Bom Senso ataca "indiferença da CBF" e provoca com W.O.
O movimento Bom Senso FC se pronunciou na noite desta segunda-feira e atacou a Confederação Brasileira e Futebol (CBF) mais uma vez, desta vez por conta da viagem dos cartolas José Maria Marin e Marco Polo del Nero aos Estados Unidos, onde a Seleção disputa seus primeiros amistosos após a Copa do Mundo de 2014. A presença da dupla sem solo americano pode atrapalhar a votação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte.
De acordo com o grupo organizado por jogadores, "Marin e Del Nero não poderão participar da reunião que definiria contrapartidas à lei", que ocorre nesta terça-feira, o que pode prejudicar a elaboração da regra que discute o pagamento das dívidas dos clubes brasileiros. As alegações foram feitas em texto intitulado "A escandalosa indiferença da CBF".
"Sem haver, portanto, nenhuma resposta da CBF, das duas uma: ou a LRFE é aprovada amanhã, pelas costas do Governo Federal, sem nenhuma contrapartida forte aos clubes; ou a LRFE é empurrada para o momento pós-eleições, deixando muitos clubes em imensas dificuldades para virar o ano", escreveu o Bom Senso, que ironizou a CBF, dizendo que a entidade "perdeu de W.O.".
Confira a seguir na íntegra o texto publicado pelo Bom Senso FC:
"A escandalosa indiferença da CBF
Em um ano de demonstrações incontestes da incompetência generalizada no futebol brasileiro - de atrasos de salários, de apropriações indébitas, de clubes sem campeonatos para jogar, de racismo, de violência e de vexames históricos -, a CBF parte aos EUA para acompanhar mais um Brazil Tour, deixando à mingua todo o resto.
Em que pese o desespero de muitos clubes pela aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE) - projeto de lei que lhes concederia 25 anos para o pagamento de suas dívidas fiscais -, Marin e Del Nero não poderão participar da reunião que definiria contrapartidas à lei, pois estarão acompanhando a Seleção Brasileira em seu amistoso nos EUA. A bem da verdade, a reunião tem sido procrastinada há quase um mês e, desta vez, deixará de acontecer em função de suas ausências.
É preciso admitir que o mais estarrecedor aqui não é a negligência em si, já sabemos de seu caráter blasé há tempos, mas o seu timing. Há menos de 24 horas de uma possível votação da LRFE, a CBF ignorou por completo o interesse dos clubes e dos atletas no projeto de lei e falhou com promessa firmada publicamente com o Governo Federal.
O combinado era o seguinte: ao perceberem que o Governo Federal não permitiria que a lei passasse sem a imposição de contrapartidas, a CBF - em nome dos clubes - finalmente cedeu e se predispôs a criar o órgão fiscalizador que pleiteamos em nosso modelo de fair play financeiro.
CBF, clubes e Bom Senso FC ficaram de apresentar ao Governo Federal um modelo de contrapartidas que fosse consensual, e com isso - para a salvação dos clubes - a lei poderia seguir à votação mesmo antes das eleições nos dia 02 e 03 de setembro.
O Bom Senso já tinha seu dever de casa feito, nosso modelo de fair play financeiro é público. Caberia apenas a eles nos apresentar uma contraproposta, e depois nos reuniríamos para fechar um modelo de órgão fiscalizador consensual.
Esse órgão fiscalizador é a chave do jogo limpo financeiro que propomos. Sem ele, é impossível garantir que os clubes controlarão o seu déficit, pagarão as suas dívidas fiscais em dia e cumprirão rigorosamente com seus contratos de trabalho. Defendemos um órgão independente, democrático e autônomo, capaz de punir os clubes que não se adequarem a requisitos básicos de gestão orçamentária. Mas a CBF ainda não demonstrou qual é o seu modelo.
Sem haver, portanto, nenhuma resposta da CBF, das duas uma: ou a LRFE é aprovada amanhã, pelas costas do Governo Federal, sem nenhuma contrapartida forte aos clubes; ou a LRFE é empurrada para o momento pós-eleições, deixando muitos clubes em imensas dificuldades para virar o ano.
Pois bem, CBF, a bola estava na marca do pênalti.
E você, com medo de chutar, perdeu de W.O.
Seria isso melhor que o 7 a 1?
Bom Senso Futebol Clube
Por um futebol melhor
para quem joga,
para quem torce,
para quem apita,
para quem transmite,
para quem patrocina.
Por um futebol melhor para todos"