CBF ensaia preservar Juninho como coordenador da Seleção
A cúpula da CBF tem buscado nas últimas horas argumentos que sirvam de defesa para a entidade manter Juninho Paulista no cargo de coordenador da Seleção Brasileira. A situação do ex-jogador está indefinida após matéria divulgada pela agência Sportlight, na qual fica claro que Juninho manteve vínculo com o Ituano mesmo depois de contratado pela CBF – antes do cargo atual, ele era diretor (remunerado) de Desenvolvimento do Futebol da confederação.
A reportagem, de autoria do jornalista Lúcio de Castro, mostra que Juninho se desligou de sua empresa, a JP Gerenciamento de Futebol, em novembro de 2019, mas não se desvinculou totalmente dela, permanecendo como usufrutuário da JP, que é responsável por parte da gestão do futebol do Ituano. Na prática, teria direito de se beneficiar com lucros da empresa.
Para dois dirigentes da CBF, ouvidos pelo Terra e que pediram sigilo, há uma situação de quebra de confiança na relação de Juninho com a entidade. Eles, no entanto, acreditam que o veredito do presidente Rogério Caboclo sobre o caso deve ser favorável à sua manutenção no cargo.
Juninho está na Europa em companhia do técnico Tite, em trabalho de observação de jogadores convocáveis. Ele ainda não se manifestou publicamente sobre a matéria da agência Sportlight. A Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, criada pela própria CBF, analisa a denúncia para determinar se o vínculo indireto de Juninho com o Ituano corresponde ou não a um caso de conflito de interesses.