Brasil terá que driblar poluição chilena na Copa América
Brasil deve ter todos os jogos na competição disputados em níveis altos de contaminação do ar
O céu cinza é típico de cidades que beiram o oceano Pacífico. A névoa da mesma cor que impregna no horizonte é típica de cidades poluídas - com o agravante de estarem situadas em vales cercados por montanhas, no caso, a cordilheira dos Andes. Desta forma, o Chile não proporcionará ares frescos para as 12 seleções que iniciam nesta quinta-feira a disputa pelo título continental. Pior: o Brasil jogará nas sedes nas quais os índices de poluição são os maiores do território chileno.
Das oito sedes, o governo chileno confirma, de acordo com a imprensa local, que quatro estão com alta concentração de substâncias nocivas ao sistema respiratório - como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e ozônio, além de outros compostos orgânicos prejudiciais como hidrocarbonetos e metano. São elas: Santiago, a capital, Rancagua, Concepción e Temuco.
Ou seja, quatro das cidades que concentrarão 16 das 26 partidas oficiais do torneio. Desta forma, Lionel Messi, Alexis Sanchez, Neymar, Cavani, James Rodríguez, enfim, todos os craque estariam prejudicados. O agravante, porém, é que a Seleção Brasileira é a única que pode jogar todas as partidas em “sedes poluídas” (isso se passar em primeiro no Grupo C).
Na estreia, domingo, a esperança é que o final de semana disperse um pouco a camada cinza de poluição - uma vez que o jogo contra o Peru será em um domingo, às 18h30. Na quarta-feira, porém, em Santiago, no estádio Monumental, encarar a Colômbia às 21h será mais complicado para o fator dispersão - a capital chilena é famosa pelo tráfico intenso de veículos, que só aumenta o nível de poluição logo após a hora do rush.
Porém, no domingo seguinte, a esperança é de que o final de semana também alivie a situação para o confronto com a Venezuela, às 18h30. Passando em primeiro lugar no seu grupo, o adversário vindo do Grupo B seria na também poluída Concepción - mesmo palco da possível semifinal.
A concentração destes poluentes podem causar não só irritação nos olhos, como quadros notórios de fadiga e insuficiência respiratória. No caso de atletas de alto nível, o risco seria um eventual problema de hiperatividade bronquial - uma espécie de asma, quando o organismo reage à irritação das vias aéreas.
O médico da Seleção, Rodrigo Lasmar, diz quais são as precauções que terá com a Seleção Brasileira. "Existem alguns cuidados que nós vamos seguir, tivemos uma experiência parecida quando jogamos em Pequim, onde as condições também não eram favoráveis. Teremos cuidados gerais com hidratação, alimentação, é o que nós vamos fazer, mas nada que mude nossa programação", disse.
Colaborou Rodrigo Hoschett