ANÁLISE: Seleção Brasileira não entendeu o jogo e fez tudo o que a Croácia quis
Brasil caiu nas penalidades, que era algo que os croatas claramente gostariam desde o início. Faltou ao Brasil compreender o que estava em campo
Todos sabiam que seria complicado, talvez menos a Seleção Brasileira, que foi eliminada nos pênaltis pela Croácia e está fora da Copa do Mundo do Qatar. O gol de Neymar na prorrogação foi aquele salvador, que encobria uma atuação muito abaixo da Seleção. O empate veio no fim do tempo extra, levando a um desfecho que os croatas queriam desde o início: as penalidades. A equipe brasileira jogou 120 minutos e não entendeu o que a partida pediu em todos os momentos.
Primeiro tempo encaixotado e dominado pelo adversário
Logo nos primeiros minutos de jogo, já foi possível perceber que a tarefa do Brasil não seria fácil. Com superioridade numérica no meio-campo, a Croácia conseguiu dominar os espaços no setor e não deixou o time de Tite jogar. Com exceção de alguns lances de Vini Jr., que acabou pecando nas finalizações, pouco foi criado. Além disso, nem contra-ataque ou retomada de posse foi permitida.
E como se não bastasse a falta de volume ofensivo, a Seleção Brasileira ainda tinha problemas no setor defensivo. Os croatas tocavam a bola sem pressão. Administravam a posse como queriam e conseguiam fazer superioridade no lado direito do ataque com Juranovic, que descia sem marcação e sempre levava perigo. Danilo ficava no mano a mano, e Vini Jr. não acompanhava as decidas. Fazia falta o jogador a mais no meio-campo, sempre sobrava um adversário sozinho.
Seleção volta melhor, mas cai nas mesmas armadilhas
Tite optou por não mexer no time e manteve a formação com inferioridade numérica no meio-campo. Porém, pareceu ter corrigido as descidas do lateral-direito croata. Com pressão maior no campo de ataque, o Brasil criou algumas chances para abrir o placar, mas pecou nas conclusões com Neymar, principalmente, mas também com Lucas Paquetá, parando no goleiro.
As mudanças começaram com Antony no lugar de Raphinha, que estava abaixo, e depois com Rodrygo no lugar de Vini Jr., que também não estava bem. A entrada do Rayo foi muito boa, fazendo parceria com Neymar pela esquerda, o que ajudou inclusive a brecar a atuação de Juranovic. Antony, porém, ficou muito isolado na direita e só tinha a jogada individual para tentar levar vantagem, faltou alguém para poder tabelar naquele setor.
Insistência em manter jogadores e jogadas pelo meio levaram para a prorrogação
Richarlison sentiu um problema muscular desde o início da partida, mas foi substituído apenas na reta final do tempo normal. Visivelmente havia uma limitação para o atacante, somado aos problemas de Neymar, que também não parece 100%, acabou prejudicando o jogo do Brasil.
Prorrogação começa, problemas continuam, mas individualidade aparece
Insistindo no jogo pelas laterais, com Rodrygo e Antony, o Brasil não apresentava aproximações à dupla, que era induzida a jogadas individuais ou a cruzamentos a esmo. Mas, no momento em que atletas se aproximaram para fazer uma jogada, Rodrygo, Neymar e Paquetá trocaram passes rápidos e curtos para deixar o camisa 10 na cara do jogo e abrir o placar. A premiação de uma jogada inteligente que tanto se esperava até ali.
Com o jogo na mão, erros persistem e eliminação vem nos pênaltis
Na volta do intervalo da prorrogação, Tite colocou Fred e Alex Sandro para renovar o gás do time, principalmente na marcação, já que durante toda a partida a Croácia jogou como quis e trocou passes sem contestação. Era preciso diminuir esse conforto para administrar a vantagem no placar. E não foi o que aconteceu. Depois de perder a bola no campo de ataque e não matar a jogada, os croatas acertaram um contra-ataque e conseguiram empatar o jogo levando para as penalidades. Na decisão, Rodrygo e Marquinhos desperdiçaram suas cobranças, o que eliminou o Brasil da Copa.