Careca critica choro, postura de Thiago Silva e defende Fred
Atacante da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1986 e 1990, Careca fez críticas duras ao desempenho da equipe verde e amarela na atual edição do Mundial. Para o jogador, o emocional abalado dos atletas, com muito choro em campo, e o mau desempenho dos meio-campistas da Seleção no torneio tem sido os pontos principais para o time ainda não ter engrenado na competição.
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Para o ex-jogador, as lágrimas que caíram do rosto do capitão Thiago Silva e do goleiro Júlio César antes da decisão por pênaltis nas oitavas de final, contra o Chile, mostram que falta um preparo psicológico melhor para a equipe brasileira. "Pelo menos o que vem passando para gente aqui fora, está parecendo demais essa emoção. A hora do hino tem de ouvir, cantar. Mas depois apaga, tem que esquecer até os problemas de casa, filho, mulher. Isso está passando demais. O pessoal não está conseguindo segurar esse emocional, o emocional está passando na frente deles, não pode. Tem que ser feito um trabalho de mano a mano, isso está atrapalhando demais. Nós sempre tivemos um xerifão dentro de campo, que se precisar mandar tomar banho, vai mandar no bom sentido. Neste grupo não tem isso".
Careca fez críticas, principalmente, a postura do zagueiro e capitão da equipe brasileira, Thiago Silva. "Acho que a pressão já sabia que ia existir por jogar no Brasil e ter jogadores que não tem experiência no Mundial. Sentir, a gente pode sentir e guardar para gente. Não pode passar para fora. Eu vi uma declaração do Thiago Silva de que se perder tudo bem. Não pode escapar isso e escapou. Não pode. Tem que lutar até o fim e vamos embora, se acontecer de ser eliminado depois faz uma declaração", disse.
"Não gostei da atitude. É uma pessoa que eu conheço de outra geração, tive com ele na Itália quando estava no Milan. É uma pessoa de muito caráter. Tem que superar essa reação. Não podemos esperar mais do Felipão, que tem a limitação do campo, os jogadores tem que fazer mais dentro do campo", completou o ex-atacante.
Careca saiu ainda em defesa do centroavante Fred, um dos mais criticados pelos torcedores entre os titulares. Para o ex-atacante, o posicionamento tático do técnico Luiz Felipe Scolari tem prejudicado o desempenho do camisa 9. "Infelizmente estamos indo para as quartas de final sem jogar um bom futebol. Por vários motivos: o meio de campo saindo muito lentamente, os jogadores de armação como o próprio Oscar e o Paulinho não conseguiram jogar seu melhor futebol. O próprio Hulk com problemas de movimentação matando o Fred no meio dos zagueiros. As bolas chegam muito pouco (para ele), utilizam ele muito pouco. O Fred faz a função de pivô, mas está sendo pouco utilizado pelos meias".
Artilheiro do Brasil na Copa de 1986, Careca criticou os comentaristas que pedem para Fred deixar o time titular. "Os caras estão querendo tirar ele do time.Eu estava pedindo no início da preparação para jogar com Jô e Fred juntos, com Neymar fazendo com Oscar e Willian ali o meio-campo. O mundo todo sempre temeu quando jogávamos com dois atacantes de ofício, como Romário e Ronaldo, por exemplo".
"Perder um ponto forte nosso não podemos, aí vamos ser iguais aos caras, a gente sempre fez a diferença e intimidou todos pelos atacantes que a gente tinha. A culpa não é só do Fred, falta essa ligação dos meias. Utilizá-lo um pouco mais, para pôr em jogo. Centroavante fica impaciente, ele tenta sair, mas tenho certeza que o Felipão pede para ele ficar", completou Careca.
Mesmo sem chances mais de mudança, o ex-jogador crê que faltou a presença de Kaká nesta Seleção. "Poderia ter dado uma encorpada com um ou outro jogador, principalmente no setor de meio de campo...Um cara que poderia ajudar e é um bom menino é o Kaká. Podia ajudar muito, pelo jeito dele, pelo respeito que ele tem, pelo convívio com os jogadores".
Sem Kaká, Careca aposta em Neymar todas as fichas para o Brasil sair com o título mundial jogando em casa. "Eles vão tentar minar e tirar ele do foco para que possam aproveitar isso. Mas eu vejo o Neymar sem medo de jogar. Ele procura os espaços e assume a responsabilidade. É um camisa 10 que a gente há muito tempo não via. Há um tempo qualquer um vestia a 10 e hoje temos um muito especial".