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Gabriel Jesus e Gabigol repetem parceria olímpica

Sem Neymar, campeões na Rio-2016 tem missão de comandar ataque brasileiro em primeiro compromisso pelas Eliminatórias da Copa de 2022

7 out 2021 - 05h11
(atualizado às 08h07)
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Contra a Venezuela, Gabriel Jesus e Gabigol dividem ataque da seleção e buscam protagonismo
Contra a Venezuela, Gabriel Jesus e Gabigol dividem ataque da seleção e buscam protagonismo
Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Tite confiou a missão dos gols da seleção brasileira nesses jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 a dois especialistas no ofício: Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa, o Gabigol. O atacante do Manchester City vive fase inspirada na Inglaterra, sendo decisivo em jogos importantes da Premier League. Já o goleador do Flamengo parece ter encontrado uma nova vocação em campo, distribuindo assistências para Bruno Henrique, como foi nas partidas contra Barcelona de Guayaquil e Athletico-PR, as mais recentes do time carioca. Juntos, eles pretendem aprontar para cima da Venezuela.

Apesar do sucesso nos últimos anos, os dois atacantes costumam ser alvos de críticas e comparações por parte dos torcedores brasileiros. Gabriel Jesus é acusado de ser o atacante que não rende na seleção e viveu na sombra do argentino Sergio Agüero no City. Gabigol voltou ao Brasil depois de fracassar na Europa e está fadado a ser ídolo apenas no futebol nacional. Ambos lutam contra essa fama negativa. Para piorar, na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, Gabriel Jesus recebeu duras críticas por não ter marcado um gol sequer e chegou a ser chamado de volante por conta do posicionamento tático pedido pelo treinador ao atacante. Com a amarelinha, Gabigol só começou a receber oportunidades nos últimos jogos das Eliminatórias, muito por causa das ausências dos atletas que atuam no futebol inglês.

O atacante do City garante que aprendeu com as decepções do passado e pretende mudar sua trajetória na seleção brasileira. "Espero não apagar 2018, mas escrever outra história. Foi um aprendizado, não foi fácil, tanto para mim quanto para todos os outros jogadores. A derrota pesa, mas a forma que você encara ela que mostra se você é um guerreiro ou não. Evoluí bastante de lá para cá, tanto pessoal quanto profissional. Hoje sou mais maduro. Sou um cara que sempre procura evolução", disse.

Juntos contra a Venezuela, que é lanterna das Eliminatórias, os dois atacantes precisam provar que a má fase ficou para trás. E ficou mesmo. Gabigol, embora não esteja fazendo gols no Flamengo, ganhou seu espaço, já foi chamado de "o novo Rei do Rio" e tem placa levantada no Maracanã pelos torcedores: 'hoje tem gol de Gabigol'. Jesus tem a confiança de Pep Guardiola, um dos treinadores mais badalados e reverenciados do mundo. Faz gols importantes e está feliz com suas atuações.

O pouco tempo de jogo do artilheiro rubro-negro na equipe de Tite é algo que também incomoda flamenguistas e fãs de seu futebol 'matador'. Fato é que, independentemente da preferência dos torcedores por um ou outro, ambos possuem carreiras de sucesso e podem ser importantes para a seleção. Tite se convence cada vez mais disso. Perto da Copa do Catar, suas presenças nas Eliminatórias fazem com que sonhem em disputar o torneio daqui a um ano.

Queridinho de Tite

Aos 24 anos, Gabriel Jesus já disputou 47 jogos pela seleção brasileira principal. Logo na estreia contra o Equador, em setembro de 2016, ainda um garoto, pelas Eliminatórias da Copa da Rússia, ele marcou dois gols e deu uma assistência para outro. Desde então, balançou a rede mais 16 vezes e foi decisivo na conquista brasileira da Copa América de 2019, com gols sobre Argentina e Peru, na semifinal e final do torneio, respectivamente.

Por clubes, o atacante que começou no Palmeiras acumula 106 gols em 256 partidas. A maioria deles foi pelo Manchester City, clube no qual, ao contrário da crença geral, o jogador tem a confiança de Guardiola. Para se ter uma ideia de quão boa é a fase atual de Jesus, os últimos dois adversários do City no Campeonato Inglês foram Chelsea e Liverpool. Jogando fora de casa, ele marcou o único gol da partida contra os londrinos. E no confronto da rodada disputado em Anfield, o atacante fez grande jogada individual e deixou Phil Foden livre para marcar o segundo do time de Manchester. É esse Gabriel que Tite precisa na seleção.

Menos chances

A história de Gabigol com a seleção teve seu primeiro capítulo ainda em 2016, quando Dunga era o comandante. O então jogador do Santos começou no banco no empate brasileiro com o Paraguai por 2 a 2 e não entrou em campo. Os primeiros minutos com a seleção vieram, de fato, em amistoso contra o Panamá, dois meses depois. Na ocasião, Gabigol marcou um dos gols da vitória por 2 a 0.

Depois de participar da Copa América Centenário, o atacante parou de ser convocado, coincidentemente quando Tite assumiu o lugar de Dunga. Sua volta à seleção principal só foi acontecer em 2019, em amistoso contra a Nigéria. Apesar de ser um dos principais jogadores do futebol brasileiro, Gabigol tem apenas 14 jogos e três gols com a camisa do Brasil. Somando as passagens por Santos, Inter de Milão, Benfica e Flamengo, são 122 gols em 250 partidas na carreira, em contagem oficial. O protagonismo do atacante de 25 anos no clube carioca parecia não ser motivo suficiente para que ele ganhasse mais espaço com Tite. Mas isso mudou recentemente e Gabigol tem marcado presença nas convocações.

Gabriel Jesus e Gabigol estiveram juntos na seleção principal em poucas oportunidades. No entanto, a situação foi diferente na Olimpíada do Rio, em 2016. Ao lado de Neymar, os 'Gabriéis' formaram o trio que conquistou o inédito ouro olímpico. Juntos, eles combinaram para cinco dos treze gols da equipe comandada por Rogério Micale. Diante de Venezuela, Colômbia e Uruguai, Antony, Raphinha, Matheus Cunha, Neymar e Vinícius Jr. serão as outras opções de Tite para o setor ofensivo. Isso se a dupla não convencer o chefe.

O treinador, porém, já confirmou que os atacantes do City e do Flamengo atuarão lado a lado no compromisso desta quinta, em Caracas. Neymar cumpre suspensão, deixando ótima oportunidade para Jesus, que não joga pela seleção desde que foi expulso nas quartas de final da Copa América, contra o Chile. Se tudo der certo para eles, o Brasil vai aumentar seus pontos na tabela.

Estadão
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