CBF gastou R$ 100 mil em vinhos na gestão de Caboclo
Auditores internos registram compra de 171 garrafas de vinho, com valores unitários entre R$ 250 e R$ 1,8 mil
A investigação em torno da gestão de Rogério Caboclo na CBF teve novo desdobramento. Levantamentos preliminares feitos pelos auditores internos da entidade mostram que foi gasto em torno de R$ 100 mil em vinhos durante o período no qual Caboclo esteve no posto de mandatário da CBF, cargo do qual ele foi afastado devido às acusações de assédio sexual e moral.
Um relatório com notas fiscais obtido pelo Estado de São Paulo registra a aquisição de 171 garrafas de vinho. Conforme as notas fiscais às quais o LANCE! teve acesso apontam, os valores unitários giraram entre R$ 250 a R$ 1,8 mil.
O suposto vinho escolhido por Rogério Caboclo foi o português Cartuxa Reserva. De acordo com a acusação, as garrafas eram custeadas pelo setor de compras da CBF, à revelia do diretor financeiro. As compras eram autoridades diretamente pelo mandatário afastado da entidade.
As notas fiscais registram a compra de 126 garrafas do vinho mencionado no depoimento da vítima dos supostos abusos de Rogério Caboclo. O "Cartuxa Reserva" consta em 16 das 18 notas do relatório preliminar feito pelos auditores internos da CBF.
Os valores mais altos para compras dos vinhos foram registrados em maio de 2020, de R$ 14 mil, e julho do mesmo ano, de R$ 16 mil. Há outra nota fiscal com valor total com dois dígitos, R$ 10 mil, emitida no último dia 30, após a decisão da Comissão de Ética da CBF de afastar Caboclo da presidência da instituição por 30 dias. No início de julho, o afastamento foi prorrogado por mais 60 dias.
De acordo com a depoente, Caboclo consumia bebidas alcoólicas durante o expediente na sede da instituição e também em compromissos externos.
Vinhos eram para eventos sociais
Em nota, Rogério Caboclo afirmou que os vinhos estão "dentro do se valor de mercado e suas aquisições ocorreram com o intuito de abastecer eventos sociais da entidade".
Além disto, o presidente licenciado da CBF afirma que sua gestão "cortou despesas e aumentou a receita da entidade. Para isso, um dos critérios adotados foi o da eficiência nos gastos. Os vinhos comprados estão todos dentro de seu valor de mercado".
O presidente licenciado da entidade acusa Marco Polo Del Nero, seu padrinho e ex-aliado político, de arquitetar um golpe contra ele.
Veja a nota na íntegra
A gestão do presidente Rogério Caboclo na CBF cortou despesas e aumentou a receita da entidade. Para isso, um dos critérios adotados foi o da eficiência nos gastos. Os vinhos comprados estão todos dentro de seu valor de mercado. As aquisições ocorreram para abastecer eventos sociais, que são comuns e frequentes na entidade.
Vale destacar que o presidente Rogério Caboclo foi afastado da presidência sem sequer ter direito a apresentar defesa. O ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero, que foi banido do futebol, tenta retomar o controle da CBF por meio de laranjas e, para isso, organizou um complô para retirar Caboclo do cargo, inclusive com o uso de dossiês com conteúdo falso.