A história do vizinho da CBF que se 'vingou' dos 7 a 1
Torcedor do Fluminense não perdoou o time goleado pela Alemanha no Mundial de 2014
O publicitário Paulo Colombo, 74 anos, é um apaixonado por futebol. Tricolor, competiu pelo clube de coração no atletismo quando jovem e acompanhou os grandes momentos de seu time ao longo das últimas décadas. Morador de Teresópolis, região serrana do Rio, ele tem uma vista privilegiada.
De sua casa, contempla toda a extensão dos campos do centro de treinamento da CBF e o Lago Comary. Assiste aos treinos, vibra com os lances mais bonitos e também, quando se decepciona com a Seleção, não perde a oportunidade de protestar.
Foi assim, por exemplo, quando o Brasil foi eliminado da Copa de 2014 após a goleada de 7 a 1 imposta pela Alemanha. Paulo se irritou bastante, ficou indignado com aquele vexame no Mineirão.
Após a derrota para os alemães, os jogadores da Seleção voltaram para a concentração, em Teresópolis e, no dia seguinte, já houve treino visando ao jogo que decidiria o terceiro lugar, contra a Holanda – com mais um fiasco do Brasil, superado por 3 a 0.
Fazia sol, com muito calor, na cidade. Ao mexer em seu almoxarifado, Paulo se deparou com um espelho de mais de dois metros quadrados que estava recostado numa parede de seu varandão. Não pensou duas vezes. Postou o objeto na direção dos raios solares e o curvou para o campo onde a equipe treinava.
“Era um tal de jogador tapar o rosto para não ser atingido pelo reflexo, eles erravam passes bem curtos, furavam na hora de chutar, o treino quase parou. Foi a minha resposta pela forma com que atuaram contra a Alemanha. Um time sem brio, sem amor à camisa.”
A lembrança bem-humorada de sua 'vingança' vem com a memória da dedicação de seu pai ao esporte. Paulo é filho de Alfredo Colombo, então diretor da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) quando Brasil conquistou o título mundial da categoria em 1959.
“Meu pai não admitia marasmo, apatia, quando um atleta representava o Brasil em qualquer esporte. Ele foi diretor da Divisão de Educação Física do Ministério da Saúde e Educação e deu início a uma nova fase da educação física no País. Como diretor da CBB, cobrava bastante. Com ele no comando, não teria essa história de 7 a 1. Aquela vergonha.”