Brasil revive troca constante de técnico que culminou em título da Copa em 2002
Dorival Júnior se tornou a terceira queda no comando da Canarinho após o fim da Era Tite; relembre os nomes
Dorival Júnior foi demitido da Seleção Brasileira, sendo o terceiro técnico após a Era Tite; crise atual lembra período entre 1998 e 2002, que culminou no título mundial com Felipão.
Demitido do comando da Seleção Brasileira nesta sexta-feira, 28, Dorival Júnior se tornou o terceiro treinador a deixar o cargo após o fim da Era Tite, com a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022. Dorival foi antecedido pelos interinos Ramon Menezes e Fernando Diniz.
O momento de incerteza que se abate sobre a Canarinho se assemelha ao que viveu a seleção entre os Mundiais de 1998 e 2002, quando se tornou pentacampeã mundial.
O Brasil, à época sob o comando de Zagallo, amargou o vice-campeonato na Copa do Mundo de 1998, quando perdeu na final para os donos da casa. A saída do Velho Lobo, em 12 de julho, deu lugar a uma 'dança das cadeiras' pelo cargo de treinador da Canarinho.
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Dois meses depois, a CBF anunciou Vanderlei Luxemburgo como o novo treinador da seleção. Apesar de polêmicas extra-campo, Luxa capitaneou a conquista da Copa América em 1999, com destaque para as artilharias de Ronaldo e Rivaldo.
A derrota da seleção, no entanto, nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, diante de Camarões, decretou a saída de Luxemburgo em setembro, quase dois anos após sua chegada. Pelo Brasil, Luxa comandou em 34 partidas, com 21 vitórias, 8 empates e 5 derrotas.
O professor foi substituído por Emerson Leão, que se dividiu entre o comando da Seleção e do Sport. O lendário goleiro do Palmeiras estreou em novembro de 2000, diante da Colômbia, também pelas Eliminatórias da Copa de 2002. Saiu com a vitória por 1 a 0.
A passagem de Leão ficou marcada por barrar 'medalhões' como Cafu, Roberto Carlos e Rivaldo, e a chancela de novas figuras, como o volante Leomar, do Leão da Ilha. O treinador foi tirado do cargo após a disputa do terceiro lugar da Copa das Confederações de 2001, quando o Brasil perdeu para a Austrália. Em 10 jogos no comando do Brasil, Leão teve três vitórias, três empates e quatro derrotas.
Foi então que a CBF trouxe Luiz Felipe Scolari, o Felipão, em um momento de desconfiança sobre a Canarinho, que tinha chances de ficar de fora da Copa do Mundo do Japão. O gaúcho estreou com derrota por 1 a 0 no Centenário, no Uruguai, também pelas Eliminatórias.
No período que antecedeu o Mundial, Felipão teve uma campanha pouco convincente nas classificatórias e uma derrota amarga na Copa América de 2001, diante de Honduras. Apesar de assegurar a vaga para o Japão, sofreu duras críticas ao deixar Romário de fora do Mundial.
No entanto, a aposta por Ronaldo, incerto por conta de lesões, e Rivaldo, além de uma campanha perfeita, renderam a Felipão o reconhecimento pela conquista do pentacampeonato da Copa do Mundo. O gaúcho encerrou seu primeiro ciclo pela Canarinho com o título, em julho de 2002.