CBF inicia reformulação para se livrar da era Del Nero
Quatro diretores ligados ao ex-presidente são demitidos
Eleito em março presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues assumiu o compromisso de iniciar de fato uma nova etapa, com transparência, a fim de tentar melhorar a imagem da entidade, há mais de uma década envolvida em escândalos de corrupção e de outros desvios. Nessa terça (12), ele deu o pontapé inicial ao demitir quatro dirigentes vinculados a Marco Polo Del Nero, o ex-presidente que está afastado do futebol até 2037 por decisão da Fifa.
Reynaldo Buzzoni, do setor de Registros, Manoel Flores, diretor de Competições, e Gilberto Ratto, do Marketing, eram homens de confiança de Del Nero e permaneceram na gestão de Rogério Caboclo, que sucedeu o presidente punido pela entidade máxima do futebol por casos de corrupção. Os três não compõem mais o quadro da CBF.
O outro afastado foi o vice-presidente jurídico Carlos Eugênio Lopes, um xerife da confederação nas gestões de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Del Nero e Caboclo. Desde 1986 como dirigente da casa, Carlô, como Lopes é conhecido, criou uma rede de apoio em vários setores da Justiça do Rio.
Na CBF, ele estreitou laços com magistrados e manteve-se intocável no seu posto. Por anos, usou sua influência para agir na defesa dos ex-presidentes acusados de participar de esquemas de corrupção – Teixeira, Marin e Del Nero.
Ednaldo Rodrigues ainda não anunciou quem serão os novos ocupantes dos cargos agora vagos. Especula-se na CBF que nos próximos dias haverá outras mudanças na sua diretoria. Seu objetivo é provar, na prática, que não tem mais nenhum vínculo com os dirigentes que levaram a CBF ao noticiário policial constantemente nos últimos anos.