Denúncia de assédio moral feita por diretor da CBF prorroga afastamento de Rogério Caboclo da presidência
Caboclo ficará afastado preventivamente por mais 60 dias da entidade, enquanto julgamento da Comissão de Ética acontecer
A Comissão de Ética da CBF decidiu nesta terça-feira (31) prorrogar por mais 60 dias o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da entidade. De acordo com o "GE", a decisão é preventiva, enquanto o caso não é investigado e passa por julgamento. Com isto, inicialmente o dirigente voltaria no dia 31 de outubro.
Entretanto, a tendência é que Caboclo seja suspenso por 15 meses, como sugeriu a Comissão de Ética no caso da funcionária que o denunciou por assédio. A denúncia de assédio moral foi feita pelo diretor de Tecnologia da Informação da CBF, Fernando França, no dia 22 de junho.
A defesa de Rogério Caboclo rebateu, dizendo que a decisão da Comissão de Ética afirmou que a decisão "não tem respaldo legal e, portanto, é sem efeito". O dirigente ainda foi veemente ao dizer que reassumirá o cargo nesta sexta-feira, data do afastamento anterior.
França afirmou que Rogério Caboclo praticou "condutas ilícitas e repugnantes". Além disto, disse que foi "injuriado, difamado e sofreu agressões ameaçadoras, o que, sem dúvida, caracteriza abuso de poder e afronta ao princípio da moralidade". O diretor de TI disse que o então presidente da CBF pediu que "grampeasse, monitorasse, quebrasse sigilo fiscal" da funcionária que fez a denúncia de assédio.
Caboclo está afastado da CBF desde o dia 6 de junho, dois dias depois das denúncias de assédio sexual e moral. Na semana passada, a Comissão de Ética recomendou sua suspensão por 15 meses, por "conduta inapropriada".
Outras duas mulheres declararam que foram vítimas de assédio sexual de Rogério Caboclo. Uma delas apresentou uma notificação extra-judicial de natureza trabalhista para a CBF. Uma delas afirmou que sofreu agressão do cartola. Caboclo negou as acusações, assim como Walter Feldman, citado com testemunha no caso.
Uma terceira testemunha afirmou em depoimento ao Ministério Público que sofreu assédio numa viagem a trabalho. Rogério Caboclo também negou a acusação.
A CBF atualmente tem como presidente interino Ednaldo Rodrigues. Anteriormente, Antônio Carlos Nunes estava à frente da entidade.
Íntegra da nota de Rogério Caboclo
O presidente da CBF, Rogério Caboclo, lamenta mais uma manobra realizada pelos aliados de Marco Polo Del Nero, ex-dirigente banido do futebol por corrupção, para impedi-lo de voltar ao cargo que é seu por direito.
A prorrogação do afastamento de Caboclo pela Comissão de Ética não tem respaldo legal e, portanto, é sem efeito. O presidente da CBF reassumirá o cargo na próxima sexta-feira, quando acaba o prazo do afastamento anterior.
O novo ato da Comissão de Ética é mais um capítulo escandaloso do golpe que aplicam contra um presidente legitimamente eleito com 96% dos votos.
A decisão da Comissão de Ética foi tomada em um processo carente de provas e no qual Caboclo sequer foi ouvido.
A defesa de Rogério Caboclo tomará todas as medidas cabíveis para garantir que o comandante da CBF reassuma suas funções e volte a imprimir o rumo que a entidade necessita em direção a uma gestão moderna e livre da corrupção.
A defesa de Rogério Caboclo tomará todas as medidas cabíveis para garantir que o comandante da CBF reassuma suas funções e volte a imprimir o rumo que a entidade necessita em direção a uma gestão moderna e livre da corrupção.