Dunga já dribla saia-justa de desfalcar times: "paciência"
Logo em sua primeira convocação, o técnico Dunga já teve que driblar a saia-justa de ter que desfalcar os times brasileiros em um momento em que a Série A começa a pegar fogo. Por conta do calendário da CBF que prevê jogos nacionais em meio a datas-Fifa, os clubes que tiveram jogadores convocados vão perder os atletas por até duas rodadas da Série A e uma da Copa do Brasil.
“Falamos com alguns técnicos e tivemos a sensibilidade de convocar dois por equipe, que é uma norma que tem na Seleção Brasileira. Todo treinador tem a liberdade de pensar e agir, mas a prioridade é a Seleção Brasileira... Para nós montarmos a Seleção nós temos que ter a colaboração e paciência dos treinadores para que estes jogadores estejam conosco”, disse.
Dunga chamou nesta terça-feira Elias e Gil do Corinthians, Ricardo Goulart e Everton Ribeiro do Cruzeiro, Diego Tardelli do Atlético-MG e Jefferson do Botafogo para os amistosos contra Colômbia e Equador, nos Estados Unidos. Os jogadores vão ficar a serviço da CBF do dia 1 ao dia 10 de setembro.
Neste intervalo estão marcados os duelos de volta das oitavas de final da Copa do Brasil (3 e 4 de setembro), nos quais os quatro clubes com jogadores convocados estão participando. Uma rodada da Série A nos dias 6 e 7 do mesmo mês provocará desfalque certo nos clubes.
Haverá tempo hábil para a participação nos jogos dos dias 10 e 11, mas os clubes receberão atletas desgastados. Cruzeiro, Corinthians e Atlético-MG jogam na quinta, mas o Botafogo dificilmente terá Jefferson à disposição na quarta. Outras seleções sul-americanas também irão desfalcar os clubes brasileiros com as convocações.
Para as próximas convocações Dunga indicou que continuará chamando jogadores nacionais. Serão mais três amistosos até o final do ano e mais transtornos para os clubes. O calendário de 2015, já divulgado, segue o padrão de não parar em datas Fifa.
“Agora não podemos nos enganar. A gente está convocando jogadores do Brasil pela qualidade e pelo potencial. Vamos priorizar sempre a qualidade, a competitividade, o desempenho para tomar as decisões. Quem sabe, no futuro, a gente possa ter ainda mais jogadores que atuam no Brasil”, disse.