Juan Esquivel e o centroavante Enzo Díaz.
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