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Eliminação do Brasil para o Uruguai simboliza a hipotética justiça no futebol

Jogo pode ser considerado vexame para a CBF e pelo contexto

7 jul 2024 - 01h25
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Se existir justiça no futebol, um esporte em que os times tentam administrar o caos de jogos marcados pela aleatoriedade, ela foi simbolizada na eliminação da Seleção Brasileira para o Uruguai, neste sábado (6), na Copa América.

Dorival Júnior e Marquinhos
Dorival Júnior e Marquinhos
Foto: Lance!

Qualquer resultado diferente de uma saída do time treinado por Dorival Júnior não seria justa. Não pelo jogo, que foi horrível de ambos os lados, mas em razão do que foi construído até então.

A CBF está no terceiro técnico em dois anos, após a Copa do Mundo de 2022. Passou de Ramon Menezes para Fernando Diniz, esperou a "ilusão Carlo Ancelotti" e chegou em Dorival Júnior. Treinadores completamente diferentes, em personalidade e estilo de jogo, evidenciando que não existe um projeto esportivo sério visando o próximo mundial.

A Confederação, inclusive, há sete meses não sabia quem seria o presidente, pois Ednaldo Rodrigues chegou a ser deposto do cargo. O mandatário retornou depois de decisão do STF, que ainda tem caráter provisório. Ou seja, nem o presidente a CBF sabe quem é.

Se não há projeto esportivo para a Seleção Brasileira, também inexiste conexão do time com a torcida. Os torcedores estão mais preocupados com o esfacelamento de seus times no Brasileirão, provocado pela autosabotagem da CBF em relação ao seu próprio torneio, do que com o sem graça time de verde e amarelo. Sem projeto, sem modelo de jogo, sem identificação e sem perspectivas.

Trabalho do Brasil é pior do que o do Uruguai

Ainda sobre justiça, o Uruguai não fez por merecer a classificação no jogo. Porém, a seleção definiu um projeto ao contatar Marcelo Bielsa, dando tempo e espaço ao "El loco" trabalhar. O jogo coletivo ou o lado mental dos uruguaios, sem dúvidas, seriam mais fortes para contribuir para a equipe avançar de fase.

Dorival, ao contrário de Bielsa, pegou uma "bucha". O treinador assumiu a Seleção Brasileira em janeiro, seis meses antes da Copa América, quando fazia o planejamento para a temporada do São Paulo. Logo de cara, o técnico enfrentou amistosos enormes, contra Inglaterra e Espanha, e a resposta foi imediata. Porém, no longo prazo, ficou escancarada a bagunça vivida pelo time verde e amarelo, que não evoluiu seu jogo e dependeu de talentos individuais para conquistar resultados. Foi suficiente na emergência dos amistosos, mas algo pontual.

O trabalho começou atrasado e já vinha "detonado", com outro recomeço terrível capitaneado por Fernando Diniz. Hoje, é justo que o Brasil não esteja entre as quatro melhores seleções da América do Sul. A bagunça e a sabotagem da CBF com a Seleção não poderiam ser premiadas com uma classificação, e o futuro é uma grande interrogação.

Lance!
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